ATA DA TERCEIRA SESSÃO ORDINÁRIA DA DÉCIMA PRIMEIRA SESSÃO LEGISLATIVA EXTRAORDINÁRIA DA NONA LEGISLATURA, EM 21.12.1987.
Aos vinte e um dias do mês de dezembro do ano de mil novecentos e oitenta e sete reuniu-se, na Sala de Sessões do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre, em sua Terceira Sessão Ordinária da Décima Primeira Sessão Legislativa Extraordinária da Nona Legislatura. Às quatorze horas e quinze minutos, foi realizada a segunda chamada, sendo respondida pelos Vereadores Adão Eliseu, Antonio Hohlfeldt, Aranha Filho, Artur Zanella, Auro Campani, Bernadete Vidal, Brochado da Rocha, Caio Lustosa, Cleom Guatimozim, Clóvis Brum, Ennio Terra, Flávio Coulon, Frederico Barbosa, Getúlio Brizolla, Gladis Mantelli, Hermes Dutra, Ignácio Neis, Isaac Ainhorn, Jaques Machado, Jorge Goularte, Jussara Cony, Kenny Braga, Lauro Hagemann, Luiz Braz, Mano José, Nilton Comin, Paulo Sant’Ana, Paulo Satte, Pedro Ruas, Raul Casa, Teresinha Irigaray, Werner Becker e Wilson Santos. Constatada a existência de “quorum”, o Sr. Presidente declarou abertos os trabalhos e determinou ao Ver. Clóvis Brum que procedesse à leitura de trecho da Bíblia. A seguir, a Srª. Secretária procedeu à leitura das Atas da Segunda Sessão Ordinária e das Primeira e Segunda Sessões Extraordinárias que foram aprovadas. À MESA foram encaminhados: pelo Vereador Adão Eliseu, 01 Indicação, sugerindo ao Exm° Sr. Governador do Estado que seja determinado policiamento para a Rua Hipólito da Costa; pelo Ver. Antonio Hohlfeldt, 01 Substitutivo ao Projeto de Lei Complementar do Legislativo n° 18/87(proc. n° 2826/87), que dá nova redação ao art. 111 da Lei Complementar n° 133/85; pelo Ver. Frederico Barbosa, 01 Pedido de Providências, solicitando desentupimento do bueiro em frente à Escola Estadual de 1° Grau Érico Veríssimo, na Rua Com. Eduardo Secco s/n°; pela Verª Gladis Mantelli, 02 Pedidos de Providências solicitando iluminação pública na Av. dos Estados, trecho compreendido entre a Rua Dona Teodora e Av. Severo Dullius e retirada de sobras de material de construção no leito da Rua Com. Reinghantz n° 327; pelo Ver. Hermes Dutra, 05 Pedidos de Informações, acerca da existência de espaço publicitário ou programa institucional contratado pelo Executivo Municipal com a Rádio Princesa desta Cidade, acerca de cópia de Autorização de Serviços elaboradas pela EPATUR nos meses de agosto a novembro do corrente ano, acerca da área localizada na Rua Irmão José Otão quase esquina com a Rua Prof. Sarmento Leite, acerca dos montantes gastos em publicidade da Administração Centralizada, Autarquias e Empresas do Município, mês-a-mês, de janeiro a novembro do corrente ano e acerca dos pagamentos efetuados pelo Município na publicidade que vem sendo veiculada pela imprensa falada, escrita e televisada ou qualquer outro meio; pelo Ver. Isaac Ainhorn, 01 Pedido de Providências, solicitando reposição de lâmpadas na Rua Modesto Pereira Pinto, que se encontram queimadas; pelo Ver. Nilton Comin, 01 Pedido de Providências, solicitando colocação de lâmpadas em toda extensão da Rua Dona Elvira; pelo Ver. Werner Becker, 01 Substitutivo ao Projeto de Lei do Executivo n° 108/87 (proc. nº 2732/87), que autoriza o Executivo Municipal a contratar operação de crédito junto à PETROBRÁS Distribuidora S.A. e afirmar contrato de concessão pública de uso com essa Empresa. Do EXPEDIENTE constaram:Ofícios n°s 751; 752/87, do Sr. Prefeito Municipal de Porto Alegre; 012/87, da CEDECOM; 2297/87, do Sr. Secretário Particular do Governo do Estado do Rio Grande do Sul; Ofício Circular s/n°, da Câmara Municipal de São José do Rio Preto – SP; Cartões, da Federação dos Trabalhadores nas Indústrias da Alimentação do RS; da Ordem dos Músicos do Brasil - RS; da Câmara Municipal de Farroupilha – RS; da Comissão Municipal de Defesa Civil; do Movimento Pró-Ecologia – RS; da PROCEMPA; da DATA CONTROL Ltda.; de LÁBOR; da Associação Brasileira de Enfermagem – Secção RS; da Câmara Municipal de Osório – RS; da COOTAERO; da Associação Rio-grandense de Imprensa; de Cantarelli – Assessoria Publicitária Ltda.; de Thonart Móveis; da Gráfica Modelo; do SENAC – RS; do Ver. Frederico Barbosa e família; do Ver. Jorge Goularte e família; do Setor de Segurança desta Casa; do Lar Otília Chaves; do DMAE; do Sindicato dos Empregados de Edifício de Porto Alegre; da Guaibacar; da AFROBRAS – Federação da Religião Afro-brasileira; das Livrarias Mercado Aberto; do Instituto dos Advogados do RS; da FUNDACENTRO – Ministério do Trabalho; do Comando Militar do Sul; do Consulado-Geral da Itália; do Dep. Estadual Valdomiro Lima e família; do Dep. Federal Adroaldo Streck e família; da Escola Estadual de 1° Grau Ildefonso Gomes; do Sr. Dílson Glenio Bohrer; da Associação dos Servidores Públicos Ativos e Inativos – RS; da Srª. Lourdes Rodrigues; do Sr. Claiton Selistre, Gerente Executivo da Rádio Gaúcha; da SAMRIG; de Auto Viação Presidente Vargas Ltda.; da ARQUI-SUL – Arquitetura e Construção Ltda.; Telegrama do Sr. Luiz Antonio Volcato Custódio, da SPHAN-Pró-Memória. A seguir, constatada a existência de “quorum” foi iniciada a ORDEM DO DIA. Em Discussão Geral e Votação, Secreta, foi aprovado o Projeto de Lei do Executivo n° 100/87, por vinte e oito votos SIM, e as Emendas a ele apostas nºs: 03, por vinte e cinco votos SIM, contra um voto NÃO; 04, por dezoito votos SIM, contra seis votos NÃO e um voto em BRANCO; 05, por dezessete votos SIM, contra cinco votos NÃO, dois votos em BRANCO e um voto NULO; 07, por dezenove votos SIM, contra dois votos NÃO; 08, por dezessete votos SIM, contra três votos NÃO e um voto NULO; 09, por dezenove votos SIM, contra dois votos NÃO; 10, por dezessete votos SIM, contra três votos NÃO e rejeitadas as Emendas n°s: 02, por dezenove votos NÃO, contra nove votos SIM, e 06, por dezessete votos NÃO, contra cinco votos SIM, tendo sido escrutinadores os Vereadores Flávio Coulon e Kenny Braga. O Projeto e as Emendas acima referidos foram discutidos pelos Vereadores Frederico Barbosa, Artur Zanella, Teresinha Irigaray, Jorge Goularte, Caio Lustosa, Mano José, Adão Eliseu, Hermes Dutra, Werner Becker, Isaac Ainhorn, Antonio Hohlfeldt, Clóvis Brum e Pedro Ruas e encaminhado à votação pelos Vereadores Lauro Hagemann, Flávio Coulon, Jussara Cony, Jorge Goularte, Cleom Guatimozim e Antonio Hohlfeldt . Em continuidade, foram aprovados Requerimentos do Ver. Aranha Filho, solicitando a retirada da Emenda n° 01 aposta ao Projeto de Lei do Executivo n° 100/87, nos termos do art. 146 do Regimento Interno; do Ver. Cleom Guatimozim, com relação ao Projeto de Lei do Executivo n° 100/87, solicitando dispensa de distribuição em avulso e interstício para a Redação Final, considerando-a aprovada nesta data. Durante os trabalhos, o Sr. Presidente respondeu Questões de Ordem dos Vereadores: Hermes Dutra, acerca das Emendas de n°s 01 e 08 apostas ao Projeto de Lei do Executivo n° 100/87; Artur Zanella, sobre a Emenda de n° 04 aposta ao Projeto de Lei do Executivo n° 100/87; Clóvis Brum, acerca das Emendas apostas ao Projeto de Lei do Executivo n° 100/87; Caio Lustosa, acerca da tramitação regimental dos processos submetidos à Comissão de Justiça e Redação e que envolvam questão patrimonial e acerca do prazo de distribuição dos avulsos antes da Ordem do Dia; Cleom Guatimozim, sobre mensagem retificativa ao Projeto de Lei do Executivo n° 118/87; Artur Zanella, acerca da observância dos artigos 101 e 102 do Regimento Interno na Ordem do Dia da presente convocação extraordinária; Jorge Goularte, acerca da propaganda deste Legislativo veiculada nas Televisões locais; Artur Zanella, solicitando relação dos projetos que entrarão na Ordem do Dia de amanhã; Jorge Goularte, sobre a data do veto aposto pelo Sr. Prefeito ao Projeto de Lei Complementar do Legislativo n° 11/87; Artur Zanella e Ignácio Neis, solicitando revisão pela Auditoria da Casa do texto do art. 21 do Projeto de Lei do Executivo n° 100/87; a respeito do parecer da Auditoria ao texto do art. 21 do mesmo projeto; Clóvis Brum, solicitando seja retirado dos anais a leitura do ofício enviado pela Secretaria do Planejamento Municipal a respeito do Proc. n° 2825/87; Antonio Hohlfeldt, solicitando anexar ao Proc. 2825/87 a Minuta do Convênio. Ainda, durante os trabalhos, o Sr. Presidente apregoou Requerimento do Ver. Artur Zanella, solicitando a observância do art. 101 do Regimento Interno, o qual deixou de ser votado em face de sua retirada pelo autor. Após, foram apregoados: o Projeto de Lei do Legislativo n° 130/87; o Projeto de Decreto do Legislativo n° 08/87; o Projeto de Lei do Executivo n° 114/87; do Ver. Hermes Dutra, quatro Emendas aos Projetos de Lei do Executivo n°s 116;117/87; do Ver. Raul Casa, sete Emendas ao Projeto de Lei do Executivo n° 117/87. Ainda, o Sr. Presidente informou ao Plenário que conforme notificação do Vice-Presidente da Assembléia Legislativa do Estado o Processo referente à criação do Município de Humaitá, fora deferido pelo Presidente daquele Legislativo Estadual, devendo ocorrer a publicação, declarando que esta Casa já solicitara parecer da Auditoria para as medidas cabíveis no caso. Os trabalhos estiveram suspensos por vinte minutos, nos termos do art. 84, I do Regimento Interno e foram prorrogados nos termos do “caput” do art. 85 do mesmo Regimento, por proposição do Sr. Presidente aprovada pela maioria. Nada mais havendo a tratar o Sr. Presidente levantou os trabalhos às vinte horas e cinqüenta e um minutos, convocando os Senhores Vereadores para a Sessão Ordinária de amanhã, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos pelos Vereadores Brochado da Rocha, Frederico Barbosa, Luiz Braz, Gladis Mantelli e Lauro Hagemann e secretariados pelos Vereadores Gladis Mantelli e Lauro Hagemann. Do que eu, Gladis Mantelli, 1ª Secretária, determinei fosse lavrada a presente Ata que, após distribuída em avulsos e aprovada, será assinada pelo Sr. Presidente e por mim.
O SR.
PRESIDENTE (Luiz Braz): Declaro abertos os trabalhos da presente Sessão.
Solicito ao Sr. 3º Secretário que proceda à
chamada nominal dos Srs. Vereadores para verificação de “quorum”.
O SR. 3º
SECRETÁRIO: (Procede
à chamada nominal dos Srs. Vereadores.) Há “quorum”, Sr. Presidente.
O SR.
PRESIDENTE: Passaremos
à
ORDEM DO DIA
DISCUSSÃO
GERAL E VOTAÇÃO SECRETA
PROC. 2570 - PROJETO DE LEI
DO EXECUTIVO Nº 100/87, que cria a Secretaria Municipal da Cultura, cargos em comissão e
funções gratificadas, altera a denominação e as finalidades da Secretaria
Municipal de Educação e Cultura e a vinculação do COMPAHC, autoriza o Executivo
a criar o Fundo Pró-Cultura e dá outras providências. Com EMENDAS DE NºS 01,
02, 03, 04, 05, 06, 07, 08, 09 e 10.
Pareceres:
- da CJR. Rel., Ver. Luiz
Braz: pela aprovação do Projeto com as Emendas de nºs 01, 02 e 03;
- da CFO. Rel., Ver. Auro
Campani: pela aprovação do Projeto com as Emendas de nºs 01, 03, 04, 05 e 09, e
pela rejeição das Emendas de nºs 02, 06, 07, 08 e 10;
- da CUTHAB. Rel., Ver. Isaac Ainhorn: pela aprovação do Projeto e pela rejeição das Emendas; e
- da CEC. Rel.ª, Ver.ª
Gladis Mantelli: pela aprovação do Projeto com as Emendas de nºs 01, 03, 06, 07
e 09, pela rejeição das Emendas de nºs 02, 04, 08 e 10.
O SR.
PRESIDENTE: Em
discussão o PLE nº 100/87. Para discutir, tem a palavra o Ver. Frederico
Barbosa.
O SR.
FREDERICO BARBOSA: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. Em discussão na tarde de hoje, e eu
diria, enfim em discussão na tarde de hoje, projeto que durante algum tempo
virou pingue-pongue nesta Casa, tendo em vista o envio de convocação
extraordinária. O Projeto cria a Secretaria Municipal de Cultura na Cidade de
Porto Alegre, Cargos em Comissão e Funções Gratificadas, altera a denominação e
finalidade da Secretaria Municipal de Educação e Cultura e vinculação do
COMPAHC, autoriza o Executivo a criar o Fundo Pró-Cultura e dá outras
providências.
De antemão gostaria de deixar claro que em
todas as manifestações que proferi desde o ano passado, quando já se teve data
marcada para a posse do ex-futuro Secretário, o atual Vice-Prefeito de Porto
Alegre, em 01 de maio do ano passado, quando a Secretaria não tinha sido nem
enviada a esta Casa e depois quando o Executivo esqueceu que teria de ser
aprovada e assim por diante, me manifestei favoravelmente à criação de uma
Secretaria de Cultura pura, e quantas vezes dialogamos, juntamente com o Ver.
Isaac Ainhorn, que me acena do Plenário, e que participamos de debates
acalorados, e que naquela ocasião, não sendo o Projeto Secretaria de Cultura
pura, coloquei-me favoravelmente ao Substitutivo do Ver. Antonio Hohlfeldt, que
criava, então, uma Secretaria de Cultura, apenas, e sempre propugnando pela
oportunidade de que o esporte fosse elevado num primeiro momento a nível de
Sub-Secretaria na Secretaria de Educação do Município. Agora, vejo com muita
satisfação que o Projeto consagra a Secretaria de Cultura, carrega apenas, e é
bom que se diga, e que o governo entenda, o Executivo entenda, uma carona no
Projeto, eis que o certo, tecnicamente, seria que o Projeto viesse limpo com a
criação da Secretaria de Cultura, e que - e isto está num depoimento de 20
laudas, feito pela Secretaria de Educação e Cultura, aqui na Câmara, há poucos
dias atrás, a este Vereador, com a presença do Ver. Adão Eliseu e da Ver.ª
Teresinha Irigaray, o certo, calculo eu, se há necessidade de que se criem
cargos na área da Educação, e acho inclusive, e declaro publicamente, acho que
precisam ser criados, que se fizesse um Projeto que viesse junto; protocolados
um com um número xis e outro com o número “y”, acho que a técnica política
usada é, inclusive, admissível. A opção do Executivo, da carona, para criação
dos cargos da SMEC, é admissível, mas certamente nos deixou numa posição
extremamente constrangedora, porque fui procurado, por exemplo, por um grupo de
professores de uma das escolas que está sem a função de diretor, o colégio está
funcionando, o ex-Paraíba, de cima do morro, e se nós não votarmos a criação
destes cargos, que estão embutidos neste Projeto, certamente esta escola
ficará, no mínimo, 6 meses com a direção sem ter a respectiva função votada por
esta Casa, a Direção, a Vice e a Secretária. Então, realmente, nos colocou numa
situação extremamente difícil.
O Ver. Antonio Hohlfeldt tem uma Emenda, se
não me engano, que elimina do Projeto toda área de criação de cargos, o que, se
acontecer, criará, segundo meu ponto de vista, um problema para as pessoas que
estão prontas, algumas trabalhando, e outras por trabalhar nas escolas que
estão com suas construções em andamento e que iniciarão seus trabalhos durante
o primeiro semestre. Agora, ficamos diante de um posicionamento: invalidar o
Projeto, pela carona, ou aprovar o Projeto com a carona, ou tirar a carona do
Projeto, desligando o vagão que vem embutido nesse Projeto.
No debate com a Sr.ª Secretária, encaminhei
10 perguntas que estão nessas 20 laudas que tenho aqui na tribuna; as
respostas, taquigrafadas. A opção que faço, com muita tranqüilidade, é de votar
o Projeto na íntegra e, inclusive, dentro de uma previsão de estudo que
realizei, certamente, me abster de votar todas as Emendas e, em primeiro lugar,
criar aquilo que era o desejo nosso, não meu, nem do Ver. Antonio Hohlfeldt,
nem do Secretário Frederico Lamacchia, nem do Secretário Átila de Oliveira, nem
do Secretário Rafael Santos, nem da Secretária Ester Zulccamaglio, nem do Ver.
Hermes Dutra, nem da Ver.ª Teresinha Irigaray, nem da atual Secretária, é um
desejo de toda população de Porto Alegre e, muito mais, é um desejo dos que
atuam na área, que é ter um equipamento a nível da cultura em condições para a
Cidade de Porto Alegre. Esta é a opção que faço.
Quanto à área da educação, prefiro aprovar -
como se diria - com restrições à carona que está neste Projeto, mas não negar a
oportunidade de que algumas pessoas com fotografia marcada e a fotografia marcada
não é em nenhum momento pejorativo, ou sejam essas direções que estão aqui
apontadas possam ter ou agora ou futuramente à sua disposição aquilo que está
apontado no Projeto como criação de cargos.
Algumas discordâncias sou obrigado a colocar
da Tribuna, por exemplo: perguntas feitas à Sr.ª Secretária sobre o
relacionamento do Funcultura e Associação de alunos e Professores do Atelier
Livre tendo em vista que quem mantém o Atelier hoje é a Associação. Dentro do
Projeto não está assegurado - acredito pelas respostas dadas pelo futuro
Secretário da Cultura da Sr.ª Secretária de Educação - e certamente não será
eleita a direção do Atelier Livre, eleição esta instituída simples e
modestamente na gestão deste Vereador na Secretaria de Educação e Cultura, abolida
no início da gestão atual e depois reconstituída adiante quando foram descobrir
que no final da época ditatorial a eleição para direção do Atelier era mais do
que permitida e isto sim era incentivada. Por que CCs para direção do Atelier e
não FG? Caso idêntico, por exemplo, do Teatro Renascença, pergunta também
realizada a Sr.ª Secretária. Como ficaria o processo de transferência dos
funcionários da atual SMEC para a atual Secretaria? Observem, foi,
objetivamente, respondido que é uma simples opção que será feita. E tantas
outras perguntas que estão contidas neste depoimento.
Sr. Presidente, eu indago a V. Ex.ª se o Ver.
Aranha Filho está inscrito.
O SR.
PRESIDENTE: Até
o presente momento o Ver. Aranha Filho não está inscrito.
O SR.
FREDERICO BARBOSA: Como o Ver. Aranha Filho ficou de ceder o tempo, eu consulto se V. Ex.ª
tem outro inscrito além da minha inscrição.
O SR.
PRESIDENTE: Estão
inscritos os Vereadores, Artur Zanella...
O SR.
FREDERICO BARBOSA: V. Ex.ª já me respondeu. Se tem outros inscritos eu deixo a tribuna e
retorno após a volta do Vereador inscrito.
Portanto encerro esta primeira intervenção no
momento em que se discute, Sr. Presidente, a criação da Secretaria de Cultura,
já deixando absolutamente claro. Meu voto é pela criação da Secretaria e
aprovação do Projeto “in totum”, mesmo com a carona que existe no texto, da
criação de algumas centenas de cargos para a Secretaria Municipal de Educação.
Eu retorno após. Sou grato.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. HERMES
DUTRA (Questão de Ordem): Sr. Presidente, há um dispositivo regimental, cujo número não me
lembro agora, mas que diz que o Presidente devolverá Proposição manifestante
inconstitucional, nº 1, e nº 2, Emenda que tenha conteúdo de outra Emenda. Isto
cria certas situações de constrangimento para os autores de emenda, a Mesa não
observando este artigo, como não tem observado.
Então, eu como não sou parte interessada, me
sinto bem à vontade para levantar esta Questão de Ordem. Tem duas Emendas, uma
é do Ver. Aranha Filho, nº 1, e a outra é de nº 8, do Ver. Flávio Coulon, que
tem exatamente a mesa redação.
Eu acho que a Mesa falhou, este é o termo
correto, ao encaminhar estas duas Emendas ao Plenário, criando uma situação de
constrangimento para os autores destas Emendas. E eu recomendaria à Mesa que
devolvesse a Emenda posterior, que supõe seja do Ver. Flávio Coulon.
O SR.
PRESIDENTE: Ver.
Hermes Dutra, estas duas Emendas poderiam ter recebido nas Comissões por onde
elas passaram Pareceres contrários, ou seja, suprimidas nas próprias Comissões.
Acontece que isto não aconteceu porque primeiramente o Projeto apareceu com
quatro emendas, e, posteriormente, o Projeto ganhou mais outras quatro emendas.
O SR. HERMES
DUTRA (Questão de Ordem): Sr. Presidente, eu estou levantando uma Questão de Ordem sobre uma
obrigação da Mesa que a Mesa não cumpriu. Todas as Emendas, e ambas estão aqui
carimbadas, deram entrada na Mesa. A Mesa tem obrigação de não aceitar a Emenda
cuja outra seja de conteúdo igual.
O fato de ter Parecer favorável ou desfavorável
nas Comissões não tem absolutamente nada a ver.
O SR.
PRESIDENTE: Realmente,
Ver. Hermes Dutra, na Presidência da Mesa, neste exato instante eu me sinto
realmente em dificuldade para fazer a adequação do Regimento à situação
presente, porque eu conheço o Projeto com as primeiras quatro emendas. Confesso
a V. Ex.ª que eu não conheço as outras emendas do Projeto. Acredito que isso
deveria ter sido uma providência anterior, até, sabendo que consta do
Regimento, mesmo sabendo que V. Ex.ª tem razão, que V. Ex.ª está agora evocando
o Regimento mas eu digo a V. Ex.ª as minhas condições...
O SR. HERMES
DUTRA: Mas
eu não estou falando ao Ver. Luiz Braz, eu estou falando a Mesa Diretora...
O SR.
PRESIDENTE: Mas
eu estou dizendo das dificuldades da Mesa. Quando digo as minhas dificuldades
estou dizendo as dificuldades da Mesa, que a Mesa tem. Eu agradeço a V. Ex.ª de
repente chamar atenção para as duas emendas que V. Ex.ª diz ser do mesmo teor.
As emendas de nº 1 do Ver. Aranha Filho e a Emenda nº 8 do Ver. Flávio Coulon.
O Sr. Artur
Zanella: V.
Ex.ª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Sr. Presidente, eu gostaria
de colocar uma restrição ao Parecer da Comissão de Justiça e Redação porque
esta Comissão, ao que me parece, estuda a constitucionalidade, a legalidade,
das emendas apresentadas e V. Ex.ª das quatro emendas V. Ex.ª sugere a
aprovação das emendas de nº 1, nº 3 e a minha emenda que é a de nº 4...
O SR.
PRESIDENTE: Não
havia chegado ainda, porque quando V. Ex.ª mandou a sua emenda eu não havia relatado,
quem relatou sua emenda foi o Ver. Caio Lustosa. Foi distribuído agora o
parecer. Não é culpa deste Vereador, porque quando eu recebi o processo ele
veio com as primeiras emendas. Não tínhamos ainda a sua emenda.
O SR. CAIO
LUSTOSA (Questão de Ordem): Realmente, quando chegaram as Emendas, V. Ex.ª não
se encontrava mais na Casa ou tinha se ausentado e houve o pedido de pressa por
parte da Diretoria Legislativa, pelo Dr. Felizardo, pedindo que se desse
Parecer para essas duas emendas. Fizemos, ainda na sexta-feira, para que o
Projeto pudesse entrar em discussão hoje. Então, houve um Parecer relativamente
às Emendas do Ver. Artur Zanella.
O SR. ARTUR
ZANELLA (Questão de Ordem): Então, tem que mudar a folha nº 3 do espelho, porque
vai induzir as pessoas a erros. Diz que “Parecer da Comissão de Justiça e
Redação, Ver. Luiz Braz, pela aprovação dos Projetos com as Emendas nºs 1, 2 e
3”. Na última hora, vêm Emendas aqui dizendo, aparece em minhas mãos, que as
Emendas 1, 2 e 3, além dessas, até a número 10, são juridicamente adequadas.
Tem que mudar a folha do espelho. Vai induzir ao erro. Pessoalmente estava
votando contra minha Emenda, imaginando que ela fosse injurídica ou
inconstitucional, quando, na verdade, não é. Pelo contrário.
O SR.
PRESIDENTE: Peço
à Diretoria Legislativa, já que estou recebendo orientações de que foram
liberadas duas Emendas, às duas e meia, este Parecer. Vou pedir que este
Parecer integre aos avulsos, na mesma página onde está o primeiro Parecer com
as Emendas 1, 2 e 3.
O SR. ARTUR
ZANELLA: Gostaria
que a determinação de que os avulsos estejam, 48 horas antes, nas mãos dos Srs.
Vereadores. Caso contrário, é simplesmente impossível votar algo dessa
complexidade e importância, se, na metade da Questão de Ordem, aparece um
Parecer assim, com data de 18/12, inclusive. Tenho impressão de que, para as
votações, a partir de amanhã, vou exigir o cumprimento do R.I., das 48h.
O SR. ISAAC
AINHORN: A
presente Questão de Ordem cinge-se à condição de Presidente de Comissão. Diz
respeito à nossa preocupação com relação a um correto coordenamento que havia
sido combinado em relação à tramitação dos Processos junto às comissões.
Acontece que recém, hoje, ao final da manhã, recebemos cópia, não da
totalidade, mas dos processos que já estão prontos para ir para a Comissão, e
constatamos o seguinte, que do projeto que diz respeito ao empréstimo da
Petrobrás, de Cz$ 250.000.000,00, chegou apenas e tão somente, o projeto,
porque este já correu Pauta. E nós já temos conhecimento extra-oficial que há um
substitutivo a este projeto, do Ver. Werner Becker. E nos informou o Vereador
que este substitutivo já deu entrada no Protocolo da Casa. No entanto, sequer
ele está correndo Pauta. Isto quer dizer que no ritmo que nós vamos, acabaremos
trabalhando na quinta-feira à noite para poder vencer o andamento da sessão,
porque se há um substitutivo que tem que ser examinado e sequer ele está
correndo Pauta, nós estamos praticamente fazendo um trabalho e teremos que
retroceder neste trabalho, porquanto não vai adiantar dar este parecer, porque
existe um outro substitutivo que teremos que examinar, que sequer está correndo
pauta.
Nós chamamos a atenção da Mesa, porque
sabemos que a Mesa tem feito inúmeras reuniões com as lideranças, mas
entendemos que na prática elas têm se tornado inócuas, na medida que o trabalho
não anda.
E tanto isto é verdade, Sr. Presidente, que
hoje estamos examinando, na Ordem do Dia, apenas um projeto.
E aquela idéia que tínhamos, Ver. Paulo
Sant’Ana, que aliás, é muito correta, que se fizéssemos um trabalho ordenado e
coordenado, na véspera do Natal e no dia 31 não haveria necessidade de
trabalhar, mas pela descoordenação que estou vendo, vai acabar tendo que
trabalhar no dia 24 à noite.
Apenas peço a reflexão da Mesa sobre estes
problemas e peço que encontrem uma solução para que os projetos tramitem
rapidamente.
Tanto isto é verdade que este Vereador estava
procurando as cópias dos projetos que já tinham corrido Pauta desde sexta-feira
às duas horas das tarde, no entanto não tece sucesso nenhum, só hoje é que
recebi. Sei que há acúmulo de serviço, mas não é assim que vamos encontrar uma
solução para evitar o trabalho do dia 24 e do dia 31.
O SR.
PRESIDENTE: Apenas
informo V. Ex.ª que de acordo com a Diretoria Legislativa, este substitutivo deu
entrada apenas sexta-feira após a sessão, e está sendo apregoado exatamente
agora. Então, seria impossível que este Substitutivo que deu entrada na
sexta-feira, após a Sessão já estivesse a disposição das Comissões para ser
estudado. Seria praticamente impossível.
A SRA.
TERESINHA IRIGARAY (Questão de Ordem): Sr. Presidente, eu também participo da mesma
preocupação do Ver. Isaac Ainhorn, que me antecedeu e acho que nós devemos de
entrar, pelo menos, num acordo, quanto ao nosso ritmo de trabalho. Sei que não
depende só da Mesa, mas dos seus setores competentes, para nós agilizarmos,
porque senão nós vamos entrar o dia 24 à tarde e o dia 31 à tarde trabalhando.
Como todos nós, apesar do trabalho, das angústias que nos envolve, temos o
nosso espírito natalino e de confraternização, nossas famílias também esperam
por nós, não acho justo que não se verifique isso com antecedência, porque se
não acontecer, se não agilizarmos e se não entrarmos num acordo a respeito dos
trabalhos e dos Projetos que serão votados e como serão votados, nós realmente,
como disse o Ver. Artur Zanella, vamos entrar o dia 24 e o dia 31 à tarde, o
que não é bom para nenhum de nós. Então por isso eu estou enfatizando para que
se acerte antes para não dar problemas mais tarde. Certamente no dia 24 à tarde
não terá Vereadores aqui e no dia 31 também não. Não acho justo. Não acho
humano.
O SR.
PRESIDENTE: A
Mesa está acolhendo as preocupações de V. Ex.as.
O SR. CLÓVIS
BRUM (Questão de Ordem): Sr. Presidente, entramos há cerca de dez minutos na Ordem do Dia.
Tem-se pedido muito para se agilizar e se objetivar as Sessões. Estamos na
Ordem do Dia, o Projeto está aí e estamos discutindo outro assunto, que não o
do Projeto, exatamente, as últimas intervenções versam sobre outros assuntos. O
problema das Lideranças deve ser tratado com a Mesa e as Lideranças, sob pena
de prejudicar o andamento dos trabalho. Estamos na Ordem do Dia, temos que
discutir a Ordem do Dia, porque senão começamos a divagar as coisas aqui
dentro.
Esta é a primeira colocação. Eu peço então
que a Mesa reordene os trabalhos no sentido de se discutir a Ordem do Dia.
Em segundo lugar, com referência às Emendas
do Projeto, de que trata a Ordem do Dia, as Emendas estão relatadas, algumas
Comissões se inclinaram, outras por outras e o Plenário é soberano para
decidir. Sou grato a V. Ex.ª.
O SR. CAIO
LUSTOSA (Questão de Ordem): Sr. Presidente é só para alertar que recém estão
chegando à Comissão de Justiça os Processos que deverão - a não ser esse da
cultura - ser submetidos à discussão e votação nesta convocação extraordinária
e eu me lembro que esses processos, os que envolverem questões patrimoniais
para o Município, nos termos do artigo 122, § único, não podem comportar
urgência, tem que ter tramitação normal de até seis sessões para apreciação
simultânea pelas comissões da Casa. Portanto, quero deixar bem claro e
registrado em Ata esse aspecto, porque, como se acontecer, lá pelas tantas, com
as alegações de que o tempo urge e que precisa aprovar os projetos, algum
Vereador pode requerer urgência. Peço que conste bem este aspecto aí, porque os
processos que envolverem questões patrimoniais do Município, abra-se
parênteses, a questão dos postos da Petrobrás, do convênio, implica um contrato
de enorme vulto, não podem ser submetidos a pedidos de urgência.
O SR. CLEOM
GUATIMOZIM (Questão de Ordem): Sr. Presidente, quero fazer uma comunicação à Mesa
para que o Plenário tome conhecimento: é que o projeto que veio a esta Casa
sobre o vale-alimentação, veio com uma incorreção, inclusive, das rubricas e
virá uma mensagem retificativa hoje ou amanhã o mais tardar. Quero chamar a
atenção das comissões, principalmente a de Finanças que examina as rubricas.
O SR. ARTUR
ZANELLA (Questão de Ordem): Sr. Presidente, eu fui surpreendido com a manifestação
do Ver. Clóvis Brum informando que na Ordem do Dia tem que tratar somente da
Questão de Ordem do Dia que é o que efetivamente estamos tratando. Inclusive a
minha parte se refere a inexistência aqui, naquele momento ao menos, de um
parecer sobre uma Emenda de minha autoria. Agora, pediria a V. Ex.ª que antes
da discussão de Ordem do Dia, também lesse o meu Requerimento para o
cumprimento do Regimento, sem votação.
O SR.
PRESIDENTE: Continuamos
a discussão do proc. nº 2570/87. Com a palavra o Ver. Artur Zanella.
O SR. CLÓVIS
BRUM (Questão de Ordem): O Ver. Artur Zanella, há pouco, abordou a existência de um Requerimento
apresentado à Mesa e que se referia tão somente à aplicação do Regimento
Interno. Eu gostaria de ser brindado pela Mesa, como integrante deste Plenário,
da leitura deste Requerimento, porque deve ser algo em relação a Ordem do Dia.
O SR.
PRESIDENTE: O
Sr. 3º Secretário fará a leitura do Requerimento.
O SR. 3º
SECRETÁRIO: Srs.
Vereadores, sobre a Mesa, um documento subscrito pelo Ver. Artur Zanella. (Lê.)
“Sr. Presidente, solicito que na votação do Projeto seja seguido rigorosamente
o artigo 101 do Regimento Interno que exige que o Avulso será distribuído com
as Emendas e Pareceres 48 horas antes de sua inclusão na Ordem do Dia. Em 21 de
dezembro de 1987”.
O SR. ARTUR
ZANELLA: Eu
gostaria de encaminhar.
O SR.
PRESIDENTE: Ver.
Artur Zanella, já que este documento é estritamente o cumprimento do Regimento,
não é necessário colocá-lo em votação, no Plenário. A Mesa tomará todas as
providências necessárias para que o Regimento seja cumprido. Eu peço que V.
Ex.ª comece, agora, a discussão do Projeto. V. Ex.ª tem 10 minutos.
O SR. ARTUR
ZANELLA: Eu
imagino que estarei discutindo um Projeto, na Ordem do Dia, que, pelo meu
Requerimento, na verdade, ele não esteja na Ordem do Dia. É uma situação
extremamente delicada, paradoxal. Estou discutindo uma Ordem do Dia que eu
considero como não existente, porque só existe um Projeto na Ordem do Dia, e
não segue o Regimento, que é extremamente claro, quando diz que, no mínimo de
48 horas antes de sua inclusão na Ordem do Dia, a matéria será distribuída em
avulsos que conterão as proposições, as Emendas, os pareceres e os demais
elementos que a Mesa entender indispensáveis ao esclarecimento do Plenário. E o
art. 102 diz o seguinte, a Requerimento de Vereador ou de ofício, o Presidente
determinará a retirada da Ordem do Dia, de matéria que tenha tramitado ou haja
sido distribuída com inobservância de prescrição regimental. Veja bem que nem o
encaminhamento a uma votação de Plenário o nosso Regimento prevê. O Regimento
prevê que, ao Requerimento de Vereador ou de Ofício, sai fora o Projeto.
Então este é um Projeto extremamente
importante, mas que para o qual existem Emendas, cujo parecer está chegando
agora, neste momento. Eu próprio, que sou autor de uma das Emendas, que levei
ao Diretor da Divisão de Cultura esta Emenda, e não recebi dele nenhuma
restrição, eu leio, no avulso - folha 03 - da Comissão de Justiça e Redação,
que o parecer somente aprovava as Emendas nº 01, 02 e 03. Descubro após que a
minha havia chegado com um certo atraso com relação ao relatório, e que tinha o
relatório que também estava chegando e que, no final, aprova a Emenda.
Vejo, também, que alguns Vereadores, em
comentário à imprensa ou na própria tribuna, discutem se a criação de cargos
para a Secretaria de Educação e Cultura deva ser tratada junto com este
Projeto. E eu já tenho as minhas dúvidas se os pareceres englobam todas essas
questões que chegaram “a priori”.
Então, em relação ao Projeto de criação da
Secretaria de Cultura, eu sou favorável e, no presente momento, sou favorável à
maioria das Emendas, inclusive àquela que é fundamental, que diz que deve ser
tratado em duas etapas, em dois momentos diferentes: a Secretaria de Cultura e
a Secretaria de Educação. Se isto for impossível, acho que deve ser pedido um
Destaque, para que estas questões sejam votadas separadamente.
Finalmente, num presente momento, depois de a
Mesa definir o seu comportamento em relação ao meu Requerimento - e é
Requerimento, pois, no momento em que se solicita alguma coisa, se requer
alguma coisa, mas, se quiserem, eu mudo o termo para requeiro - eu gostaria de
voltar, e voltarei, esperando contar com a boa vontade de algum colega que me
ceda seu tempo, futuramente.
O Sr. Werner
Becker: V.
Ex.ª permite um aparte? (Assentimento do orador.) O que me chama atenção,
justamente, é que se procura, através de um Projeto, criar a Secretaria da
Educação e a Secretaria de Cultura, é porque, segundo o autor do Projeto, são
duas coisas distintas, Educação e Cultura. Então, se é assim, porque é que vai
se tratar, num mesmo Projeto, de duas coisas distintas, por definição do
próprio autor do Projeto? E penso que V. Ex.ª coloca um obstáculo removível,
quer dizer, se não for obedecido o Regimento Interno, a votação é nula e, até
para evitar discussões paralelas ou judiciais, eu acho que o mais prudente é
retirar o Projeto da Ordem do Dia e dar o seguimento do Regimento Interno.
Quero chamar a atenção sobre a responsabilidade da Mesa para com o assunto.
Pode ter sido um equívoco, mas é melhor corrigir o equívoco, do que existir o
equívoco. Não vejo mais razão nem para V. Ex.ª permanecer na tribuna, já que o
assunto é tão óbvio.
O SR. ARTUR
ZANELLA: Eu
não queria nem subir, mas já que não consegui fazer o encaminhamento do meu
Requerimento, eu o fiz desta forma.
O Sr. Werner
Becker: Então,
estou requerendo, formalmente, a retirada da Ordem do Dia, para sanar
dificuldades existentes.
O SR. ARTUR
ZANELLA: Encerro,
dizendo que, me parece que nem aquela solução, às vezes simplista, de se jogar
para a Assembléia, isso existia muito em Assembléias estudantis, que o Plenário
é soberano, me parece que nem isso é possível fazer, para que possamos ter uma
votação tranqüila e com condições adequadas para uma perfeita votação sobre o
caso.
O Sr. Werner
Becker: V.
Ex.ª permite um aparte? (Assentimento do orador.) O Plenário, no caso, é
soberano, porque para emendar o Regimento Interno precisamos de duas votações,
com uma só não é possível, ou seja, suprimido o prazo de 48 horas.
O SR. ARTUR
ZANELLA: O
que não deve é ser suprimido, tendo em vista a nossa tranqüilidade. Encerrando,
até diria que fundamentalmente, em termos mais claros, eu, pessoalmente, como
pessoa, sou contra a separação da educação e a cultura, sou contra, vi os
nefastos efeitos que teve, quando no Estado ocorreu esse assunto, como, porém,
isso é uma questão de filosofia de governo, e o Governo do Sr. Alceu Collares
acha que é melhor assim, o meu companheiro de Bancada, Ver. Frederico Barbosa,
que foi Secretário da Educação acha que é melhor assim, darei o meu voto
favorável. Mas como pessoa, tenho as minhas dúvidas. Agora, preciso cumprir o
Regimento e ter mais tempo de raciocinar sobre os problemas decorrentes do ingresso,
via este projeto, da criação de novos cargos para a Secretaria de Educação que
ficará subexistindo. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE: A
Mesa vai suspender por 5 minutos os trabalhos, a fim de que possamos discutir
com as lideranças o procedimento mais adequado, para que possamos prosseguir a
Sessão.
O SR.
FREDERICO BARBOSA (Questão de Ordem): Não querendo interferir no trabalho da Presidência,
consulto se existindo outros nomes inscritos para a continuação da discussão, se
a Mesa não poderia dialogar com as lideranças e com os interessados, e permitir
que as pessoas que desejam discutir o projeto, continuassem as discussão
podendo, assim, economizar tempo, depois da reabertura da sessão.
O SR.
PRESIDENTE: Ver.
Frederico Barbosa, foi levantado um óbice ao Regimento Interno, por isso mesmo
nós tentamos dialogar a fim de sabermos se é viável ou não o prosseguimento da
discussão. Não podemos prosseguir na discussão de um projeto quando foi
levantado um óbice com relação ao Regimento Interno. Por isso, peço a V. Ex.ª e
até concordo de que devêssemos ganhar tempo, mas não sei se agora é o melhor.
O SR.
FREDERICO BARBOSA (Questão de Ordem): Solicito a V. Ex.ª que, caso existia qualquer óbice
seja considerada anulada minha participação tendo discutido 10 minutos um
problema que agora tenha surgido, já que neste momento surge um problema da
discussão, considero seja anulada, caso exista, e que eu possa voltar à Tribuna
em novas condições.
O SR.
PRESIDENTE: Se
por acaso as Lideranças da Casa chegarem à conclusão de que o projeto deva ser
retirado e de que as inscrições não devam continuar, é claro que aquelas
inscrições que V. Ex.ª discutiu primeiramente e os Vereadores que discutiram
anteriormente terão suas inscrições também anuladas e refeitas para o próximo
projeto.
O SR.
FREDERICO BARBOSA: Solicito a V. Ex.ª, e com o apoio jurídico do Ver. Werner Becker de que
sejam declaradas nulas as participações até este momento, deste Vereador e do
Ver. Artur Zanella.
O SR.
PRESIDENTE: Logo
após discutirmos com as Lideranças tomaremos essa posição. Pediria que
fizéssemos uma reunião com as Lideranças da Casa a fim de que pudéssemos
prosseguir.
O SR. JORGE
GOULARTE (Questão de Ordem): Para que essa Mesa tenha tempo de fazer as consultas
necessárias, gostaria de saber sobre a propaganda desta Casa, que está saindo
na televisão, a que custo está saindo, a mando de quem e quem está pagando.
O SR.
PRESIDENTE: A
Mesa registra sua Questão de Ordem e responderemos logo que tivermos os dados
em mãos.
O SR. ISAAC
AINHORN (Questão de Ordem): Se é que entendi bem, com relação à suspensão dos
trabalhos, e retomada da discussão, esta só abriria novas discussões e
renovação se entendesse-se que a tramitação do Projeto é normal e regular.
O SR.
PRESIDENTE: Só
haveria a renovação dos oradores se o Projeto fosse retirado da Ordem do Dia.
Quando o Projeto voltasse à Ordem do Dia, haveria renovação de inscrições.
Os trabalhos estão suspensos por 5 minutos.
(Suspende-se a Sessão às 15h24min.)
O SR.
PRESIDENTE (Brochado da Rocha - às 15h42min): Estão reabertos os trabalhos
da presente Sessão. De imediato dou seqüência a Sessão respondendo Requerimento
firmado pelo Sr. Vereador Artur Zanella. S. Ex.ª fundamenta o seu Requerimento
no art. 101 que diz: (lê.) “Com o mínimo de 48 horas antes de sua inclusão na
Ordem do Dia, a matéria será distribuída em avulsos que conterão as
proposições, as emendas, os pareceres e os demais elementos que a Mesa
considerar indispensáveis ao esclarecimento no Plenário.”
Esta era o fundamentado pelo Sr. Ver. Artur
Zanella. Queremos responder a S. Ex.ª o seguinte: tratando-se de Sessão
Extraordinária da Câmara, precede a Mesa, a mesma reunião extraordinária uma
Ordem do Dia já estabelecida. Qual é a Ordem do Dia estabelecida? Exatamente os
projetos que são postos na Ordem do Dia pela própria convocação e publicados na
imprensa com os seus respectivos números. De maneira que já houve a publicação
deste quando da convocação, ressalvados, no entanto aqueles projetos que não
eram de conhecimento da Casa e que não estavam na Casa. Estes ficam
ressalvados, agora, o entendimento é de que a Ordem do Dia já está constituída
pela publicação feita na convocação que estabelece a Ordem do Dia. Poder-se-ia
de outra forma dizer que o processo não esteve nas mãos dos Srs. Vereadores. A
Mesa está fazendo a ressalva que isso não vale para os projetos novos que aí
então os Srs. Vereadores não teriam acesso, de outra forma as Emendas
apresentadas nas Comissões, a Mesa encara as Emendas apresentadas como Emendas
de Liderança. Não valendo, entretanto, Sr. Ver. Artur Zanella, e ao douto
Plenário, para Projetos novos, salvo aqueles que já se encontravam na Casa.
O SR. ARTUR
ZANELLA (Questão de Ordem): Acho que tem interpretação demais aí. E essa
interpretação de que as Emendas são consideradas como de liderança, com todo o
respeito que tenho pela Presidência, por todo o mundo nesta Casa, mas é um
exagero respeitável. Mas não quero atrapalhar nada, só quero seguir o
Regimento. Vou retirar o meu Requerimento, pedido, inclusive, do Ver. Aranha
Filho, mas veja bem - retiro, por uma cortesia à Casa. Agora, não vejo porque
os outros não entraram, todos eles, em Ordem do Dia. Por que somente este?
O SR.
PRESIDENTE: A
Mesa, ouvindo todas as partes, estabeleceu, primeiramente, que poder-se-ia
fazer a votação de Projetos que já teriam tramitado nas Comissões
integralmente.
O SR. ARTUR
ZANELLA: Não
é o caso deste.
O SR.
PRESIDENTE: Não
valia para Processos novos e, terceiro, se votaria depois os Processos
referentes a pessoal. Foi este o cronograma estabelecido para o andamento dos
trabalhos.
O SR. CAIO
LUSTOSA (Questão de Ordem): Não acompanhei toda a discussão relativa a esta
questão suscitada pelo Ver. Zanella, eis que estava na Comissão de Justiça
tratando de distribuir os processos que chegaram hoje ali. Agora, quero lembrar
à Casa que os acordos de liderança não podem se sobrepor ao que estava no
Regimento Interno, mesmo que o Ver. Zanella abra mão dos avulsos em 48 horas.
Em relação às Emendas do Ver. Artur Zanella que não tinham sido objetos de
apreciação na Comissão de Justiça, nós, sexta-feira, pela manhã, deixamos o
Parecer pronto e se não chegaram os avulsos num prazo de 48 horas aos
Vereadores, culpa não cabe à Comissão de Justiça. Eu quero que fique aí assentada
uma jurisprudência de Plenário, de lideranças para que, de repente, não venha a
se dizer que a Comissão de Justiça silenciou contra os avulsos.
O SR.
PRESIDENTE: Vereador,
a Mesa considera a Ordem do Dia já estabelecida pela própria Convocação de vez
que a mesma teve publicidade, salvo nos Projetos novos que não estão na Casa. A
Mesa considera Emendas de lideranças, Emendas entradas na Extraordinária, como
se Emenda de Liderança fosse.
O SR. CAIO
LUSTOSA (Questão de Ordem): Entrou um Substitutivo do Ver. Werner Becker ao tal
de convênio com a Petrobrás. Segundo o Regimento Interno, o Substitutivo tem
que correr Pauta por duas Sessões, ele entrou na Mesa hoje e foi apregoado.
Pelo Regimento Interno precisa correr Pauta por duas Sessões. Eu, em despacho na
Comissão, sustei a distribuição do Projeto original para Parecer até que se
cumpra a Pauta do Substitutivo do Ver. Werner Becker. Após o que, o relator que
já está designado receberá tanto o Projeto original como o Substitutivo para
Parecer.
O SR. PRESIDENTE:
A Mesa
repete a V. Ex.ª que os Projetos já anteriormente existentes são os publicados
em Edital.
O SR. JORGE
GOULARTE (Questão de Ordem): A pergunta é se as Emendas são consideradas de
Líder, como se procederá com o Substitutivo?
O SR.
PRESIDENTE: Agora
é diferente, Vereador. A Mesa não dispensou a Pauta. A Mesa está dispensando a
Ordem do Dia porque já havia publicidade na Convocatória. O presente processo
que nós estamos a discutir, no momento, já correu todas as Pautas, mas não se
dispensa que corram pauta os processos que não correram Pauta. A publicização é
uma coisa; a Pauta é outra. Acho que fica claro para o Plenário.
O SR. JORGE
GOULARTE: No
caso deste Processo da Cultura, desse trenzão aí, desse transatlântico que cria
cargos em comissão e funções gratificadas, com Substitutivo, como se procede?
O SR.
PRESIDENTE: Qual
Substitutivo? Não há Substitutivo.
O SR. JORGE
GOULARTE: O
Ver. Caio Lustosa entrou com o Substitutivo.
O SR.
PRESIDENTE: O
Substitutivo do Ver. Caio Lustosa é de amplo conhecimento da Casa. Aliás, não
há Substitutivo. Há Emenda, Vereador.
Passa-se à discussão. Proc. nº 2570, PLE nº
100/87. Com a palavra a Ver.ª Teresinha Irigaray.
A SRA.
TERESINHA IRIGARAY: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. Em discussão o Processo 2570, Projeto
de Lei vindo do Executivo que cria a Secretaria Municipal de Cultura, cargos em
comissão e funções gratificadas, altera a denominação e as finalidades da
Secretaria Municipal de Educação e Cultura e a vinculação do COMPAHC, que
autoriza o Executivo a criar o fundo Pró-Cultura e dá outras providências.
Acho que a palavra inicial, a palavra básica
deste meu pronunciamento seria “graças a Deus”, “Aleluia”, “ora viva”, “até que
enfim”, principalmente “Aleluia”, porque é uma época natalina e nós todos, apesar
do cansaço, estamos imbuídos do espírito natalino. Mas, até que enfim, chega, a
esta Casa, neste momento, o Projeto da criação da Secretaria de Cultura, uma
Secretaria que foi apregoada, que foi falada, que é, praticamente, prioridade
do Governo Alceu Collares. E estamos na iminência de aprovar uma coisa que para
nós é mais do que importante, e quando digo nós, refiro-me à Cidade de Porto
Alegre - somos considerados, no País, o terceiro pólo cultural do Brasil e não
temos a Secretaria de Cultura abrangente e que tenha, em seu bojo, aqueles
Projetos que consideramos importantes e que sejam vinculados a ela.
Estou muito feliz, muito gratificada por
estar aqui defendendo, discutindo e por saber que hoje se aprova aqui uma coisa
que já deveria ter sido feita há um ano ou mais. Nós, Ver. Frederico Barbosa,
Ver. Hermes Dutra, Ver. Mano José, que é uma pena que não esteja aqui, fomos
titulares daquele mundo fantástico que é a SMEC, um mundo extremamente
absorvente, com vários caminhos, onde a criação da Secretaria de Cultura
possibilita a inovações, a planejamentos, a posicionamentos, a aprovação de
coisas que venham a beneficiar a Cidade.
O Sr. Jorge
Goularte: V.
Ex.ª permite um aparte? (Assentimento da oradora.) Já é o suficiente. Neste
mundo que é a Secretaria será que não teria funcionários suficientes para serem
transferidos para a Secretaria nova sem a necessidade de se criar este
transatlântico de cargos? Porque quando eu quis fazer uma reclassificação de
cargos, eu fui chamado de maquinista. Era um trenzinho. Agora é um
transatlântico, mas eu espero que a honesta imprensa do meu Estado seja justa
neste sentido também.
A SRA.
TERESINHA IRIGARAY: Tudo bem, Vereador, eu acho que V. Ex.ª tem inteira razão. V. Ex.ª está
sendo até injustiçado no Projeto que V. Ex.ª apresentou, o qual tem até o
respaldo desta Vereadora. O que eu acho, Vereador, é que isto aqui já deveria,
há muito tempo, ter sido criado. E quando eu digo é um mundo, é porque é um
mundo fantástico, só V. Ex.ª conhecendo. A SMEC apresenta direções que têm que
ser corrigidas, reestruturadas, posicionadas e eu acredito que a criação da
Secretaria de Cultura vai possibilitar isto. Vai inclusive resgatar um poder
político ao Município que ele não tem. Vai dar um novo poder cultural ao
Município de Porto Alegre. Nós sabemos disto, porque inclusive batalhamos aqui,
Ver. Aranha Filho é um dos batalhadores, pela criação do Corpo de Baile
Municipal. Não seria possível a criação do Corpo de Baile Municipal sem a
criação da Cultura. E isto foi amplamente discutido, nós já conversamos muito
sobre isto, já batalhamos muito sobre isto, mas agora estamos satisfeitos, Ver.
Aranha Filho, porque possivelmente o nosso Corpo de Baile Municipal vai ser
criado com a nova Secretaria de Cultura.
O Sr.
Frederico Barbosa: V. Ex.ª permite um aparte? (Assentimento da oradora.) V. Ex.ª me
permite tomar uma carona no seu discurso, apenas para repetir o que eu já
disse. Ajuda V. Ex.ª não precisa, apenas para dizer que quando V. Ex.ª fala em
meu nome, no nome do Ver. Hermes repetir o que já disse no primeiro espaço de
discussão.
Acho que desde 1960, os vários Secretários
que por lá passaram, os vários entusiastas da área de Cultura estão a
reivindicar um equipamento completo até mesmo para oficializar equipamentos que
existem hoje que não são oficializados. Portanto eu acho que é um pouco de cada
um e um projeto que está vindo de baixo para cima. E não faço parte do Partido
de V. Ex.ª, do Partido que está criando e enviando o Projeto à Casa. É um
Projeto de baixo para cima, examinado, superexaminado que tem falhas, que nada
pode ser perfeito mas, quem sabe, suprindo o grande vazio que esta Cidade
estava requerendo.
A SRA.
TERESINHA IRIGARAY: Acho que V. Ex.ª tem muito mais prioridade para falar e pode dar um
ênfase maior, já que ficou 7 meses e eu fiquei apenas 4. V. Ex.ª sabe
perfeitamente os caminhos desta Secretaria, uma enorme de uma secretaria
extremamente absorvente, extremamente envolvente, que tende a se dinamizar e,
respondendo ao Ver. Jorge Goularte, quero dizer que a criação desses cargos se
impõe, a época é dinâmica, Vereador, nós precisamos criar novas funções, nós
precisamos oportunizar mais, agilizar mais a administração. Eu acredito,
inclusive, que se esta Secretaria de Cultura, que será - tenho absoluta certeza
- aprovada hoje pelos Vereadores desta Casa, porque os Vereadores desta Casa
têm sensibilidades, os Vereadores desta Casa têm compreensão política, os
Vereadores desta Casa estarão dando a Porto Alegre aquele poder político e
cultural que Porto Alegre necessita, mas, acima de tudo, se esta Secretaria
tiver a direção do Prof. Felizardo que aqui está a nos assistir, será
seguramente uma Secretaria de Cultura que irá funcionar muito bem, Professor.
Eu tenho a mais absoluta certeza e eu deposito a maior confiança no trabalho
que S. Ex.ª está realizando à testa da divisão de Cultura. Sei que S. Ex.ª
saberá impulsionar e dar a nova Secretaria aquele desejo àquela prioridade e
aquelas realizações que o Prefeito Alceu Collares quer e que os outros partidos
em seus estatutos partidários, seus projetos partidários, também assim o
desejam.
Tenho certeza de que os Vereadores desta
Casa, eleitos pelos mais diversos segmentos sociais desta Cidade, deverão ver e
gostarão de ver Porto Alegre brilhar com a sua Secretaria de Cultura e que a
SMEC tenha a sua reestruturação, que consiga realizar e dinamizar na área
educacional tudo que ela pretende e pretenderá fazer, mas não conseguirá se não
tiver o nosso auxílio, o nosso respaldo e o poder desta Casa.
Tenho a minha convicção por já ter passado
por lá a mais absoluta certeza de que este é um Projeto cristalino, ele é um
Projeto transparente, onde pede apenas a ampliação de cargos que serão
necessários para o administrador poder fazer o trabalho que requer a
Secretária. Tenho comigo que hoje, aqui, nós iremos aprovar a Secretaria, o que
já deveria ter sido feito há um ano, quando deveria ter sido entregue a um
outro administrador, a um outro Secretário, mas, atualmente, tenho certeza de
que ela estará em muito boas mãos.
Falar sobre as emendas do Ver. Antonio
Hohlfeldt, elas não prejudicam o Projeto. Estamos aqui para dar à Cidade de
Porto Alegre aquele respaldo cultural que ela realmente merece.
Gostaria de ver brilhar na praça o Corpo de
Baile Municipal, gostaria de ver os teatros de câmara funcionando, Prof.
Felizardo, mas, acima de tudo, peço a V. Ex.ª que realize sempre, e sempre que
puder, os seminários de cultura popular dentro de sua Secretaria. Mobilize o
seu povo, mobilize a sua área cultural para que preste os relatórios ao povo de
Porto Alegre sobre como anda a Secretaria. Que reuna os mais diversos elementos
de todos os segmentos: de vilas, cidades e arredores; que componha, Prof.
Felizardo, dentro da sua futura Secretaria, um ambiente de cultura popular para
que o povo também possa ingressar. São os meus votos e desejos, querendo que
este Projeto hoje seja aprovado, uma vez que já veio tarde - como diz o ditado
popular - mas, tenho certeza de que será aprovado com consciência, honestidade
e, sobretudo, com a conscientização que temos de dar ao Município de Porto
Alegre o poder que lhe falta: o poder exatamente que vai vir de uma Secretaria
de Cultura, dos eventos que serão feitos pela Secretaria de Cultura, pelo poder
de uma Secretaria de Cultura, pelo poder que irá respaldar o Governo popular de
Alceu Collares. Muito obrigada.
(Não revisto pela oradora.)
O SR.
PRESIDENTE: Com
a palavra o Ver. Aranha Filho por transposição de tempo com o Ver. Luiz Braz.
Solicito ao Ver. Lauro Hagemann que assuma a
presidência dos trabalhos, pois este Vereador teve cedência de tempo pelo Ver.
Aranha Filho.
O SR.
PRESIDENTE (Lauro Hagemann): Ver. Frederico Barbosa, V. Ex.ª está com a palavra.
O SR.
FREDERICO BARBOSA: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, na minha primeira participação, nesta
tarde, hoje, na discussão deste Projeto, já deixei absolutamente clara a minha
posição favorável a ele, mas, gostaria de colocar alguns dados, eis que fui o
responsável pela vinda da Sr.ª Secretária de Educação, por requerimento
aprovado nesta Casa, no dia 08.12.87 para fornecer algumas informações. A
reunião, lastimavelmente, talvez por força de compromissos outros, foi apenas
assistida por este Vereador, pela Vereadora Teresinha Irigaray, e pelo Ver.
Adão Eliseu, ambos do partido do governo e companheiros da Secretária Neuza
Canabarro. Na ocasião, como disse na primeira intervenção, realizei 10
perguntas à Sr.ª Secretária, que estão aqui, na íntegra, em 20 laudas
taquigrafadas, em quase duas horas de debates com a Professora Neuza Canabarro,
o Prof. Joaquim Felizardo e com o Prof. Edgar Maurer, representando o DERP, que
também está envolvida neste processo, vendo se consegue, através deste Projeto
enaltecer o esporte, elevando a nível de supervisão, desejo que já tentei
realizar por várias vezes nesta Casa, elevando o esporte a nível de
subsecretaria, como é na Secretaria de Educação do Estado.
À pergunta que já ouvi no Plenário, se não
estamos aprovando numa carona que já declarei que não é a ideal, mas que no meu
modo de ver se nós não aprovarmos poderemos prejudicar algumas pessoas na área
da educação e por isso defino o meu voto. A pergunta feita à Sr.ª Neuza
Canabarro era a seguinte: por que o projeto de criação de uma Secretaria, no
caso, Secretária de Cultura na qual é sugerida a criação de 77 cargos, entre
CCs e FGs, com a extinção de 9 existentes na atual Divisão de Cultura se cria
para a futura SMED, 102 CCs e FGs sem a extinção de nenhuma das já existentes.
Sobre isto, continuei na pergunta: Sr.ª Secretária, gostaria de dizer que tenho
uma emenda e que seria bom que se esclarecessem algumas coisas para que
possamos examinar esta emenda que está tramitando na Casa e que é a emenda do
Ver. Antonio Hohlfeldt que suprime o artigo que cria estas funções na Secretaria
de Educação do Município.
Em primeiro lugar, a Secretaria de Educação
tem, hoje, 2.212 funcionários, 137 FGs, 17 CCs, num total de 154 FGs mais CCs,
com os seguintes percentuais dentro do quadro do Município: FGs, hoje,
percentual da Secretaria de Educação e Cultura entre todo o Município, 6,19%;
Percentuais de CCs, hoje, na Secretaria de Educação e Cultura, 0,77%, com um
total, entre CCs e FGs de 6,96%, comparando-se com o Gabinete do Prefeito, 64%
de funções e FGs; PGM 14%; SPM 27%; SMA 25%; SMF 34,5%; SMOV 21,28% e assim por
diante. É o menor índice atual de CCs e FGs do Município, numa Secretaria
mundo, que comporta, hoje, dois mil duzentos e doze funcionários. Resposta da
Sr.ª Neuza Canabarro a pergunta: “eu gostaria de colocar ainda mais que o Ver.
Frederico Barbosa esteve a frente da SMEC e que a Secretaria tem uma estrutura
muito antiga, diga-se de passagem”. Aqui, interrompo, assino embaixo pela
afirmação da Sr.ª Secretária e me faz sinal a Ver.ª Teresinha Irigaray,
ex-titular, também, de que assina embaixo.
Continua: “todas as outras Secretarias já têm
supervisão e nós não temos”. É algo que alerto ao Plenário, a própria DERP está
sendo elevada em nível de supervisão.
Para facilitar, temos esses dados que mostram
o gabinete do Prefeito, SGM, os dados que já citei há pouco, como dados
absolutamente concretos do quadro que recebi da Sr.ª Secretária.
E vai adiante a Sr.ª Secretária, explicando
para quem são essas CCs e FGs. Dos 102, nós poderíamos fazer a seguinte conta:
5 diretores de escola de 1º Grau Completo. Aonde vão esses diretores? Vão para
as escolas Professora Ana Irira do Amaral; Gilberto Jorge Gonçalves da Silva. E
os professores estão andando aqui pelo corredor fazendo um apelo, eis que faz
mais de três ou quatro meses que a Direção não consegue assumir a FG, porque
não foi aprovada nesta Casa. Não é porque não foi aprovada - já expliquei - é
que não veio e está aqui no corpo do Projeto. E aí Ver. Jorge Goularte a minha
preocupação, se eu não aprovar esta Emenda que tem uma carona que não é a
ideal, neste Projeto, mas se eu não aprovar, uma pessoa que eu não conheço, do
ex-colégio Paraíba lá do morro, não terá a sua FG de direção, junto não terá a
vice-Diretora, junto não terá o Secretário ou a Secretária.
O Sr. Jorge
Goularte: V.
Ex.ª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Mas estes casos poderiam vir
em Mensagem Retificativa, apenas estes casos e não este trenzinho aí.
O SR.
FREDERICO BARBOSA: Eu diria Vereador que tecnicamente não precisava vir Mensagem
Retificativa, poderiam vir só estes.
Agora, eu vou adiante no trenzinho, se bem
que não tenho nada que explicar, porque quem tem que explicar é o Partido do
Governo. Eu vou votar favoravelmente, porque tenho que ter consciência dos sete
meses que atuei naquela pasta e que fez com que eu sofresse sete meses sem ter
o aparelhamento necessário, para fazer o mínimo necessário para a Cidade de
Porto Alegre. Está ali o professor Arines Ibias que tive a honra e sorte de
colocá-lo à disposição para ser o Diretor do Teatro de Câmara e que parece que
por um gesto acertado do Governo atual corrigiu e trouxe-o de volta para a
direção do qual ele tão bem sabe fazer, assim como sabia fazer bem na escola de
onde veio. Mas o professor Arines participava das minhas angústias e sabe muito
bem do desejo que todos tinham em ter uma Casa aparelhada. Um supervisor, para
onde? Se votarmos o projeto a DERP passa a ter um supervisor e passa ser
supervisão que é o desejo de todos que querem ter um esporte a nível condigno
em Porto Alegre. Um coordenador para a CGA, dois Diretores de Divisão para
supervisão de educação, dois assessores especialistas, um assessor de
comunicação social, um assistente técnico para CGA, um para supervisão de
educação e de esporte. Cinco diretores de escola de primeiro grau completo, que
estão relacionados nominalmente no Projeto, um diretor de escola especial, 5
diretores do centro integrado de educação municipal, 5 chefes de serviço para a
DERP, um assistente para supervisão de prédios escolares, dois assistentes
técnicos de educação. É a adaptação do que sobra de grandioso da Secretaria, ou
seja, sai a cultura e a Secretaria se moderniza.
Eu deveria estar aqui defendendo o Projeto da
Cultura, pois este nem mesmo precisa de defesa. Volto a repetir, o processo me
parece que parte de baixo para cima. O setor cultural desde 1960 cresceu muito
na Cidade. O Projeto vai dar suporte legal ao que já existe. Esta realidade
passou pelas mãos de inúmeros Secretários, já tendo sido citados, desde o
Professor Frederico Lamacchia até a atual Secretária Neuza Canabarro. Todos nós
que passamos pela Pasta desejávamos ter um equipamento à disposição que pudesse
orientar um titular, volto a repetir, para uma Secretaria que é um verdadeiro
mundo na Cidade de Porto Alegre.
O SR.
PRESIDENTE: Nobre
Vereador Frederico Barbosa, o Ver. Raul Casa se inscreve e cede o seu tempo a
V. Ex.ª.
O SR.
FREDERICO BARBOSA: Eu agradeço a cedência do tempo do meu Líder Ver. Raul Casa e agradeço,
também, aos Vereadores já inscritos que permitem que eu permaneça por mais algum
tempo a defender algo que, realmente, não vejo, na área na cultura, necessidade
de alguma defesa, mas tentar colocar alguns dados com a pouca experiência que
tive, nos sete meses titulares, com referência à área da educação propriamente
dita, que, reitero, me parece não ser o ideal com os artigos embutidos no
Projeto da Secretaria de Cultura. Mas me preocupa, acima de tudo, que a
não-votação poderá ser o retardamento de algumas necessidades absolutamente
concretas, que são, no momento em que se reestrutura a Secretaria, se dar
condições efetivas para que esta reestruturação se faça em condições de termos
cargos e funções para aqueles que realmente trabalham pela educação em Porto
Alegre. O Funcultura me parece que é um instrumento extremamente ágil numa área
especial, como é a da cultura, com possibilidade de captar recursos. Vejo com
muita alegria a área da educação e da cultura reformar-se administrativamente,
o que dá uma resposta a algo que já se fazia absolutamente necessário nesta
Cidade. Alguns equipamentos passam a existir de fato, eis que de direito, até
agora, nem mesmo existem, como, por exemplo, o próprio Centro Municipal de
Cultura, glória desta Cidade desde os tempo de sua inauguração. Tudo isto faz
com que eu possa, com muita tranqüilidade, abrir o voto. Fui buscar a resposta
às perguntas que desejava, na própria Secretária Neuza Canabarro. O Plenário,
por minha solicitação, aprovou a sua vinda à Casa. Ela aqui esteve e, durante
algum tempo, debateu com aqueles que estavam interessados em esclarecer algumas
dúvidas.
E, para concluir, e para que fique nos Anais
da Casa, vou relacionar as perguntas que formulei à Sra. Secretária, com as
respectivas respostas, da Sra. Secretária, do Prof. Joaquim Felizardo e da
Direção da DERP, e que se encontram à disposição de qualquer Vereador nas vinte
laudas taquigrafas do depoimento do dia 08 do corrente mês. As perguntas,
evidentemente, reuniam questões pessoais, no sentido de algum desejo de
esclarecer alguns itens vinculados à cultura e à área de educação e também à
área do esporte. Primeira pergunta. (Lê.): “como fica o relacionamento entre o
Funcultura e a Associação dos Alunos e Professores do Atelier Livre, tendo em
vista que quem o mantém é a Associação?”. Segunda pergunta, “está assegurada a
conquista da eleição do Diretor do Atelier Livre”? Aqui já abordei o problema
na minha primeira intervenção. Lastimo - é uma idéia minha - que não se
mantenha a eleição, pois parece que ficou dito e afirmado que não se mantenha a
eleição, pois será escolhido pelo titular da futura Secretaria. Mas é um
posicionamento, uma filosofia de trabalho, da qual eu não detenho o poder, e
não tenho, inclusive, como interferir diretamente, a não ser com a minha
declaração de que lastimo que o titular ou responsável pelo Atelier não volte a
ser escolhido pelo voto direto de quem atua naquela área. Terceira pergunta,
“por que CC para o Atelier e não FG”? Caso idêntico ao Teatro Renascença.
Quarta, “como fica o processo de transferência dos funcionários da atual SMEC
para a nova Secretaria?” Quinta, “quem fica na nova Secretaria tem garantidos
os seus direitos como professor, aposentadoria aos 25 anos, férias, planos de
carreira, etc.?”
O Sr. Jorge
Goularte: V.
Ex.ª permite um aparte? (Assentimento do orador.) V. Ex.ª é favorável, mas nem
tanto. Só um pouco. Pelas restrições que eu o vejo fazer, V. Ex.ª é favorável,
mas com muitas dúvidas.
O SR.
FREDERICO BARBOSA: Deve ser um problema de interpretação de V. Ex.ª sobre o que estou
dizendo. Dentro de um Projeto maior, eu não o posso invalidar por
questiúnculas. No meu modo de ver, quanto à criação de cargos, V. Ex.ª não
ouviu nenhuma palavra minha contrária. Quanto à eleição da Direção do Atelier,
V. Ex.ª ouviu todas as palavras minhas contrárias, na presença do Prof.
Felizardo, de que não se mantenha, mas é uma filosofia de trabalho, do atual
governo, contra a qual eu não posso fazer nada. Quanto à transferências da
Secretaria de Educação, etc., se fará tudo via administrativa, coisa que será
uma opção pura e simples dos funcionários que ali permanecerem.
Sexta pergunta: a respeito dos cargos citados
no art. 16, sua aprovação significa um cheque em branco para o Executivo, ou
será encaminhado um novo Projeto de Lei, com dimensionamento e quantificação do
mesmo. Sétima: por que um Projeto de criação de uma Secretaria, no qual é
sugerida a criação de 77 cargos, com a extinção de 9 existentes na atual
Divisão de Cultura, se cria para a futura SMED, 102 cargos, sem a extinção de
nenhum dos já existentes? Pergunta esta que longamente abordei no período
anterior do meu pronunciamento. Oitava: a respeito da DERP, com a sua elevação
à supervisão de esportes e recreação pública, que modificações estão previstas
em sua linha de ação, tendo em vista os cargos apontados, art. 19, para esta
supervisão? Nona: com esta elevação a nova supervisão, continuará o trabalho
apenas nos parques e praças ou se pode antever, como seria recomendável, uma
supervisão esportiva junto às escolas municipais e aos CIENS? Décima: por que,
num Projeto que trata da criação da Secretaria de Cultura, se dá espaço para a
reformulação da atual SMEC para SMED e não se dá o mesmo tratamento à FESC, eis
que existem notícias atribuídas ao Prefeito Municipal, de que esta poderá ser
extinta e seu quadro incorporado e suas atividades para a futura SMED? Ao
concluir, com referência a esta última pergunta, eis que são públicas as
declarações do Sr. Prefeito de que extinguirá a Fundação de Educação Social e
Comunitária, a Sr.ª Secretária nos colocou um óbice para que o Projeto aqui estivesse
sendo debatido junto com este, que é absolutamente aceitável, a não ser para
quem não queira aceitar, eis que foi colocado o Projeto aos senhores
funcionários da FESC, que dariam uma resposta de qual a melhor situação com
referência as suas respectivas colocações em termos de extinção, ou seja, em
quadro suplementar ou sendo demitidos, etc., somente após o dia 17, e,
conseqüentemente, para que o Projeto pudesse vir à Casa, veio o Projeto sem
atingir a FESC, e neste depoimento da Sr.ª Secretária existe quase que
claramente, declaração de que se uma segunda convocação existir, e esta já
sendo anunciada para o final do mês de fevereiro, a Sr.ª Secretária deixou
antever que aqui estaria o projeto que extingue a FESC, contendo no seu bojo a
decisão em conjunto, com os próprios funcionários, de qual o melhor método para
que o quadro funcional seja adaptado junto ao Município e junto a Secretaria, a
futura Secretaria de Educação.
Portanto, este é o depoimento de quem fez o
possível para procurar entender um pouco o Projeto, e que está disposto, em
primeiro lugar, e objetivamente, a votar pelo Projeto de criação da Secretaria
de Cultura, absolutamente necessária para uma cidade como Porto Alegre, até
porque não entendo bem, me perdoe o Prof. Felizardo se cometer alguma heresia
desta tribuna, sem ser um homem sem grandes luzes para a área da cultura não
entendo bem se dá para comparar a Secretaria de Cultura que já existiu no
Estado, com a Secretaria de Cultura do Município: acho que a cultura no Estado
e em Porto Alegre pode ser a mesma, mas a realidade de Porto Alegre, dos
esquipamentos, e do que existe na Prefeitura Municipal de Porto Alegre, é
diferente de uma experiência na Secretaria do Estado; me perdoem se cometo uma
heresia; então, voto a favor da Secretaria de Cultura, na dúvida de prejudicar
as novas escolas e a própria reestruturação da SMEC para SMED, voto também pela
permanência dos artigos, apesar de dizer publicamente, à imprensa e a Porto
Alegre, que não foi a melhor opção; o projeto poderia ter chegado nas mesmas
mãos, com números diferentes no protocolo, tramitando junto, e votando junto,
no mesmo dia, mas parece que foi embutido com uma outra técnica, que já vi, em
tempos passados, e por isso não posso criticar, porque não tapo o sol com a peneira.
Acho que para não prejudicar e não vou prejudicar, vou votar na íntegra, com
alguns cargos e para mim não é um trenzinho da alegria, é uma reestruturação
para algumas figuras que estão à serviço da educação de Porto Alegre. E à
supervisão cumprimento o Executivo, a Divisão de Esportes. Até que enfim
buscaram lá no esportezinho - entre aspas, sem ser depreciativo -, olharam e
viram que poderiam ter uma supervisão com maior “status” e um melhor trabalho
para a Cidade de Porto Alegre. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Lauro Hagemann): Próximo orador inscrito, Ver. Hermes Dutra, por
inversão de tempo, Ver. Jorge Goularte.
O SR. JORGE
GOULARTE: Sr.
Presidente e Srs. Vereadores. Nada melhor do que um dia depois do outro com uma
noite no meio. Há poucos dias, compareci ao Gabinete do Prefeito Municipal para
apresentar um projeto visando à reclassificação de funcionários em desvio de
função. Pois a nobre imprensa do meu Município e do meu Estado determinou que
aquele meu projeto que visava à reclassificação de funcionários em desvio de
função era um trenzinho. E, hoje, chega a esta Casa um transatlântico. Nesta
administração, dita transparente, a transparência morena do PDT se vê como essa
gente é ardilosa e habilidosa. Coloca, no projeto de criação de uma Secretaria,
embutida a criação de mais 102 cargos para a SMEC, para que a Sr.ª Neuza
Collares administre Porto Alegre. Não é Neuza Collares?
O Sr.
Frederico Barbosa: O Vereador enganou-se. É Neuza Canabarro.
O SR. JORGE
GOULARTE: Neuza
Canabarro, futura Collares. Mas vejam bem, este ardil, esta habilidade em
colocar um outro projeto, dentro de um Projeto que é válido. Criar uma
Secretaria de Cultura. Quem não quer criar uma Secretaria de Cultura em Porto
Alegre? Todos nós queremos criar, claro que sim! Agora, embutir, no Projeto,
para enganar trouxas, 102 cargos para a SMEC! Já vou dizendo, da tribuna, que
vou pedir destaque para o art. 19 do Projeto para votar contra. Voto favorável
ao Projeto com destaque desde art. 19. Por que o destaque? Porque a Emenda do
Ver. Antonio Hohlfeldt é lógico que será vetada e, aí, nós não teremos votos
para derrubar o Veto. Então, é mais ardil, é uma administração transparente,
vejam a transparência desta administração. Por que não mandam o Projeto puro,
simplesmente um Projeto criando a Secretaria Municipal de Cultura? Até mesmo em
homenagem a cultura. Isso aqui foi um ardil, foi um ato, ao meu ver, não apenas
aético, mas um pouco mais que aético, porque para mim é ilegal este ato.
Então, diante disso, eu peço aos meus pares
que atentem sobre isso. O art. 6º cria cargos na Secretaria de Cultura, apesar
de serem cargos de comissão, tudo bem! De não aproveitarem os funcionários do
Município, tudo certo! Mas, o art. 19 que cria 102 cargos para a atual SMEC,
que vai se transformar em SMED, quando ela perde, no seu bojo, uma divisão e aí
tem mais cargos porque perdeu a divisão? Mas, esperem aí, vamos devagar com o
andar.
O Sr. Wilson
Santos: V.
Ex.ª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Eu aproveito este aparte até
para desistir da minha inscrição para a discussão para não ocupar os 10
minutos, porque eu havia feito um levantamento deste Projeto e V. Ex.ª está
abordando quase com o mesmo enfoque e eu diria que, embora haja mérito e,
inclusive, aqui vinculado à criação desta Secretaria, já se tem, pelo que me
parece, o provável Secretário, o Prof. Felizardo a quem eu tenho em elevado
conceito. E, considerando que, em se falando em cultura, o mérito também vem ao
natural, não se poderia contrariar o mérito, mas a maneira como se fez é que
nos causa imensa preocupação, até porque, independentemente do trem da alegria,
como foi tachado o seu Projeto, em que reclassificava alguns funcionários, eu
digo que este aqui é um trem da alegria, também, só que o Poder Executivo tem
poder para fazer, e o de sua iniciativa vem de um Poder Legislativo que não tem
poder, pela Constituição atual.
O SR. JORGE
GOULARTE: Não
tem poder quando os homens não têm palavras. Quando se trata de um elemento sem
palavra, cuja palavra é um sussurro ao vento, e cuja assinatura é um risco
n’água, este Executivo que prometeu a V. Ex.ª não vetar o Projeto de V. Ex.ª, e
recebeu o meu Projeto como feito a 4 mãos, em seu gabinete, e depois negou,
quando se trata de gente desta estirpe, é lógico que aí é muito difícil aprovar
alguma coisa.
O Sr. Wilson
Santos: Eu
só chamo a atenção da Casa, de que, no momento em que é alegado para não se dar
um índice razoável de aumento aos funcionários municipais, se argumenta falta
de recursos, não sei se seria o momento - e aqui é que eu pediria uma reflexão
-, da criação de 169 cargos, que é o somatório dos 67 criados pela Secretaria
de Cultura, e aproveitando o embalo para esta carona, criando mais 102 cargos,
cuja repercussão financeira é altíssima, é esta a colocação que eu faço.
O Sr. Adão
Eliseu: V.
Ex.ª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Se V. Ex.ª tivesse prestado
atenção, e talvez tenha prestado, é possível, até, que eu esteja equivocado, no
pronunciamento do Ver. Frederico Barbosa, V. Ex.ª teria notado que o trem da
alegria traz muitas alegrias a funcionários que já exercem as funções. A
maioria desses cargos são criados para prover, para dar sustentação financeira
a funcionários que já exercem funções, tanto na Secretaria de Educação como na
nova Secretaria que estamos tentando criar. V. Ex.ª sabe que o governo
municipal criou e implantou 15 escolas municipais. Como é que vamos pagar? E as
gratificações, as FGs, os salários, subsídios, enfim, dos diretores, dos
professores. Tudo isso tem que se levar em consideração, Vereador.
O SR. JORGE
GOULARTE: Nobre
Vereador, e por que o Executivo Municipal não leva em consideração os
funcionários do Município que estão em desvio de função, injustamente, há
tantos anos?
O Sr. Adão
Eliseu: É
outro problema.
O SR. JORGE
GOULARTE: Não
é outro problema, Vereador. Funcionários efetivos do Município.
O Sr. Adão
Eliseu: Eu
não sou contra o Projeto V. Ex.ª.
O SR. JORGE
GOULARTE: Sei,
Vereador. Por isso que estou dizendo isso a V. Ex.ª com o maior carinho. Agora,
eu espero que esta Bancada consciente tenha consciência de derrubar este Veto
porque vejam bem, um Veto desta qualificação na semana do Natal. É algo assim
da sensibilidade de um elefante dentro de uma loja do copos de cristal. É um
elefante numa loja de copos de cristal. Um veto destes, na semana do Natal num
Projeto que reclassificava funcionários em desvio de função, é lamentável, Ver.
Adão Eliseu, e V. Ex.ª sabe que eu procuro fazer justiça com os meus votos.
Quando voto nesta Casa, não voto por problema partidário, mas para o bem da
Cidade, e há coisas que precisam ser ditas. Por que embutir, neste Projeto,
mais 102 cargos para a SMED - futura SMED - quando ela perde uma divisão
inteira? Se teria que perder estes funcionários para a Secretaria que está
sendo criada, se eles deveriam ser transferidos para a nova Secretaria, como é
que ela recebe mais cento e tantos cargos se perdeu uma divisão? Qual é a
explicação que me dá a bancada do PDT nesta situação?
O Sr. Pedro
Ruas: V.
Ex.ª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Nobre Ver. Jorge Goularte,
com todo respeito que me merece V. Ex.ª pelo trabalho e atuação que tem nesta
Casa, eu faria um apelo a V. Ex.ª, Ver. Jorge Goularte, no sentido de que
retirasse dos Anais as expressões que foram utilizadas na tribuna com relação
ao nome e ao sobrenome da Secretária de Educação. Não combina com a postura de
V. Ex.ª.
O SR. JORGE
GOULARTE: Está
retificado. V. Ex.ª está com excesso de zelo, já foi retificado.
O Sr. Pedro
Ruas: Eu
gostaria que fosse retirado do Anais, Vereador.
O SR. JORGE
GOULARTE: Não,
como é que eu vou retirar? Como é que eu vou retirar o nome da Secretária dos
Anais? Foi um equivoco da minha parte, prontamente retificado, Vereador. Eu
chamei de Neuza Collares, e é Neuza Canabarro.
O Sr. Pedro
Ruas: Eu
mantenho o apelo, Vereador.
O SR. JORGE
GOULARTE: Está
feito o apelo, mas é desnecessário.
O Sr. Pedro
Ruas: Acho
que não é nesse nível que se discutem os Projetos nesta Casa. Eu registrei o
apelo, Vereador.
O SR. JORGE
GOULARTE: V.
Ex.ª pode registrar o apelo, mas não precisa prestar este serviço porque é
desnecessário. É uma prestação de serviço de V. Ex.ª que é desnecessária,
porque não há problema nenhum. Eu posso me enganar e chamar V. Ex.ª de Pedro
Braga e confundir com o Kenny Braga, chamando este último de Kenny Ruas. Apenas
retifico e, tudo bem.
O Sr. Pedro
Ruas: Não
foi esse o sentido, Vereador. Eu mantenho o apelo que fiz a V. Ex.ª.
O SR.
PRESIDENTE (Frederico Barbosa): Ver. Jorge Goularte, o Ver. Wilson Santos está inscrito
e cede seu tempo a V. Ex.ª. Eu solicito ao Sr. Secretário que leia a nominata
de Vereadores que estão inscritos, entre a inscrição de V. Ex.ª e a do Ver.
Wilson Santos.
O Sr. Pedro
Ruas: Eu me
mantenho inscrito no aparte.
O SR. JORGE
GOULARTE: Pois
não, Vereador, eu lhe dou com muito prazer.
O SR.
SECRETÁRIO (Lauro Hagemann): Estão inscritos os Vereadores Caio Lustosa,
Bernadete Vidal, Adão Eliseu e Mano José, precedentes ao Ver. Wilson Santos.
O SR.
PRESIDENTE: Caso
não existia óbice dos Srs. Vereadores, o Ver. Jorge Goularte continua na
tribuna por mais 10 minutos. (Assentimento dos Vereadores.)
O SR. JORGE
GOULARTE: Ver.
Pedro Ruas, V. Ex.ª tem toda razão de me fazer a colocação que fez, mas já está
retificado, não precisa ficar com essa preocupação toda.
O Sr. Pedro
Ruas: Eu
mantenho meu apelo e entendo como não-retificado.
O SR. JORGE
GOULARTE: Mas
está retificado, Vereador. Para a Taquigrafia: Secretária Neuza Canabarro.
Apesar de que não é desdouro nenhum em ser Collares, futura Collares.
Mas, vejam só como as coisas acontecem no
Município: quando é para dar aumento para o funcionalismo, não há dinheiro, o
orçamento está por baixo, a arrecadação está fraca, não há condições. Quando é
para reclassificar os funcionários, não pode, não fazem concurso interno, não
fazem concurso externo, as pessoas estão em desvio de função. Aí não pode. Aí
quando se faz um Projeto neste sentido, apesar de ter sido feito com o
consentimento do Prefeito Municipal, numa tentativa de eliminar os óbices do
Veto, o Projeto centauro, apesar de tudo isto, quando se faz um Projeto assim,
é considerado ilegal.
Agora, Ver. Antonio Hohlfeldt, V. Ex.ª não
estava aí quando eu fiz uma colocação, e vou fazê-la novamente, com V. Ex.ª
aqui presente. Vou pedir destaque do art. 19. Por quê? Porque a sua Emenda pode
ser vetada e aí nós estamos num mato sem cachorro. Então, derrubando o artigo,
estaremos melhor colocados do que esperar o Veto à Emenda. Infelizmente para a
população, vai sair que é um Projeto perfeito superlegal, acabado, sensacional.
Vejam bem, há dois momentos neste projeto. O
Projeto de criação da Secretaria de Cultura. Perfeito. Sem problema nenhum. Não
há nenhum Vereador aqui na Casa que eu saiba que votará contra o Projeto que
cria esta Secretaria. É uma necessidade, Porto Alegre precisa disto. Agora,
embutir neste Projeto a criação de 102 cargos para que estes cargos sirvam de
ponte aos companheiros do PDT, aí vamos devagar com o andor. E eu neste sentido
vou pedir na hora da votação, o destaque do art. 19, que este sim, é um
transatlântico, embora para a população saia como algo perfeito, sem problemas.
Este sim, a criação de CCs e FGs em profusão, aí, pode? Eu pergunto, agora, ao
Secretário de Administração que disse pelos jornais que eu estou impedindo que
ele faça concursos internos e externos, se ele não quer fazer concurso para
todos os cargos que ele tem no Município. Inclusive acertando os casos de
desvio de função, que tem muito no Município e que eu tentei acertar e que
infelizmente o meu Projeto foi transformado para a população numa situação que
não é verdadeira, é mentirosa, foi feita de maneira leviana e mentirosa.
O Sr. Kenny
Braga: V.
Ex.ª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Sinceramente, Vereador, não
estou entendendo a ira de que V. Ex.ª está possuído contra a imprensa de Porto
Alegre de um modo geral e eu me sinto até constrangido, na condição de
jornalista, porque V. Ex.ª está dizendo nas entrelinhas - eu escuto V. Ex.ª -
de que a imprensa de Porto Alegre distorce os fatos e as informações, de que
não dá a informação correta. Eu gostaria que V. Ex.ª não colocasse toda
imprensa de Porto Alegre no mesmo barco. Eu gostaria que V. Ex.ª para
esclarecer melhor o assunto dissesse quem está distorcendo as notícias, as
informações que saem desta Casa. Se V. Ex.ª tiver coragem, faça isso.
O SR. JORGE
GOULARTE: Ver.
Kenny Braga, V. Ex.ª tem coragem de fazer esse vassalismo aí. Isso é
vassalismo. V. Ex.ª está tão equivocado como seguidamente está no Sala de
Redação: fazer interpretação errada do que está acontecendo. Esse é um problema
meu e V. Ex.ª não vai modificar o meu posicionamento. V. Ex.ª sabe bem que a
pessoa a quem eu me dirijo sabe também de quem se trata. Não colocou todos. Não
seria justo fazer isto e até colho esta declaração de V. Ex.ª para retificar se
saiu neste sentido, o que não era minha intenção.
O Sr. Werner
Becker: V.
Ex.ª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Eu estou pensando em pedir
destaque ao artigo que cria a Hidráulica de Navegantes. Acho que tem que ver
uma coisa com a outra, como a criação de cargos.
O SR. JORGE
GOULARTE: Eu
pensei que V. Ex.ª já tivesse lido o Projeto porque eu li e não encontrei.
Então, vejam, Secretaria de Cultura, sou favorável inteiramente. Agora,
destaque do artigo 19 para que fique claro e uma coisa não tem nada a ver com a
outra. Nada a ver. Se uma Secretaria perde uma divisão - enfatizo e repito isto
- e aí precisa de mais cargos porque saiu aquela divisão? Por isso, encaminho
favoravelmente o Projeto, mas discuto neste sentido: peço destaque ao artigo
19, e vou votá-lo contrariamente ao transatlântico do Senhor Comandante Naval
Alceu, oxalá de Deus, Collares. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE: O
Ver. Werner Becker também se inscreve para discussão. Com a palavra o Ver. Caio
Lustosa para discutir.
O SR. CAIO
LUSTOSA: Sr.
Presidente, Srs. Vereadores e integrantes do Movimento Cultural de Porto
Alegre, presentes neste plenário. Cremos que existe pouco a acrescentar além do
que já foi dito pelos que nos antecederam.
Em primeiro lugar, quanto à importância, à
necessidade e à oportunidade de uma Secretaria de Cultura no Município de Porto
Alegre; acho que é unânime o consenso, que perpassa todas as bancadas,
independente de siglas partidárias, da importância da criação dessa Secretaria.
Inspirado, conforme diz a Exposição de Motivos, no exemplo que vem da Nova
República, em seus primeiros momentos, quando ainda não tinha degringolado ao
sabor de politicagens nacionais, inspirados nos exemplos que nos vêm de fora, de
outros centros do País, Salvador, por exemplo, e tendo à frente o impulso de
uma figura que é notável nesta Cidade, que é notável, não agora, porque ocupa
um posto na Administração Collares, mas é notável por seu passado de lutas, de
renitências contra o arbítrio, contra as administrações conservadoras,
ignorantes e populistas, que infelizmente, quase acho que há muito tempo
dominam esta Cidade e este Estado. E eu me refiro ao Prof. Joaquim Felizardo
com um certo pudor, dada a amizade que nos une. Mas, então, é um projeto que
tem no seu íntimo, naquilo que é bom, que é construtivo, para a vida da Cidade,
o trabalho, a dedicação, o compromisso, antes de tudo, com as bases populares
da Cidade, de parte do Prof. Felizardo e de muitos integrantes da sua equipe.
Agora, dentro desta contradições, que são
naturais, inevitáveis, vem o barbicacho da Secretaria de Educação, que não é
oportuno, nem necessário, viesse a reformulação da Secretaria de Educação do
Município junto com o anunciado projeto de extinção da FESC, daí, sim uma
questão sistemática, legislativa, estaria muito mais adequada.
Mas, não será isto, o pretexto, o óbice, para
que esta Casa perca a oportunidade magnífica, hoje, de aprovar a criação da
Secretaria de Cultura.
Nós, acreditamos, Sr. Presidente e Srs.
Vereadores, que não basta, evidentemente, a criação do órgão, diríamos mais,
que as camadas desta Cidade que fazem cultura no dia-a-dia, no âmbito das artes
plásticas, do teatro, de outros setores, com sacrifícios imensos e sem a
recompensa que mereciam e merecem do poder público, estas por si só já criaram
uma autêntica estrutura de cultura nesta Cidade, respeitada pelos outros meios
culturais do País.
Por isso, achamos que esse projeto vai contar
com o apoio unânime desta Casa, mesmo que traga em seu bojo esta
inconveniência, por exemplo, do barbacacho que outros apontaram e nós também,
para o qual nos dispomos a apoiar o destaque pedido pelo Ver. Jorge Goularte. É
um primeiro passo decisivo e fundamental, mas queremos aproveitar a menção que
se faz na exposição de motivos a que a vida cultural desta Cidade está inserida
num sistema de planificação urbana, não a cultura como um quisto, mas como a
prática constante e participativa de criatividade, queremos lembrar que é hora
de começarem os meios culturais a se integrar também e sabemos da importância
que tem a crítica, o testemunho de um artista plástico, de um chargista, de um
cronista na abordagem do todo, quando estamos às vésperas de criarmos à beira
do Guaíba um projeto à lá Disney World, não tendo nada a ver com nossos padrões
culturais, quando se projeta com apoio em grupos empresariais riquíssimos e
poderosíssimos a nível de decisão no poder municipal, criarem-se coisas que não
estão condizentes nem com o estado de pauperismo que vive a população desta
Cidade, deste Estado e deste País. E nem com os princípios da nossa vida
natural, da nossa história, das nossas tradições, qual seja os Shoppings
Centers, tão ao gosto daqueles que sofrem de uma profunda alienação cultural,
para não dizer de um profundo comprometimento com a Cidade, objeto de
transações, construções, aumento e multiplicação dos grandes capitais.
Esta é, Sr. Presidente e Srs. Vereadores, uma
reflexão que eu aproveito oportunisticamente para fazer, e poderíamos começar,
desde já, a analisar a série de projetos que em contradição com o esforço tão
desejável, tão necessário e importante, como este da criação da Secretaria de
Cultura, projetos que poderão, não digo inviabilizar, porque nós acreditamos,
antes de tudo, na caminhada que este povo, apesar de esmagado, desiludido para
fase histórica que atravessamos, será capaz de produzir, com Secretarias, sem
Secretarias, com as elites alienadas, sem as elites alienadas. Mas naquela
busca que sabemos, historicamente, os povos estão fadados a realizar. Talvez
tenha sido um pouco de pretensão minha chamar atenção para estes aspectos, mas
acho que é oportuno falar-se assim, apoiando, na íntegra, este Projeto no que
diz respeito à criação da Secretaria de Cultura do Município que espelha o consenso
de todos. Fazendo ressalvas que, a nosso ver, merecem ser feitas e clamando
para que não se perca o horizonte mais amplo no momento em que se dá um passo
tão fundamental como será a aprovação desta Secretaria de Cultura do Município.
Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE: O
próximo orador inscrito é o Ver. Hermes Dutra, que transfere o seu tempo com a
inscrição do Ver. Mano José. Ver. Mano José está com a palavra por dez minutos.
O SR. MANO
JOSÉ: Sr.
Presidente, Srs. Vereadores, Srs. que representam a cultura de Porto Alegre,
consubstanciados naqueles que há tantos anos desempenha a sua atividade na
Divisão de Cultura da SMEC, era nossa intenção, e até por designação da nossa
Bancada, fazer uma analise do Projeto a partir da semana retrasada,
lastimavelmente, no último dia de Sessão Ordinária da Câmara, segunda-feira,
fui acometido à noite de uma infecção intestinal que durante a semana toda me
tirou das atividades normais, razão pela qual não fizemos aquela análise que
pretendíamos fazer. Entretanto, por ser um Projeto que trata de um setor do
qual estivemos dirigindo por dois anos, não poderíamos nos furtar de dizer
algumas coisas dentro da nossa visão, já que o Projeto já foi por demais
discutido desta Tribuna.
Nós lembramos que quando foi concluído,
inaugurado o Centro Municipal de Cultura, várias pessoas desta Cidade
classificaram o Prefeito Vilella de louco, que o Prefeito Vilella não tinha
mais nada a fazer na Cidade de Porto Alegre, do que fazer uma construção, como
é o Centro Municipal de Cultura, numa área altamente valorizada e entregar para
que alguns artistas fossem para lá trabalhar, fossem para lá fazer alguma coisa
em nome da cultura. Entretanto, para nossa satisfação, dez anos depois da
inauguração do Centro Municipal de Cultura, nós vemos que hoje discutimos nesta
Casa um Projeto de Lei que cria, não mais uma divisão de cultura, mas sim uma
Secretaria Municipal de Cultura, procurando-se atender toda a demanda daqueles
que, introjetados deste “metier”, buscam, cada dia mais novos locais, novos
equipamentos de cultura. Nós fomos Secretários de Educação, portanto Secretário
onde estava a Divisão Municipal de Cultura. Mas também não podemos negar que a
Administração do então Prefeito João Dib era uma Administração de pobreza
fransciscana, nada acrescentou quanto a equipamentos de cultura na Cidade, mas
fizemos um trabalho para o qual pedimos o reconhecimento daqueles que lá
trabalhavam, daqueles que, lá, desenvolviam suas atividades, quer como docentes
ou dicentes, que foi a recuperação do Centro Municipal de Cultura, como, por
exemplo, a maior obra nossa lá, que foi a recuperação do ar condicionado do
Teatro Renascença, que há muitos anos não funcionava mais, e para isso tivemos
que pedir o auxílio da briosa Brigada Militar, para que colocasse soldados lá,
a fim de evitar que a gurizada tomasse banho no lago fora do Teatro, para que
pudéssemos, então, fazer um tratamento na sua tubulação, com ácido, e
recuperar, de uma vez por todas, o ar condicionado do Teatro Renascença. Goteira
no Centro Municipal de Cultura, chuva em todo lugar, tudo isto nós procuramos
combater, porque entendíamos que o Centro Municipal de Cultura - já era na
nossa época - e hoje mais do que antes, é realmente, talvez a atração número um
da nossa Cidade. É um equipamento que deve merecer, dos administradores, a
maior atenção e, desta Casa, o maior apoio, para que tenha, realmente, cada vez
mais, melhorados os seus equipamentos móveis, imóveis, assim como também o
Araújo Viana, pois nós estamos torcendo que realmente saia a cobertura do
Araújo Viana, para que haja um teatro de capacidade média, coberto, de 4.500
lugares e que todos possam desenvolver as suas atividades lá com tranqüilidade,
sem precisar consultar a São Pedro, diariamente. Nós estamos torcendo por isto.
Falou-se, aqui, que deveria ter sido
utilizada uma nova técnica e não mandar a reestruturação da SMED junto da
Secretaria de Cultura, e nós concordamos. Nós concordamos, mas também achamos
que o Prefeito Collares e a Secretária Neuza Canabarro não estão fazendo nenhum
milagre. Não estão fazendo nada além do que se podia esperar de qualquer
administração. Nós pretendemos fazer uma reestruturação da SMEC, os nossos
assessores colocaram isto no papel, mas não veio para esta Casa porque o Chefe
do Executivo dizia que não tinha dinheiro e botava as mãos na cabeça; nós
criamos o anteprojeto do fundo municipal de cultura, consubstanciados em dois
volumes dessa natureza, que foram encaminhados ao Sr. Prefeito e que não vieram
para cá; não sabemos qual era a filosofia do Prefeito, nesse sentido, mandou os
seus assistentes ler, um dos autores do fundo municipal de cultura é o Dr.
Paulo de Oliveira, assessor do nobre Ver. Antonio Hohlfeldt, aqui na Casa,
porque não nos interessa saber a cor partidária do funcionário, e botávamos a
trabalhar, e aproveitávamos, inclusive, evidentemente, aquilo que o funcionário
tinha de bom, na nossa administração. Por isso, entendo que a criação do fundo
veio em boa hora, deve ser aprovado por esta Casa, e os cargos que a SMEC cria,
devem ser aprovados por esta Casa também, porque não é justo que lá estejam
funcionários exercendo chefias sem receber, nós os tivemos, e sempre ficava
para quando encaminhássemos para cá, a reestruturação da SMEC, criar a FG para
dar àqueles funcionários, e nós explicávamos que iríamos encaminhar a
estruturação da SMEC.
O SR.
PRESIDENTE (Lauro Hagemann): O seu tempo esgotado, queira encerrar; o relógio é
implacável.
O SR. MANO
JOSÉ: Sr.
Presidente, me permita dizer uma palavra a respeito da DERP: tínhamos um número
“x” de praças, tínhamos um número “x” menos “y” menos “n” menos “s”, de
professores da DERP para atender os serviços da DERP e esse “x” menos “y”, etc.
era apenas suprido por alguns estagiários e mais nada.
O Sr. Werner
Becker: V.
Ex.ª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Acho justificável a criação
de cargos para preencher chefias, mas vejo aqui que a criação de cargos não se
limita a preencher chefias, inclusive se estende à criação de Cargos em
Comissão, algumas bem vultosas. Gostaria de saber sua explicação, pois V. Ex.ª
conhece bem.
O SR. MANO
JOSÉ: A
criação de cargos é necessária em nosso entendimento, embora pequeno excesso...
O Sr. Werner
Becker: Não
é pequeno.
O SR. MANO
JOSÉ: Pequeno
excesso naquilo que não será preenchido por aqueles que já exercem a atividade,
o que em nosso entendimento não prejudica o projeto. Tínhamos na DERP um número
elevado de praças que precisavam ser supridas por professores. Entendemos que
cada praça deve ter sua chefia, pois há um número regular de funcionários que
exerce sua atividade na praça e não é possível que um número, um grupo de
funcionários exerça uma atividade sem ter uma chefia.
Acho que o projeto deve ser aprovado e a
técnica de mandar já a reestruturação da SMEC é uma técnica que deve ser
aproveitada, ser considerada como oportuna, senão fica para depois e fica muito
alterada, muito mais alterada depois do que agora. Aprovo a técnica como
aprovarei o Projeto. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE: O
próximo orador inscrito é a Ver.ª Bernadete Vidal que cede o seu tempo ao Ver.
Artur Zanella. V. Ex.ª tem 10 minutos.
O SR. ARTUR
ZANELLA: Sr.
Presidente e Srs. Vereadores. Compareço aqui para que a primeira parte da minha
intervenção seja sobre o problema da Ordem do Dia. Derrotado, mas não
convencido, concordei com a Mesa e retirei o Requerimento, inclusive, por
analogia, já que todas as Emendas a partir de agora são Emendas de Líder, estou
tentando também a começar a pedir Comunicações de Líder, apesar de não sê-lo,
mas só, prometo, nas Sessões Extraordinárias.
Mas Sr. Presidente e Srs. Vereadores, o
projeto, é um projeto, como eu disse, pessoalmente, talvez, pela experiência do
Estado, talvez eu não votasse a favor, mas, votarei em função do desejo do Sr.
Prefeito e dos ex-Secretários de Educação que aqui desfilaram: Ver. Frederico
Barbosa, Ver.ª Teresinha Irigaray, Ver. Mano José, mas, para deixar bem claro,
Sr. Presidente e Srs. Vereadores, é que esta concordância vai até aquilo que se
limita à Secretaria de Cultura. Acho que o projeto da Secretaria de Educação
deve ser tratado à parte, porque não é somente, como se disse aqui para atender
as diretoras dos novos colégios que foram criados. Não é isso! Eu fiz o cálculo
aqui, são cinco colégios com a sua Diretora, Sub-diretora, com o seu Secretário
e um Diretor de Escola Especial. Total: 18 cargos e que estão sendo criados 102
cargos, inclusive assessores especialistas, assessores especialistas,
assessores de comunicação social, etc. que não têm nada a ver com Secretaria de
Cultura. Também não se trata de reestruturação da Secretaria porque ela pode
ser feita por decreto a qualquer momento, o que nós estamos tratando aqui é a
criação de cargos e que por um processo fantástico de soma e de subtração, um
órgão tem que se aumentar o número de funcionários, de cargos de chefia, o que
me parece absolutamente inédito em termos de administração municipal.
Quanto às Emendas, eu até falei para um dos
autores de uma delas, Ver. Aranha Filho, meu vice-líder, que não votarei na sua
Emenda porque quando coloca preferencialmente na aprovação, no aproveitamento
das pessoas que trabalham na Divisão de Cultura, permite, até, que eles não
sejam aprovados.
O Sr. Aranha
Filho: V.
Ex.ª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Atendendo solicitação de V.
Ex.ª, estou retirando a Emenda, já que outra, do Ver. Flávio Coulon, contempla
e fica melhor, porque eu peço preferencialmente e ele obriga que seja
aproveitado o pessoal do quadro.
O SR. ARTUR
ZANELLA: Os
senhores notam na nossa Bancada há uma absoluta identidade de pensamento, e
cumprimento o Ver. Aranha Filho sobre isto. Nas Emendas há uns 4 Pareceres, e
um Parecer, do Ver. Auro Campani, do PDT, que é favorável a algumas Emendas,
inclusive a minha, alerto que, apesar de estar incorretamente colocado aqui no
espelho, também a Comissão de Justiça foi favorável à Emenda nº 4, que não é a
posição do Ver. Isaac Ainhorn, do PDT, que retira qualquer validade, de
qualquer Emenda e rejeita todas, até uma do Ver. Antonio Hohlfeldt, a nº 3, em
que o Vereador propõe que o Executivo tenha melhores condições de ampliar o
serviço. Então, a Bancada do PDT se divide ou aceita algumas Emendas e rejeita
outras. O diligente Ver. Isaac Ainhorn retira todas.
E eu queria defender a minha Emenda que cria,
ao invés de uma central da Imagem e do Som, um museu da Imagem e do Som. O
Museu da Imagem e do Som tem um nome consagrado como museu, em todas as partes
do mundo. Fiz esta Emenda a pedido de diversas pessoas que lutaram, durante
muito tempo, por esta idéia. E eu me lembro e sintetizo num nome só o nome do
Dr. João de Almeida, chefe da Casa Civil, Ver. Perachi Barcelos, que durante
longos anos lutou por isto, faleceu e não se criou o seu museu em âmbito
estadual. Encaminhei esta Emenda ao PDT e ao que consta, futuro Sr. Secretário
de Cultura que não me deu resposta alguma, que me permitia crer que não tinha
restrições nenhuma. Soube depois que S. Ex.ª tinha restrições, alegando, ao que
consta, que Centro de Imagem e do Som é mais amplo que museu e que Centro faz
mais coisa que museu, que seria estático. Eu me permito lembrar-me dos museus
que visitei: Museu do Louvre, Museu Britânico, Museu do Prado, Museu do Cairo e
que por ter o nome de museu em nada impedia o seu funcionamento com as coisas
mais antigas e com coisas do futuro, com cursos, etc. E digo também que
examinando o Projeto e é por isso que eu queria que eu tivesse mais tempo, eu
verifico que o Centro de Imagem e do Som, a gratificação do seu diretor é de
padrão 5, enquanto que o diretor do Auditório Araújo Viana, o diretor do
Atelier Livre da Prefeitura tem uma gratificação 6, demonstrando claramente que
o Centro da Imagem e do Som tem uma hierarquia inferior no Projeto ao Auditório
Araújo Vianna e ao Atelier Livre da Prefeitura. Hierarquia inferior ao
Secretário Executivo não sei de quê, a gerente de projeto, a assessor técnico
em assuntos culturais, que por sinal tem um padrão 7, a chefe de unidade e tem
o mesmo padrão de FG de um chefe de seção e de um assistente - imagino que seja
assistente técnico.
Então, o que eu queria é que este museu
tivesse o nome consagrado; em segundo lugar, que tivesse um prazo para sua
implantação e explico por que: porque pretendo apresentar uma Emenda no Projeto
da Beneficência Portuguesa destinando àquele prédio para o Museu da Imagem e do
Som, mas não posso aumentar FG porque o Sr. Prefeito vetará sob a alegação de
aumento de despesas e também de interferência na parte executiva. Então, eu
vejo que o Museu aqui está em situação inferior e tem um nome que não é
consagrado. Há o exemplo do Diretor do Centro de Canto e Dança. Eu não tenho
nada contra o canto nem contra a dança, mas que eu imagino que o Museu da
Imagem e do Som for abarcar toda essa nossa imagem, todos esses nossos
destaques que estão desaparecendo, tivesse uma abrangência maior.
O Sr. Hermes
Dutra: V.
Ex.ª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Zanella, eu li uma
Emenda de V. Ex.ª em relação ao Museu e fiquei com uma dúvida que gostaria que
V. Ex.ª me tirasse. V. Ex.ª fala num quadro próprio. Eu não entendi se esse
quadro próprio é mais um quadro dentro da Prefeitura, ou V. Ex.ª se refere a
funcionários próprios do Museu da Imagem e do Som?
O SR. ARTUR
ZANELLA: Evidentemente
que me refiro a quadro de funcionários próprios. O objetivo, na hora da
redação, foi este. É um quadro de pessoal próprio, assim como tem, no governo
do Estado, agora, as escolas com o seu quadro próprio. Eu não imagino, por
exemplo, um Rio-pardense de Macedo, de uma hora para outra, ser transferido
para o Centro de Dança; eu não consigo imaginar certas pessoas que representam
isso que nós queremos, irem trabalhar em outro lugar. Então, espero um voto
favorável dos meus pares e espero que, futuramente, em acordo com o Executivo,
sejam aumentadas essas gratificações, porque não é admissível que um Diretor de
Museu - como no Museu de Porto Alegre, e se o termo museu fosse diminutivo, não
teria o Museu de Porto Alegre no Projeto - não ganhe igual a um assistente
qualquer e que ganhe menos do que assessores de cargos em comissão que estão
sendo criados.
Então, eu peço apoio para esse Projeto, que é
uma aspiração de Porto Alegre, e quando vemos aquelas grandes figuras da nossa
terra desapareceram sem deixar seu depoimento. Quando vemos o museu do
carnaval, em salinhas lá na Epatur, atirados lá, lutando aquelas pessoas, por
seus meios próprios para que mantenham nesta Cidade a sua imagem. E para que
mantenham a identidade de Porto Alegre dentro deste museu que ora preconizamos.
Sou grato.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE:
Com a
palavra o Ver. Adão Eliseu.
O SR. ADÃO
ELISEU: Sr.
Presidente, Srs. Vereadores, é evidente que eu não tive a felicidade, a
ventura, os momentos de alegria e satisfação, de fazer tantas viagens e
visitas, museus tradicionais, da velha Europa e do Oriente, como o Ver. Artur
Zanella, mas visitei o Museu de Porto Alegre, Júlio de Castilhos e o Museu de
Arte Moderna do Rio de Janeiro.
O Sr. Raul
Casa (Aparte anti-regimental): Não foi porque não quis.
O SR. ADÃO
ELISEU: Eu
o invejo porque isto é cultura, realmente isto alicerça, sedimentada a cultura
do Ver. Artur Zanella. Felicito-o.
O Sr. Hermes
Dutra: V.
Ex.ª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Só para lembrar a V. Ex.ª que
a inveja é pecado para não dizer outra coisa, que transita num decalco. Para um
homem como V. Ex.ª não fica bem ficar com inveja do Ver. Artur Zanella. Eu
conheço o Museu de Gravataí e de Canoas e nem por isto invejo o Ver. Artur
Zanella.
O SR. ADÃO
ELISEU: Tudo
bem, é um pecadinho pequeno, não é?
Mas me parece que o essencial, o principal
das nossas discussões é realmente a criação da Secretaria de Cultura. Nós temos
aqui vários intelectuais, vários artistas, várias pessoas ligadas à cultura,
assim como temos também no Plenário Vereadores também ligados à cultura de um
modo geral, porque não se pode criar compartimentos estanques tendo em vista
que o conceito de cultura e a definição de cultura, que são coisas diferentes,
realmente são muito amplos. Mas, me parece, que no Município, é importante,
Senhores Vereadores, falar na cultura, ainda mais aqui nesta Casa onde
encontramos vários Vereadores com posições avançadíssimas, com posições
políticas, posições biológicas, sabem muito bem, muito melhor do que eu até que
um país sem cultura é um país atrasado e que a educação está muito ligada à
cultura como veio ligada no Município, como veio no Estado, como veio ligada em
vários momentos e em vários momentos e em várias localidades de nosso País e do
mundo. Uma coisa está ligada a outra.
Então, nós queremos o desdobramento para que
a cultura tenha vida própria, baseada e alicerçada e tendo como ponto de
partida a educação, nós vamos ampliar, nós Vereadores e o Prefeito Municipal a
visão macrocosma que temos de cultura e ampliar também e ampliando também a
atuação do mundo cultural de nossa Cidade, de nossa capital.
Nós dizíamos que a filosofia do Projeto é
cultura, a criação de novos cargos é uma necessidade urgente, mas a filosofia é
a criação da secretaria de Cultura porque a Secretaria passar a ter um
posicionamento, uma posição política em nosso Município. E cultura, Senhores, é
um processo. Cultura todo mundo sabe, só para reforçar, cultura é processo e
por ser processo é dinâmico e levando em conta esta dinamicidade e levando em
conta isso nós temos necessidade de prover e prover esta Secretaria.
Ora, eu gostaria de atenção do Ver. Caio
Lustosa especialmente - e é pena que o Ver. Jorge Goularte não esteja em
Plenário - e gostaria de reforçar apenas a explanação, uma tentativa, o que não
deixa de ser uma pretensão de reforçar apenas o depoimento excelente por parte
do Ver. Frederico Barbosa, que não é do meu partido, mas depois de toda aquela
explanação de 20 ou 30 minutos, achei que fosse desnecessário, Ver. Caio
Lustosa, dar explicações no melhor sentido, na tentativa - e não deixa de ser
uma pretensão - de convencê-los a pensar conosco, depois de uma reflexão, no
sentido de viabilizar a aprovação também da criação desses cargos e funções que
estão sendo propostos no Projeto. Para isso, gostaria de apenas repetir, lembrando
o que o Ver. Frederico Barbosa já fez desta tribuna, que é surpreendente que as
mentes mais ligadas, os vereadores mais ligados, à ideologias mais
progressistas, a posicionamentos avançados e progressistas, por via de
conseqüência, não vai crítica nenhuma nisso, não tenham atentado para esta
particularidade; notem bem Vereadores, Ver. Caio Lustosa, a saúde e a educação
no nosso Município, de acordo com o quadro fornecido pela Secretaria de
Educação, e nós podemos comprovar isso, são as que têm o menor percentual de
FGs e CCs no Município. Vejam bem: desde 1960, os Governos da Arena ou da
Revolução, não importa, tentaram reformular, tentaram melhorar, tentaram
arrumar, esses setores de atividade municipal, em especial, a educação. Não foi
possível pelas razões também expostas pelo Ver. Frederico Barbosa e Mano José.
Diria e mostraria a V. Ex.as que, para a criação da Secretaria é
necessário que se criem os CCs e FGs para poder criar condições, no sentido de
que aqueles funcionários, que já exercem as funções, recebam a remuneração
adequada.
Nós temos na Secretaria de Educação e
Cultura, no momento, um percentual de 6,96% das FGs e CCs do Município. Em
compensação, nós temos em outras secretarias, V. Ex.ª deve ter estudado isto
aí, e o Ver. Jorge Goularte, também, nós temos 14%, 21%, 34%, 24%, 64%, 45%,
35%, 52%.
Notem bem, nós temos aqui na Secretaria de
Educação e Cultura 6,96% das FGs e CCs do Município.
Na Secretaria da Saúde, 7,53%.
Nos países socialistas, as duas colunas
importantes, V. Ex.as sabem bem, para os quais os governos
socialistas dirigem os maiores e melhores esforços é para estes dois setores. E
infelizmente no Município, Ver. Jorge Goularte, são os dois setores mais fracos
não há FGs, não há incentivo, não há CCs, são as menores.
Portanto, terão que ser criados.
Pediria que alguém do meu partido que não
queira usar a tribuna que me cedesse seu tempo para eu poder dar os apartes.
O SR.
PRESIDENTE: O Ver. Ennio Terra inscreve-se e cede
seu tempo a V. Ex.ª.
O SR. ADÃO
ELISEU: Agradeço
ao Ver. Ennio Terra, pela cedência do seu tempo. Não vou utilizar todo o tempo,
apenas para ceder o aparte ao Ver. Caio Lustosa.
O Sr. Caio
Lustosa: V.
Ex.ª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Apenas quero restabelecer a
verdade. V. Ex.ª tirou uma enlação sobre o meu pronunciamento, de que eu
estaria contra, aliás, é costume aqui nesta Casa se distorcer as palavras da
gente, eu estaria contra em suma a Secretaria da Educação, se estivesse
aparelhada com o pessoal, com recursos. Não é isto. O meu reparo foi apenas que
dentro de um projeto de criação da Secretaria de Cultura viesse esse barbicacho
que pode até ser necessário dentro de uma reformulação na Secretaria de
Educação do Município. Sou favorável e inúmeras vezes tenho votado pela outorga
de recursos, de pessoal. V. Ex.ª não vê um voto meu contrário. Agora o meu
dever muitas vezes é questionar. É que o PDT não gosta muito da democracia
quando questiona e critica. Chegou agora na minha comissão, como exemplo,
criação de um tal de centro de mão de obra que não tem sequer um croqui desse
centro, quer dizer: é brincadeira! Acho que a mínima responsabilidade nossa é
saber o que vão fazer com a venda, por exemplo, de não sei quantos terrenos no
valor de 50 milhões de cruzados. Ao menos o croqui da obra nós temos que saber
para permitir a alienação de um bem para a concepção dessa obra. Então, não é
questão de ser contra a educação. Aliás, acho que foi mal introduzido. O
projeto da questão de cultura é bom. Agora, o fato de tudo estar ligado a tudo
é um princípio justamente que norteia os ecologistas, a interdependência de
todos os setores da vida. A própria saúde - eu comentava há pouco com o Ver.
Nilton Comin - é fundamental, porque um povo sem saúde não pode gerar cultura.
V. Ex.ª não coloque na minha boca o que realmente não digo e nem pense.
O SR. ADÃO
ELISEU: Ver.
Caio Lustosa, V. Ex.ª sabe que a palavra não é um dom a todas as pobres
criaturas do globo terrestre e eu tentei apenas, no que diz respeito ao
pronunciamento de V. Ex.ª, do Ver. Jorge Goularte que esse barbicacho foi
necessário pelas razões que o Ver. Frederico e Mano José expuseram e estou
tentando expor também e estas duas Secretárias estão carentes e por que não
criar mais algumas funções para aumentar o universo funcional dessas duas Secretarias
. Vejam os Senhores, que o Centro de Cultura da Secretaria Municipal, V. Ex.as
podem perceber que, hoje, não aparece nas páginas dos jornais aquilo que se
pretende fazer em matéria de cultura no Município. E não é cultura elitista,
Srs. Vereadores. E não tem-se feito cultura elitista, se é que se pode dizer
que existe cultura elitista em qualquer parte do mundo, porque é evidente que o
leque que se abre, quando se tenta conceituar cultura, é muito grande. Mas, lá
no Centro de Cultura, eu não precisaria citar a equipe que está fazendo isso,
sob a direção do professor Felizardo, meu dileto amigo, realmente estão fazendo
milagres, tanto ele como a sua assessoria, aquelas pessoas que lá fazem Arte, e
não Arte pela Arte, Arte engajada nas questões das inquietações humanas. Que
seja o Teatro de Câmara, Museu de Porto Alegre, o Auditório Álvaro Moreira,
enfim, todos os setores de atividades têm realmente tido com esta equipe. Teve
evidentemente com outras, mas eu posso registrar, nesta equipe, realmente, um
papel muito importante na divulgação, na propagação e na criação de um ambiente
cultural. Agora, como é que vamos criar a Secretaria se ela não estiver provida
com as funções necessárias? As FGs e as CCs devem ser criadas para estas
pessoas que já exercem as funções naquele setor. E, nisso aí, parece-me que o
Ver. Caio Lustosa tem razão, eu posso ter interpretado mal, mas a minha
intenção era mostrar que estes barbicachos são necessários e podemos até
pensar, e pensando podemos até declarar que possam ter se aproveitado, no bom
sentido, deste momento para reestruturar a Secretaria de Educação do Município.
Não vejo nada de mal nisto aí, porque é uma pretensão, um sonho, desde 1964.
Era isto, Srs. Vereadores, que tínhamos a
declarar, posso dizer, inclusive, em nome da Bancada do PDT, e não poderia ser
diferente, porque a nossa Bancada tem obrigação, como se faz em qualquer parte
do mundo, de apoiar as boas propostas do governo em torno do qual gira todo o
nosso apoio. Vamos votar favoravelmente e esperamos que aqueles Vereadores, que
estivessem em desacordo com alguns pontos do Projeto - não com as minhas
explicações, porque seria uma pretensão muito elevada - mas com o estudo
processado e com esta reflexão, tenham realmente mudado de posição em torno de
todo o Projeto. Não me parece ruim mudar. Mudar para melhor é uma demonstração
de superioridade.
O Sr. Pedro
Ruas: V.
Ex.ª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Não gostaria que V. Ex.ª
saísse da tribuna, sem que eu pudesse fazer uma rápida colocação, no sentido da
oportunidade do seu pronunciamento. Realmente, me parece que foi bem enfocado o
fato de que há necessidade, para criação e funcionamento efetivo de uma
Secretaria deste porte e com esta finalidade, da criação de determinados cargos
que possibilitem, viabilizem, a existência e funcionamento deste órgão. V. Ex.ª
foi muito feliz na forma como enfocou este problema e acredito que a Casa
esteja realmente esclarecida.
O SR. ADÃO
ELISEU: Muito
obrigado. V. Ex.ª realmente enriquece o meu pronunciamento e faz com que eu
relembre ao Plenário que lá no Centro de Cultura, hoje, a freqüência é de
pessoas do mais baixo ao mais alto poder aquisitivo. É, realmente, uma
demonstração de que a cultura não pode ser elitista, não pode ser simplesmente
cultura popular, ela simplesmente é cultura, e lá se faz cultura, se cria
ambiente para a cultura, e muito mais será feito se criada a Secretaria nas
proporções em que deseja o projeto, e teremos, realmente, no Município, Srs.
Vereadores, um momento em que a partir do qual Porto Alegre terá um centro
propagador e criador da cultura no nosso Município. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE: Para
discutir, a palavra com o Ver. Hermes Dutra, V. Ex.ª tem 10 minutos.
O SR. HERMES
DUTRA: Sr.
Presidente e Srs. Vereadores. Quem chegasse aqui, hoje, à tarde, e ouvisse o
discurso, aliás, brilhante, do Ver. Adão Eliseu, imaginaria que o PDT estava
entrando na Prefeitura e que uma das primeiras metas fosse criar a Secretaria
de Cultura para atender a uma antiga aspiração da comunidade cultural de Porto
Alegre, entretanto, não fora a oposição, nesta Casa, existiria hoje, sim,
patrocinada pelo PDT, e pela, segundo no nobre Ver. Adão Eliseu, disciplinada
bancada, um monstrengo, lembram, que juntava em uma só Secretaria a cultura, o
esporte, o turismo, o vendedor de banana, amendoim, é por aí, era quase isso,
que não passou nesta Casa graças à oposição férrea que se fez à época, embora o
PDT defendesse, com unhas e dentes, o projeto enviado pelo Sr. Prefeito Municipal,
e tardiamente, S. Ex.ª se dá conta de que o monstrengo, efetivamente, não
poderia prosperar, e já da metade ao fim do seu governo, envia a esta Casa um
projeto que cria a Secretaria Municipal de Cultura. E, como sempre, faz as
coisas no melhor estilo socialista moreno, manda no fim-do-ano, quando a Casa
está cheia de Projetos, e que não tem tempo de analisar detidamente, de se
discuti-los com a devida acuidade, até mesmo para tirar a suspeição, que paira
em cima do Projeto, em relação à criação de cargos, para a Secretaria Municipal
de Educação, manda no fim-do-ano, talvez porque não queira, exatamente, que se
estabeleça esta discussão e este questionamento. E mandou tão tarde que sequer
a Comissão especializada desta Casa conseguiu examiná-lo com a profundidade que
seria desejada e necessária, para que se bem pudesse votar no dia em que visse
a discussão final. Mas se é coisa que não faço é não mudar o discurso, não sigo
o exemplo da nobre Bancada situacionista desta Casa, que muda conforme o vento;
que um dia acha o Conselho Popular interessante e, no outro dia, rejeita uma
Emenda que manda submeter a um conselho a localização das creches; que um dia
defende o Poder Legislativo e, no outro dia, vota a favor de um Veto do Sr.
Prefeito, que impede que esta Casa aprove os valores venais dos terrenos, onde
vai incidir, no minguado bolso do trabalhador porto-alegrense, o Imposto
Predial e Territorial.
Há um ano e meio, mais ou menos, eu dizia,
desta tribuna, que era contra a criação daquele monstrengo que se vendessem
bananas, tomates, turismo, etc. e cultura junto, mas que S. Ex.ª mandasse a
esta Casa uma proposta de criação da Secretaria de Cultura, que teria o nosso
apoio. Um ano e tanto! Como S. Ex.ª demorou. Dizem as más línguas que o
problema todo era a briga com o Vice-Prefeito Glênio Peres. Mas que depois, com
a entrada do inteligente, ilustrado e trabalhador Prof. Felizardo, conseguiu-se
ajustas as coisas, e por fim a Casa tem o desprazer de fazer uma coisa que
queria fazer com prazer que era votar com tranqüilidade absoluta, sem impor
óbices que não fosse o atraso ao projeto que cria a Secretaria de Cultura, que
por certo terá erros, pois a Casa não pôde analisar mais detidamente por falta
de tempo. Culpa do PDT, mas que se erre pela ação do que se tente acertar pela
omissão.
Vai se votar a favor do Projeto. De minha
parte vou votar contra o pedido de destaque do nobre Ver. Jorge Goularte ou da
Emenda do nobre Ver. Antonio Hohlfeldt porque de há muito tempo a SMEC precisa
de uma reformulação e por sorte ou azar os três Vereadores do PDS já exerceram
aquela Secretaria que é um belo mundo. Não foi por má vontade da Casa, não foi
por falta de incentivo, não foi por falta de discurso a favor que S. Ex.ª não
mandou antes. Mandou talvez pelo prazer sádico, quem sabe, para nos fazer votar
às pressas ou para resolver problemas intestinais do PMDB, consegue agora fazer
a Secretaria Municipal de Cultura. Desculpe-me, mas é tudo do mesmo saco, Ver.ª
Jussara Cony: PMDB, PDT. O Ver. Caio Lustosa acha que não, é questão de
opinião. É tudo socialista, lembra-me o Ver. Artur Zanella, pode ser que o
socialismo do Ver. Caio Lustosa seja menos moreno do que o do PDT, mas é tudo
socialista. Pode ser que a Bancada da esquerda seja mais populista, mas a
grande verdade é que no Governo, Ver. Caio Lustosa, não tem se mostrado
diferente do que o PMDB. Talvez com uma ou outra diferença, por exemplo, o
Prefeito Collares não mandou botar os cachorros nas professoras, cortou o
Regime Suplementar e Complementar de trabalho, mas não mandou botar, os
cachorros, vamos fazer justiça. Tirou o salariozinho das coitadas, mas não
mandou botar os cachorros. Então, não existe diferenças efetivamente entre um e
outro no Governo.
O Sr. Caio
Lustosa: V.
Ex.ª permite um aparte? (Assentimento do orador.) É que os cachorros foram
criados e amestrados pelo PDS e pela Arena a que V. Ex.ª se filiou sempre.
O SR. HERMES
DUTRA: Corretíssimo,
Vereador, e eu que imaginava que o PMDB os alimentaria com pão-de-ló para que
mansos ficasse parece que se preocupou em colocar pimenta e sangue no focinho e
nas presas dos cachorros para que mordessem as professoras com mais ferocidade,
coisas que aliás não aconteciam nos Governos passados, mas, isso é passado e
vamos esquecer, aliás já puniram, suspenderam o Comandante do Choque e parece
que o Cabo vai ser preso na semana que vem. Então está resolvido o problema.
Não tem problema nenhum.
Ouço o Ver. Pedro Ruas, pedindo que seja
breve porque meu tempo está curto e eu ainda tenho algumas razões a favor da
Secretaria.
O Sr. Pedro
Ruas: Eu
vou ser tão breve que desisto do aparte, Vereador.
O SR. HERMES
DUTRA: V.
Ex.ª é quem sabe. Os meus prósperos é que vão lamentar não ter podido ler o
aparte de V. Ex.ª mas, quem sabe V. Ex.ª me dá por escrito e eu mando incluir
depois. Mas por fim, Sr. Presidente e Srs. Vereadores, queria dizer que afinal
de contas antes tarde do que nunca. Um projeto mal feito, inoportuno, é bom que
se registre, mas salvo pelo mérito, pela necessidade interno do projeto. Não
fique pois o PDT a imaginar que esta Casa está dando crédito de confiança a
quem quer que seja. Não, o que nós estamos aqui é simplesmente praticando um
discurso que nós fizemos quando obrigamos o Prefeito a retirar aquele
monstrengo que mandou para cá. Nós estamos sendo coerentes com o nosso
discurso, coisa aliás que seria muito bom se o PDT o fizesse. Muito obrigado.
(Não revisto
pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE: O
próximo orador inscrito é o Ver. Werner Becker. V. Ex.ª tem 10 minutos.
O SR. WERNER
BECKER: Sr.
Presidente, Srs. Vereadores, Srs. Funcionários desta Casa. Aquele que tem mais
intimidade com a música popular brasileira, talvez, pudessem lembrar-se de toda
uma letra de uma música de carnaval, mas que tem um conteúdo perfeitamente
natalino e que diz mais ou menos assim: (Canta a canção.) (“Eu pensei que todo
mundo fosse filho de Papai Noel...”) Mas, é só 102 que apareceram, 102 filhos
de Papai Noel em nome da Educação e da Cultura.
Sou a favor da cultura, da Secretaria da
Cultura, do movimento cultural, mas não sou a favor da promiscuidade cultural.
E este Projeto aqui traz a promiscuidade cultural, da criação da Secretaria de
Cultura, com cargos na Secretaria de Educação. Os departamentos da Cultura, da
ética, e não me parece isto de boa ética.
É evidente que nada tem que ver a Secretaria,
a criação da Secretaria de Cultura com a criação dos cargos da Secretaria de
Educação, mesmo por uma questão de princípios. Se o Sr. Prefeito entende que
tem que separar as duas Secretarias, por que ele entende que a criação de
cargos de uma Secretaria tem que vir no Projeto que cria outra Secretaria? Eu
vou votar a favor do Projeto, a criação da Secretaria de Cultura, mas vou votar
a favor da Emenda do Ver. Antonio Hohlfeldt, contra a criação dos cargos da
Secretaria de Educação. Me permita o Ver. Cleom Guatimozim, é um voto político.
Sei que o maior interessado, sob o ponto de vista político, é V. Ex.ª, na
criação desses cargos, porque a partir de amanhã em diante, tenho certeza de
que a Bancada do PDT passará a votar unida e coesa, os interesses desta Câmara,
e que é porta-voz da condição de líder do Governo, Ver. Cleom Guatimozim, os
interesses do Executivo Municipal.
Milagres da educação e milagres da cultura.
Tenho certeza, até, que se um ou outro falhar, na votação, tenho certeza, até
que amanhã, votado este Projeto, ele dirá com a consciência tranqüila, que
acreditou no patriotismo dos outros companheiros de Bancada. Mas nós da
Oposição, a nós não passou desapercebido a discrepância entre a matéria e outra
embutida num mesmo Projeto. E se esta Casa for deveras oposicionista, ou tiver
um reduto oposicionista marcante, cabe a ela, tenho a impressão, votar a favor
da criação da Secretaria de Cultura, para não se demonstrarem intransigente,
mas contra a criação dos cargos na Secretaria de Educação que só vão favorecer,
tenho certeza a companheirada, e que, de amanhã em diante, mesmo que toda a
companheirada não vote, porque a confiança de um companheiro, de outro
companheiro no restante da maioria da companheirada, de amanhã em diante, para
a felicidade do Ver. Cleom Guatimozim, a companheirada marchará aqui una,
coesa, como um bloco monolítico que não foi até agora. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. ARTUR
ZANELLA (Questão de Ordem): Sr. Presidente, para evitar que amanhã eu tenha que
pedir a mesma coisa, gostaria de reiterar o que já foi pedido anteriormente: a
relação dos projetos que serão votados amanhã, para que nós possamos - eu ao
menos - possamos estudá-los com mais vagar esta noite, amanhã de manhã ainda,
porque está caindo assim como caixinha de surpresas esses projetos, gostaria,
então, por favor que distribuíssem antes os avulsos, ou ao menos a lista dos
projetos, um telegraminha, um aviso, qualquer coisa.
O SR.
PRESIDENTE (Frederico Barbosa): V. Ex.ª receberá a informação, mas de antemão posso
declarar a V. Ex.ª que até o presente momento não há nenhuma matéria para ser
votada na sessão de amanhã. V. Ex.ª será informado, assim como todo o Plenário,
antes do final da Sessão. Esta é a informação que me é dada neste momento pelo
Diretor Legislativo.
O SR. ARTUR
ZANELLA: Muito
obrigado.
O SR. CLÓVIS
BRUM (Questão de Ordem): Eu, não desejando fazer idêntica Questão de Ordem, apelo à Mesa, caso
exista 1 ou 2 Projetos para votar amanhã, que transfira para depois de amanhã,
e amanhã se trabalhe em cima de pareceres, a fim de preparar mais outros
projetos. Sou grato a V. Ex.ª.
O SR.
PRESIDENTE: Agradeço
a colaboração e a lembrança de V. Ex.ª.
O SR. JORGE
GOULARTE (Questão de Ordem): Sr. Presidente, recebi cópia, agora, do Veto Total
do Sr. Prefeito Municipal, sobre o Projeto, de minha autoria, que visava
reclassificar funcionários efetivos do Município. Entendo que o Prefeito vetou
fora de data porque a data fatal era dia 18, e foi vetado dia 21. Consulto à
Diretoria Legislativa, pedindo que faça um levantamento urgente desta matéria,
porque se ele foi vetado fora de prazo, é considerado silente, e o Presidente
da Casa deve promulgar o Projeto.
O SR.
PRESIDENTE: A
Mesa recebe como solicitação de V. Ex.ª, eis que não se enquadra como Questão
de Ordem e a Diretoria Legislativa já está providenciando. A informação que
temos é que entrou, há pouco, no Protocolo da Casa. V. Ex.ª já tem cópia em
mãos, pois foi mais rápido do que a Mesa e é o interessado direto no assunto. A
Mesa irá estudar e responderá, o mais breve possível, a V. Ex.ª.
Com a palavra, o Ver. Isaac Ainhorn. V. Ex.ª
tem 10 minutos.
O SR. ISAAC
AINHORN: Sr.
Presidente e Srs. Vereadores. A democracia...
O SR. ARANHA
FILHO (Questão de Ordem): O Sr. Presidente, para colaborar com a Mesa. Não sei se V. Ex.ª já
prorrogou a Sessão, ou se existe necessidade de prorrogação.
O SR.
PRESIDENTE: A
presente Sessão segue até as 18 horas e 33 minutos. Após esse prazo será então
realizada a sua devida prorrogação.
O SR. ISAAC
AINHORN: A
democracia, Sr. Presidente, exige tolerância. Veja V. Ex.ª que aqui hoje à
tarde, desde as duas horas discutimos um Projeto que todo mundo talvez esteja
careca de saber, o Projeto já tem apoio quase unânime da Casa, o Projeto é
recebido com a maior alegria pelos legisladores da Cidade.
Vejam V. Ex.as, que alguns
Vereadores gostam de falar, de discutir os projetos, outros simplesmente
passariam os Projetos, não precisava discutir, os que estiverem a favor
permaneçam como estão, os que forem contrários... Aprovado. Isto faz parte da
democracia. E os homens da cultura que hoje comparecem ao Legislativo
Municipal, os homens, as moças, senhoras; homens no sentido abrangente, que os
homens da cultura são hábeis em compreender estas conceituações, vejam o quão
árdua é a democracia. É muito difícil, Ver. Jorge Goularte, mas nada ainda foi
construído melhor do que a democracia. Notadamente para a cultura. E veja V.
Ex.ª que nós estamos lutando há mais de dois anos pela implantação da
Secretaria da Cultura. Este Projeto faz parte da plataforma eleitoral do então
candidato Alceu Collares à Prefeitura de Porto Alegre. Veio a esta Casa e teve
discussões as mais variadas, porquanto na oportunidade a Secretaria de Cultura
vinha acoplada com outras atividades que não a própria cultura. Na oportunidade
eu pessoalmente sustentava que a Secretaria de Cultura deveria ter um perfil
puro em termos de cultura. E há pouco indagava ao futuro Secretário da Cultura
que aqui se encontra nesta tarde, e dizia ele que não havia no organograma da
Secretaria de Cultura nenhum aspecto com relação à cultura popular, e ele com
muita propriedade observava que não existe uma cultura popular e uma cultura de
elite, existe uma cultura só e hoje esta Casa resgata também o seu compromisso em
aprovar uma Secretaria de Cultura e aliás uma observação que gostaria de fazer
porquanto fui relator do Projeto na Comissão de Urbanização, Transporte e
Habitação nesta Casa, surpreendentemente um Projeto sobre a Secretaria de
Cultura, que quando cria uma Secretaria desta natureza passa por esta Comissão
que eventualmente não teria nada a ver com cultura, mas à medida que cria
cargos ela passa, faz parte do Regimento Interno, é da natureza este tipo de
Projeto passar por esta Comissão também. No meu relatório eu tinha colocado de
maneira a rejeitar todas as emendas. Agora, faço a minha autocrítica,
reconhecendo inclusive que algumas emendas têm méritos inegáveis e eu faço na
condição de que todo homem tem o direito de reconhecer que as suas condições
num determinado momento não poderiam estar corretas e fazer uma autocrítica,
porque reconhecer o erro e não modificar daí, sim, seria muito grave.
E o Vereador que não aproveitou o seu tempo,
talvez até porque o Projeto tramita rapidamente e não precisa de grandes
bacharéis nem de grandes advogados para sustentar o Projeto, embora o artigo 19
tenha sido largamente criticado eu acho que no momento em que se reestrutura
duas Secretarias, quando se muda, quando se desacopla da Secretaria de Educação
e Cultura parte substancial da vida desta Secretaria eu acho que nada incorre
em termos de qualquer heresia a inclusão de um dispositivo que cria cargos na
própria Secretaria de Educação.
Me surpreendo, até, com alguns ataques que
tenho sofrido ao artigo 19 porquanto alguns colegas Vereadores, em vários
momentos, aprovaram projetos que, num determinado momento, tratavam matérias
completamente distintas. Quando se cria uma Secretaria de Cultura que modifica
o corpo essencial, que é a Secretaria de Educação e Cultura, não vejo porque a
surpresa e o espanto de alguns colegas Vereadores com relação à própria
Secretaria de Cultura ter, em parte, uma reformulação, dentro de um todo maior
de um Projeto. Por essa razão, entendemos que o art. 19 em nada tem de anormal.
Justifica-se, mais adiante, vir alguns complementos em relação aos cargos que
ora estão sendo criados através deste Projeto de Lei.
O Sr. Pedro
Ruas: V.
Ex.ª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Isaac Ainhorn, como o
nobre Ver. Werner Becker não me concedeu o aparte, aproveito sua concessão para
dizer que heresia, no dia de hoje, foi o Ver. Werner Becker, na frente de uma
platéia tão seleta e tão cheia de nomes que engrandecem o mundo artístico e
musical desta Cidade, tentar cantar, nessa tribuna, o que nos deixou bastante
chocados, mas, acima de tudo, não compreender que uma secretaria não funciona,
não pode funcionar qualquer órgão público, aliás, sem o mínimo de
infra-estrutura a nível de cargos criados. Acho que V. Ex.ª coloca bem o
assunto. Infelizmente o Ver. Werner Becker não está presente para ouvir esta
crítica: senão ao mérito do seu pronunciamento, pelo menos, à sua voz,
cantando.
O SR. ISAAC
AINHORN: Honra-me
seu aparte, o qual deixo agregado ao meu pronunciamento. Repito e repiso a
inclusão de sua intervenção no meu discurso.
O Sr. Jorge
Goularte: V.
Ex.ª permite um aparte?
O SR. ISAAC
AINHORN: Vejo
que os coleguinhas se alvoroçaram. Os apartes serão concedidos. V. Ex.ª, Ver.
Jorge Goularte, tem o aparte. Faz parte do jogo político e democrático.
O Sr. Jorge
Goularte: Veja
V. Ex.ª: ao invés de V. Ex.ª ter esclarecido aos Pares, V. Ex.ª indigna-os.
Estou indignado com V. Ex.ª, não está acrescentando nada. V. Ex.ª confessou da
tribuna que uma Secretaria não pode viver numa Prefeitura sem criar cargos em
comissão. E por que o Prefeito veta o meu projeto que não criava cargos nenhum,
apenas reclassificava?
O SR. ISAAC
AINHORN: Mas
o seu projeto é uma novela, eu e o Ver. Pedro Ruas, nem o Ver. Kenny Braga, nem
o Ver. Getúlio Brizolla estávamos aqui nesta Casa e este projeto, o projeto
original do então Ver. João Dib já ganhava as manchetes dos jornais.
Agradeço a intervenção de V. Ex.ª e sei que
na realidade V. Ex.ª concorda comigo, quer a criação da Secretaria de Cultura e
inclusive, dos cargos do art. 19.
O Sr. Werner
Becker: V.
Ex.ª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Eu estava ausente, porque
estava tratando de assuntos importantíssimos e relevantíssimos para a Cidade de
Porto Alegre, pois tenho acompanhado de perto e não quero tratá-lo
superficialmente, como por exemplo o Ver. Pedro Ruas tratou o meu discurso.
Nunca disse que uma Secretaria para ser criada não precisasse da criação de
novos cargos. O que me estranha é que uma Secretaria para ser criada precise,
no mesmo projeto da criação de cargos em outra Secretaria. Isto é o que me
chamou a atenção. Mas, em segundo lugar, se o Vereador não gostou da minha
cantada é porque o Vereador prefere outras cantadas, como a que levou na
sexta-feira.
O SR. ISAAC
AINHORN:
Apenas fica a me dever qual a cantada que o Ver. Pedro Ruas levou sexta-feira.
Mas, lamento até, por isso desculpo o Ver. Werner Becker, porque ele estava
fora do plenário, mas a serviço da Cidade como tem sido seu procedimento.
Portanto não ouviu o que eu disse, que era natural numa Secretaria, num projeto
que cria uma secretaria e que desmembra de um todo, que noutra parte do todo
também seja previsto dentro do projeto de lei, que é criação de cargos dentro
da Secretaria de Educação.
É ótimo, faz parte do processo legislativo,
não é ilegal, pelo contrário, é legal e regimental. Sou grato.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. ARTUR
ZANELLA (Questão de Ordem): Sr. Presidente, gostaria que V. Ex.ª encaminhasse à
Auditoria ou à Assessoria da Casa o texto do artigo 21 do projeto que agora
está me trazendo um problema muito grande e que diz: “Fica o Executivo
Municipal autorizado a abrir em qualquer mês do exercício de 1987 créditos
adicionais necessários a instalação, etc.”
Como em 1987, evidentemente, isto não vai ter
eficácia, pois a lei não vai ser publicada em 87 e, mais ainda, como esta
Secretaria não entrou no orçamento de 1988, não existia, gostaria de saber qual
é a atitude regimental que podemos tomar, para que o professor Felizardo, se
não for desconvidado, tenha seus recursos aptos a serem utilizados em 1988.
Porque abre valores no exercício de 87 e não está no orçamento de 88 nenhum
valor consignado para a Secretaria de Cultura. Então, gostaria de saber isto.
O SR.
PRESIDENTE: O
Sr. Auditor está presente na Mesa e lhe será encaminhada neste momento a
consulta.
O SR. ARTUR
ZANELLA: A
Emenda dez diz: “Fica o Executivo Municipal autorizado a abrir no corrente
exercício” e aí fica na mesma.
O SR. IGNÁCIO
NEIS (Questão de Ordem): Eu vi a Emenda 10 se diz que no presente exercício o Prefeito sanciona
em 1988 e está tudo resolvido. Justamente a Emenda prevê isto, ela diz estão aí
os Vereadores de 87 e 88, coloca para 88, quando o Prefeito vai sancioná-la
daqui a dez dias. Então, está tudo resolvido.
O SR. ARTUR
ZANELLA (Questão de Ordem): Espero que a Auditoria não tenha escutado a
participação dizendo que tudo está resolvido, porque fala no orçamento vigente
e todo o espírito da Emenda, o espírito da Lei é na redução daquilo que foi
consignado no orçamento de 1987.
O SR. IGNÁCIO NEIS
(Questão de Ordem): Sr. Presidente, eu contesto o que diz o Ver. Zanella e reafirmo: esta
Emenda do Ver. Flávio Coulon, a Emenda nº 10, é exatamente para sanar o
problema.
O SR.
PRESIDENTE: A
Mesa agradece a colaboração de todos no sentido de esclarecer para que o
Plenário possa votar tranqüilo.
Com a palavra o Ver. Antonio Hohlfeldt.
O SR. ANTONIO
HOHLFELDT: Sr.
Presidente, Srs. Vereadores, Srs. Funcionários da Divisão de Cultura que se
encontram neste Plenário, companheiros que fazem parte da produção cultural da
Cidade de Porto Alegre.
Ao longo destes anos, nesta Casa, nós temos
visto por parte do Executivo dois tipos diferentes de prática. Uma prática
democrática em que aos Projetos enviados originalmente à Casa o Secretário ou o
Diretor de Autarquia comparece ao Legislativo, independente de convite ou
convocação, e procura acompanhar o Projeto discutindo com os Srs. Vereadores.
E, nestes casos, tem resultado muito bem, porque nós podemos apresentar as
dúvidas, as discordâncias e chegar a uma situação de consenso como ainda
vivemos acerca de 10 dias, aqui, com alguns projetos bastante complexos e que,
discutidos com aquelas autoridades responsáveis pelos respectivos setores, nos
permitiram fazer uma série de Emendas, que nos levaram a um resultado que
beneficia a Cidade de Porto Alegre. A outra prática é aquela que temos visto,
de alguns outros Secretários, que enviam Projetos à Casa, e não vêm dialogar,
abertamente, com os Vereadores, ou, se vêm até a Casa, não admitem, em hipótese
alguma, discutir com os Vereadores e aceitar Emendas.
É óbvio que não estou me referindo ao Prof.
Joaquim Felizardo, Diretor da Divisão de Cultura, mas me refiro à Sr.ª
Secretária de Educação que, embora tendo vindo a uma reunião de última hora
nesta Casa, a pedido do Ver. Frederico Barbosa, realmente, até agora, não deu o
seu “sim” a nenhuma Emenda apresentada por esta Casa, e não admitiu, em nenhum
momento, uma discussão objetiva sobre um erro de técnica legislativa claramente
prevista, inclusive no Regimento Interno da Casa, que é não misturar, num mesmo
Projeto, assuntos distintos.
O Ver. Werner Becker, que me antecedeu, já
tocou no problema que para mim é central. Se resolveu separar uma Secretaria de
Educação e Cultura em duas Secretarias, o que se espera é que se enviem dois
Projetos à Casa: um, que cuida da cultura, e que é a aspiração de todos nós, e
outro que, em decorrência deste, vai tratar de reestruturar a educação. Mas não
é esta a lógica. O que nós estamos vendo neste Projeto é a falta de lógica e de
coerência. Separa-se as Secretarias, mas manda-se tudo num Projeto único. Isto,
realmente, atrapalha a avaliação e, eu confesso que, em certo momento, cheguei
mesmo a temer que atrapalhasse especialmente a aprovação da Secretaria de
Cultura na Casa. Mais do que isto, me preocupam algumas ausências de
determinadas práticas legislativas mínimas, como dia há pouco o Sr. Auditor da
Casa, de bom tom, de respeito de um Executivo por um Legislativo. Por exemplo,
indica-se o quadro de pessoal da Secretaria de Cultura e, neste sentido, é de
se destacar uma correção histórica que se faz, que é a de criar o quadro, de
pagar às pessoas, aos funcionários, aos cidadãos que vão desempenhar funções,
cargos, de maneira condigna. E este é o grande mérito do Projeto.
No que me toca, especialmente, eu quero
destacar que, enfim, 25 anos depois, o Atelier Livre da Prefeitura ganha o
caráter de realidade formal, com um Diretor, com um Secretário, e não com
funcionários em desvio de função, como até aqui tem ocorrido. Em compensação, menciona-se,
no artigo que discrimina estes cargos, que é o art. 6º, dizendo-se que são
criados os seguintes cargos em comissão e funções gratificadas, que passam a
integrar a letra c, do anexo 1, do art. 20, da Lei 5732, que é o Plano de
Carreira do Município. E eu consulto o anexo c, do Diário Oficial, e não
encontro estes cargos, que são criados, evidentemente. Mas, compulsando a Lei,
eu não encontro, em contrapartida, as especificações dos cargos. Ou seja, a
Administração Municipal cria diferentes cargos e funções e não diz como elas
serão preenchidas, quem pode tomar posse, o que se exige previamente, e por aí
afora. Coisa que todo o cargo e função exigem devidamente publicada. Nós
poderemos deduzir, por comparação, que se espera que um Diretor de Teatro, e aí
já mais um erro técnico, que eu havia alertado com relação ao projeto original,
Diretor de Teatro é quem dirige um espetáculo de teatro, não é quem dirige uma
casa de teatro, mas, enfim, espera-se que um diretor de teatro tenha mais ou
menos funções semelhantes, e exigências semelhantes do que um diretor de
escola, mas não sei se é isso que pensa a administração centralizada, e não sei
se é isso que interessa ao futuro Secretário de Cultura, ou interessará aos
diretores das salas Álvaro Moreira, Câmara, Auditório Araújo Viana, e por aí
afora, mas, realmente, não sabemos o que vão fazer estas pessoas porque não
vieram os quadros das especificações das funções. Muitos dos companheiros que
me ouvem agora são funcionários antigos e sabem que isso é fundamental em uma
lei que toca no funcionalismo público municipal, seja do quadro, através de
concurso, seja através de Cargo em Comissão ou seja através de Função
Gratificada, mas isso não existe: não sei se isso vai vir daqui a pouco, se vai
ser discutido futuramente. Fala-se que se vai decidir por decreto, mas como
dizia o auditor da Casa, seria de bom tom que o Legislativo tomasse
conhecimento prévio, e é curioso que comparativamente há poucos dias quando
votamos novos cargos e funções nesta Casa, esses quadros vieram, e por que não
vem aqui, no projeto da Secretaria de Cultura? Essa é uma indagação que eu
faço.
O Sr. Mano
José: V.
Ex.ª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Nobre Vereador, apenas não
tive a oportunidade de participar das reuniões que a Sr.ª Secretária da
Educação fez aqui na Casa.
O SR. ANTONIO
HOHFELDT: Não,
Vereador, porque na única que eu sei que veio, foi convidada no início da
tarde, e só podia vir às 18 horas, porque ia fazer um passeio a Aracaju, e me
atrapalhou.
O Sr. Mano
José: Terça-feira
da semana passada, lastimavelmente não pude comparecer, sei que ela estava na
Comissão de Educação, mas o que estranho, Ver. Hohlfeldt, já que V. Ex.ª está
esmiuçando o problema dos cargos é que diz aqui o seguinte: Diretor do Museu de
Porto Alegre, 1125, o que significa nível 5, Diretor de Biblioteca Pública
Municipal Josué Guimarães, nível 6; Diretor do Centro de Imagem e Som, nível 5,
Diretor de Centro de Canto e Dança nível 5. Não sei como é que podem acomodar
mesmos cargos em níveis diferentes: nível 5 e nível 6. Acho que alguma coisa
está mal.
O SR.
PRESIDENTE: Ver.
Antonio Hohlfeldt, a Ver.ª Jussara Cony fez inscrição junto à Mesa e cede o seu
tempo a V. Ex.ª.
Prorrogamos a Sessão por mais duas horas.
O SR. ANTONIO
HOHLFELDT: Ver.
Mano José, V. Ex.ª antecipou a segunda observação, a de que vamos ter um
absurdo de um funcionário situado hierarquicamente em nível superior, vai
receber menos que alguém situado em nível inferior, que é o caso típico de
Diretor de Centro, que terá a seus cuidados Diretor de Instituição e que acaba
ganhando menos.
O Sr. Artur
Zanella: V.
Ex.ª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Já levantei esse fato da
Tribuna dizendo que não apresentava uma Emenda por que seria vetada por vício
de origem pois aumentava a despesa, mas que esperava que houvesse isonomia,
pois o diretor do Araújo Vianna, por exemplo, que ganha mais do que o do Museu.
Está tudo desbalanceado, mas espero que com o tempo se acerte. Veja: secretário
executivo, chefe de unidade, acaba ganhando mais que um diretor de museu. Isso
tem de ser consertado pelo Executivo e não por nós.
O SR. ANTONIO
HOHLFELDT: Assessor
técnico ganha mais que diretor de centro. É difícil entender, a não ser que os
cargos que estão sendo criados o sejam de acordo com as fotografias e daí
voltamos à discussão levantada pelo Ver. Hermes Dutra. É lastimável que a
discussão em torno de uma secretaria que é profundamente importante, secretaria
que sem dúvida alguma, todos nós queremos aprovar, venha tão mal fechada a partir
da área da administração. A informação que tenho e me merece todo o crédito ao
Prof. Felizardo é exatamente que esta questão técnica final foi a administração
que cuidou, a partir daí nem tentei conversar com o Prof. Felizardo, discutir
este assunto porque era uma questão de respeito a S. Ex.ª e realmente não sinto
em condições de fazer este tipo de discussão junto à Sr.ª Secretária de
Educação porque até hoje infelizmente em raras ocasiões nós não conseguimos ter
um tipo de discussão concreta, final, em cima de coisas práticas e objetivas
desse tipo, se manda o projeto, se impõe o projeto e se quer que se vote o
projeto.
Então, Sr. Presidente e Srs. Vereadores,
todos sabem do meu compromisso que não é o de Vereador, apenas, é um
compromisso antigo, um compromisso profissional, é um compromisso pessoal e no
início da tarde estava aqui o companheiro da Associação de Produtores de
Teatro, companheiro Ronald Radde, que inclusive comentava-me preocupado que
ficou junto o Centro de Artes Cênicas e Música e eu dizia a ele que também eu
havia me dado conta disso mas que tinha entendido num primeiro momento, isso
era necessário na medida em que se fez a estrutura a partir dos espaços, das
salas disponíveis. Na verdade, os teatros de um modo geral são tanto usados para
espetáculos de teatro quanto de música, mas, que evidentemente eu vou cobrar do
futuro Secretário, tão logo a Secretaria comece a deslanchar nós possamos ter
aqui enviado pelo então Secretário Joaquim Felizardo um projeto de lei assinado
pelo Prefeito Alceu Collares, separando o Centro de Artes Cênicas do Centro de
Música para que cada um tenha seus espaços de discussão, seus projetos. Acho
que num primeiro momento entendi a questão técnica, prática que se apresentam
aos que fizeram a idealização inicial do Projeto e acho que isso aí é aceitável
e o Radde inclusive concordava comigo.
Então, Sr. Presidente e Srs. Vereadores,
tenho o compromisso com este projeto, vou votar a favor deste projeto, mesmo
fazendo sérias restrições à maneira pelo qual ele se apresenta e fiz questão de
fazer este registro para que não se pense no Executivo que nós não vimos as
falhas e nós não vimos as situações criadas de evidente constrangimento para o
Legislativo. Aproveita-se uma expectativa da sociedade e tenta-se jogar com a
opinião pública em relação a esta Casa.
Fica, portanto, claramente, o meu registro de
que a Secretaria de Cultura, todo nosso apoio, mas que existem erros
lamentáveis, do ponto de vista técnico, formal, no Projeto, que provavelmente
vão, inclusive, nos próximos meses, criar problemas ao Sr. Secretário da
Cultura Municipal e aos próprios funcionários que assumirem esses cargos, e que
isso não passe em julgado, como sendo de desconhecimento desta Casa ou ao menos
dos Vereadores, que se detiveram a examinar o Projeto com seriedade. Eu havia
proposto ao Ver. Cleom Guatimozim, e ele havia aceito, ao que parece não teve o
aval da Sra. Secretária, que nós tivéssemos, neste tempo, feito um grupo de
trabalho que realmente tentasse melhorar o Projeto. Infelizmente, apenas
chegamos aqui com as Emendas dos Vereadores que tentaram colaborar. O Ver.
Aranha Filho também tem um envolvimento direto com a área da dança, o Ver.
Flávio Coulon, este Vereador e o Ver. Zanella. Esperamos que pelo menos as
Emendas que melhoram o Projeto, inclusive a Emenda 10, que tecnicamente deveria
ser uma Emenda apresentada pelo PDT, mas que nem isto o PDT é capaz de fazer,
que foi apresentado por um Vereador do PMDB, e pelo menos aquelas Emendas
melhoram o Projeto, encaminham as questões com a maior seriedade possível,
encontram o apoio da Bancada do PDT que, aliás, continua apenas parcialmente
presente no Plenário, como sempre. Porque é bom que se registre, também, que os
Projetos do Executivo que têm passado nesta Casa, passam com os votos da
oposição, e se depender da bancada do governo vão estar mal. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE: A
Mesa se penitencia do ato de ter prorrogado a Sessão, conforme o artigo 85, sem
submeter ao Plenário, e coloca em votação a prorrogação da Sessão até o esgotar
da Ordem do Dia, pelo máximo de duas horas. Em votação. (Pausa.) Não havendo
manifestações em contrário, está prorrogada a Sessão. Responde também ao Ver.
Jorge Goularte, tendo em vista a colocação do Vereador, quando da data do veto
que deu entrada nesta Casa durante o dia de hoje, já do conhecimento de V.
Ex.ª, tendo dialogado com o Sr. auditor da Casa, o veto tem 15 dias úteis para
ser aposto, e 48 horas para comunicação à Casa. A data fatal transcorreu numa
sexta-feira, às 48 horas, num domingo, e a comunicação foi feita nesta
segunda-feira. Portanto, é entendimento da Auditoria da Casa que se encontra
correta a atitude do Sr. Prefeito Municipal.
Também gostaria de responder e antecipar ao
solicitado pelo Ver. Artur Zanella e que até poucos momentos a Mesa respondia
que não haveria nenhum projeto em condições, a partir de agora comunica que
amanhã à tarde, no horário regimental estará em votação o processo 2787 - PLE
113/87, que estabelece o montante da reserva de índice construtivo para fins de
alienação e o respectivo plano de distribuição. Amanhã, volto a dizer, na Ordem
do Dia, discussão geral e votação, às 14 horas; espera-se estar respondendo a
indagação do Ver. Artur Zanella e comunicando ao Plenário.
O próximo inscrito é o Ver. Clóvis Brum que
tem 10 minutos.
O SR. CLÓVIS
BRUM: Sr.
Presidente e Srs. Vereadores. Claro que sei que quando o Ver. Aranha Filho diz
que seja breve, evidentemente que é uma brincadeira carinhosa. Para cultura
nunca se deve ser breve, principalmente quando é um campo completamente
abandonado pelo poder público em Porto Alegre. Acho que esta Secretaria já
chega muito mais tardiamente do que esta Casa desejava, porém chega e chega
para ser aprovada.
Vou usar meus 10 minutos apenas para dizer o
seguinte: as Emendas apresentadas merecem a atenção dos Srs. Vereadores. No
âmbito da Comissão de Educação e Cultura nós optamos por algumas Emendas que
aperfeiçoam o Projeto. Evidentemente que não se pode tratar de cultura em meio
a um ordenamento que trata de educação, e nem da educação em meio a um
ordenamento que trate da cultura. O Projeto veio bastante equivocado com
referência à melhor prática legislativa. Mas se fez algumas Emendas e elas
tentaram melhorar o Projeto. A Emenda nº 1 do Ver. Aranha Filho, retirada,
segundo informou-me o próprio autor, faz com que passamos a aprovar a Emenda nº
8. Retirada a Emenda do Ver. Aranha Filho, nós votaremos na Emenda nº 8, que
tem quase o mesmo sentido, mas é um pouco mais objetiva, e de autoria do Ver.
Flávio Coulon. A Emenda nº 3, de autoria do Ver. Antonio Hohlfeldt, também
mereceu a nossa aprovação, até por que corrige. A Emenda nº 4, que
anteriormente nós havíamos rejeitado, passamos a aprovar, por força de um
acordo estabelecido, após longa discussão, entre o autor da Emenda e o Prof.
Felizardo. No âmbito da Comissão de Educação, o Prof. Felizardo entendia que o
termo Diretor do Centro era mais abrangente, no entanto, a Emenda do Ver. Artur
Zanella trata de Diretor do Museu da Imagem e do Som. De qualquer maneira,
vamos votar favorável à Emenda nº 4. A Emenda nº 5, também de autoria do Ver.
Artur Zanella, mereceu a nossa aprovação. A Emenda nº 6 não mereceu a nossa
aprovação. A Emenda nº 7, uma bela Emenda, de autoria do Ver. Flávio Coulon, dá
aquele toque de qualidade legislativa ao Projeto, define com clareza absoluta
os assuntos tratados, legislados na área da educação e na área da cultura,
acrescentando o Título 1, que trata da Secretaria Municipal da Cultura, e o
Título 2, da Secretaria Municipal de Educação. Evidentemente que o ideal seria
que essa matéria viesse em dois Projetos, no entanto, está aí, e nós temos que
andar com esse assunto. A Emenda nº 8 substitui a Emenda nº 1, e a Emenda nº 9,
de autoria do Ver. Flávio Coulon, coloca, com clareza, no texto legislativo, a
expressão “cujo anexo integra esta Lei”, porque, por Decreto, o Prefeito pode
alterar esse quadro que nós aprovamos hoje. Evidentemente que não dizia no art.
15 que ele vai alterar no anexo, que passa a integrar com clareza a presente lei.
O Sr. Artur
Zanella: V.
Ex.ª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Clóvis Brum, V. Ex.ª não
se estendeu muito sobre a emenda nº 8 e eu estou com uma dúvida atroz sobre a
mesma porque o Ver. Flávio Coulon inclui a seguinte afirmação: “O Executivo
Municipal providenciará, através de Lei, na criação dos cargos”. Sou favorável a que tudo seja aqui aprovado através
de lei, trazendo para essa Casa algumas prerrogativas. Mas, também, nesse caso,
como é o aproveitamento dos funcionários da Divisão de Cultura, algo com que
todos nós estamos de acordo, temo que como esta lei só pode ser enviada a
partir de 15 de março do próximo ano, ou em outra Extraordinária, temo que os
funcionários sejam prejudicados com a manutenção da Emenda nº 8, com esta expressão
“através de lei”. Nós prestigiamos a Câmara, trazemos para cá estas
prerrogativas, mas tenho o temor de que os funcionários da Divisão de Cultura
sejam prejudicados e, por uma mudança qualquer, terminem não ingressando no
quadro, imediatamente. Isto deve ser fruto de uma discussão maior.
O SR. CLÓVIS
BRUM: Respeito
muito a posição do autor de cada Emenda, e o da Emenda nº 1, é exatamente o
Ver. Aranha Filho, acho que a Emenda dele é perfeita.
O Sr. Artur
Zanella: Mas
ele já retirou a Emenda. Não era perfeita porque falava em preferencialmente.
O SR. CLÓVIS
BRUM: Mas
resolvia o problema de todos os funcionários da atual Divisão de Cultura.
Chamo a atenção do Líder do PDT, do Líder de
V. Ex.ª, Ver. Raul Casa, chamo a atenção, o Ver. Artur Zanella levanta um
assunto muito sério que poder ser corrigida por uma Emenda de Liderança, que
pode ser apresentada agora, daí o Ver. Artur Zanella, o Ver. Raul Casa, o Ver.
Flávio Coulon e o Ver. Aranha Filho, poderiam discutir uma Emenda alternativa
capaz de melhorar, porque o Projeto veio, realmente, com uma série de
imperfeições, mas tem que se salvar o Projeto porque estamos nos minutos
derradeiros e acho que uma Emenda de Liderança oportunizaria, Ver. Flávio
Coulon, a que se votasse uma melhor alternativa diante das duas emendas.
Mas eu estou preocupado, também, porque no
Projeto se contempla a criação dos cargos para as direções das escolas que já
estão sendo implantadas.
O Sr. Artur
Zanella: São
só 18 para as escolas.
O SR. CLÓVIS
BRUM: Sim,
mas são 18 diretores que nós precisamos. Não se pode criar uma Secretaria com a
responsabilidade como da Cultura e nem desestabilizar uma Secretaria da
conseqüência da Educação, sem a criação de cargos. E eu sou francamente
favorável da criação de cargos. E eu acho que compete ao Poder Executivo a
responsabilidade da criação de cargos. Não podem acusar esta Casa de que a Casa
votou contra a criação de cargos que tratam da área da educação. Se estes
cargos, numa discussão mais oportuna, ficarem provados que não estão dentro das
necessidades da Secretaria de Educação ou da Secretaria da Cultura, que se
critique. Mas, rigorosamente, eu não quero discutir o número de cargos. Eu voto
favorável. Eu acho que o Prefeito de Porto Alegre tem responsabilidade com esta
Cidade, se ele mandou pedir estes cargos é porque a Secretaria, tanto da
Cultura como da Educação necessitam destes cargos. Depois de criados os cargos
nós vamos ver se, efetivamente, estas duas Secretarias estão tendo o desempenho
à altura dos cargos solicitados ou não. Por isso eu não discuto. Se o Prefeito
mandasse 1.500 cargos eu votaria pelos 1.500 cargos sem qualquer discussão.
Depois, vamos discutir caso a caso, vamos saber se o funcionário existe, se ele
está trabalhando, se está tendo a produção. Se efetivamente este organograma
que consta do Projeto a nível de função está sendo rigorosamente cumprido. Se o
Prefeito faz uma Exposição de Motivos e assina esta Exposição de Motivos, eu
respeito esta Exposição de Motivos, reservando-me o direito de examiná-la
posteriormente, até nos locais de trabalho. Disto eu não tenho qualquer
constrangimento. Esta é a minha função. Agora, não posso negar cargos, quando
se trata da cultura ou da educação. É da responsabilidade do Prefeito Alceu
Collares, é da sua lavra, é da máxima responsabilidades os cargos que estão
sendo criados. Eu não entro no mérito da quantidade eu questionarei, na
oportunidade, a qualidade. Hoje, eu voto favorável, com direito reservado de
questionar a produção e a qualidade da criação desses cargos.
Concluo, Sr. Presidente, declarando o meu
voto favorável ao Projeto, às Emenda 3/4/5/7/9 e, se não for representada
qualquer emenda entre a 1 e a 8 eu fico com a 1, se retirada a 1 eu voto na 8.
Sou grato.
(Não revisto pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE: A
palavra com o Ver. Pedro Ruas, pelo espaço de 10 minutos.
O SR. PEDRO
RUAS: Sr.
Presidente e Srs. Vereadores. A discussão que se estabeleceu no dia de hoje,
inclusive com relação às Emendas apresentadas é, sob todos os ângulos em que se
analise a questão profundamente profícua e para todos nós. Evidentemente que a
forma de se ver a criação de uma Secretaria importante como a Secretaria de
Cultura e a sua necessidade ou não de infra-estrutura através de cargos em
comissão e funções gratificadas criadas para este fim específico é da análise
subjetiva de cada Vereador e deve ser respeitada.
Entretanto, Senhores Vereadores, é de ser
salientado que o propósito maior deste Projeto passa a ser atingido com a quase
unanimidade das opiniões em favor da criação da Secretaria de Cultura e na
nossa opinião há necessidade também da criação de tais cargos para que se dê
condições de efetivo funcionamento para esta Secretaria que precisa e por isso
constam do Projeto os tais cargos para que possam existir condignamente e
realizar aquilo para o qual se propõe e que com tanta ênfase já foi debatido
por inúmeras pessoas que tinham conhecimento específico da matéria em
discussão. Não pode passar sem resposta o tipo de trabalho pouco produtivo e
com um espírito muito mais provocador que elucidativo em relação às questões
que hoje se debate, do nobre Líder do PSB, nesta Casa. Ver. Werner Becker,
quando sobe a esta tribuna para chamar de filhos de Papai Noel os funcionários
que desempenharão funções específicas na Secretaria de Cultura, nós, Vereadores
da Bancada do PDT, temos de registrar o nosso protesto. Protesto veemente, na
medida em que se trata não de uma discussão que visa a elucidar o debate e
elucidar eventuais dúvidas que ocorram, mas, sim, de uma provocação aos
Vereadores do PDT e de uma ofensa aos eventuais funcionários que servirão
naquela Secretaria. Mais ainda: se o Ver. Werner Becker, como disse, trata de
assuntos relevantes fora do Plenário, pelo jeito continua tratando, porque
continua ausente, devem ser assuntos relevantes e, se considera que uma
conversa deste Vereador com o Sr. Prefeito Municipal, pode ser chamada de
“cantada” de sexta-feira, em nossa opinião, o Vereador desconhece até
princípios comezinhos de forma e de obrigação de trabalho de cada Vereador, na
Câmara Municipal.
Mas, eu faço este registro de protesto,
pedindo escusas às pessoas que nos honram com suas presenças e registrando a
importância de tal tipo de esclarecimento para que não fique qualquer palavra e
manifestação do Sr. Ver. Werner Becker, colocadas ao sabor de suas vontades
pessoais, sem respostas e sem o devido esclarecimento em cada dia de trabalho
nosso, na CMPA.
É aqui que temos a obrigação de discutir os
Projetos de relevância, os Projetos que são importantes nesta Casa. É neste
Plenário que os assuntos têm relevância, e não como quer o Ver. Werner Becker,
Líder do PSB, fora do Plenário. Mais ainda: colocando questões e ofendendo
pessoas que nada têm a ver com a discussão, aliás, que ele não conhece, porque
não sabe quem serão os funcionários a serem lotados naquela Secretaria,
chamando-os de filhos do Papai Noel, nos obrigando, infelizmente, a ouvir
péssimas notas musicais, emitidas nesta tribuna.
Sr. Presidente e Srs. Vereadores, esse tipo
de registro, de protesto e aproveito a presença do Ver. Werner Becker, para
repetir o que disse há pouco: em nossa opinião é de extrema importância, na
medida em que a gravidade de eventuais irresponsabilidades colocadas nesta
tribuna precisam ficar com resposta e esta resposta tem que ser pronta e
imediata por cada integrante que tenha a dignidade de defender o mandato
popular na Câmara Municipal de Porto Alegre. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE: Encerrada
a discussão. A Mesa recebeu um Requerimento e solicita ao Sr. 3º Secretário que
faça a leitura do mesmo.
O SR. 3º
SECRETÁRIO: (Lê.)
“de autoria do Ver. Aranha Filho, solicitando a retirada da Emenda nº 01,
aposta ao PLE nº 100/87 - Proc. nº 2570/87.”
O SR.
PRESIDENTE (Brochado da Rocha): Em votação o Requerimento. Os Srs. Vereadores que o
aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
O SR. ARTUR
ZANELLA (Questão de Ordem): Sr. Presidente, já que entramos agora no processo de
votação gostaria de saber se a Mesa tem algum parecer sobre a consulta já
feita, sobre o artigo 21 que está no Projeto de Lei. A Emenda é outra coisa e
não pode ser levada em consideração no momento.
O SR.
PRESIDENTE: Sr.
Vereador, salvo o melhor juízo, existem duas Redações. A Redação do artigo 21
consagra o exercício de 1987.
O SR. ARTUR
ZANELLA: Correto.
O SR.
PRESIDENTE: A
Emenda de nº 10 diz que o Executivo Municipal fica autorizado a abrir, no
corrente exercício, créditos adicionais necessários à instalação e
funcionamento da Secretaria Municipal de Cultura. Correto, Sr. Vereador?
O SR. ARTUR
ZANELLA: Correto,
Sr. Presidente. Eu tenho a impressão de que não há relação entre uma e outra,
porque a Emenda não se sabe se será aprovada, ou não. O que tem, de fato, é o
Projeto do Sr. Prefeito. Eu quero saber se, eu recusando a Emenda do Ver.
Flávio Coulon, esta Secretaria vai ter verba, ou não.
O SR.
PRESIDENTE: Sr.
Vereador, seguramente afirma-se o seguinte: existe um Projeto de Lei do
Executivo que restringe a situação fático-jurídica ao ano de 1987. Existe uma
outra que poderá ou não restringir a 1987. No entender da Mesa, elas não se
excluem, elas até podem se completar. Este é o entendimento da Mesa.
O SR. MANO
JOSÉ (Questão de Ordem): Sr. Presidente, nós queremos fazer uma colocação, para a qual nós
pedimos a atenção do nobre Líder da Bancada do PDT. No nosso entendimento, se
houver um comprometimento por parte do nobre Líder da Bancada do PDT de que S.
Ex.ª o Sr. Prefeito sancionará o Projeto a partir do dia 2 de janeiro, a Emenda
nº 10 supre totalmente aquilo que diz o artigo 21. Acho que é condição “sine
qua non” para que realmente possa ser aprovada, hoje, a Emenda nº 10 e a partir
do dia 2 estaria liberado, então, o Executivo.
O SR.
PRESIDENTE: Sr.
Ver. Mano José, trata-se apenas de uma questão de política administrativa do
Sr. Prefeito. Eu não sei o que o Sr. Líder do PDT poderá afirmar ou não. Eu
gostaria de traduzir as duas questões do art. 21, que limita a mexer-se no
orçamento, dentro do corrente ano de 1987. Pela Emenda nº 10, se o Sr.
Prefeito, por uma questão de política administrativa, vier a sancioná-la, no
corrente ano, ele ficará circunscrito ao corrente ano, senão passará a ter
vigência no ano de 88, a Emenda nº 10. É uma questão meramente de política
administrativa, e, em todo caso, V. Ex.ª chamou à colocação o Sr. Líder do PDT
e S. Ex.ª poderá responder. Mas se trata meramente de uma matéria de
procedimento político-administrativo.
O SR. CLEOM
GUATIMOZIM (Questão de Ordem): Comunico que conversei há pouco com o Sr. Prefeito
Municipal, e passo a assumir o compromisso solicitado pelo Ver. Mano José.
O SR. ARTUR
ZANELLA (Questão de Ordem): Não podemos deixar uma Emenda ou a aprovação de um
Projeto à disposição de um acordo que poderá ser ou não implementado, desde que
a votação, inclusive, é secreta. Então não há garantia absolutamente nenhuma.
Mas o que eu coloco é que se não houvesse essa Emenda, a Auditoria da Casa não
teria colocado esse problema, e nós votaríamos uma lei absolutamente inócua, e
a outra vai ser uma lei passível de interpretação, se for aprovada a Emenda nº
10, como parece. Eu coloco isto, porque pedi, através de Questão de Ordem há
duas ou três horas, pedi a opinião da Auditoria da Casa e, até agora, não
chegou nada, na hora da votação.
O SR.
PRESIDENTE: A
Mesa assenta-se em cima de uma posição sua. Trata-se de uma questão não legal e
simplesmente de política administrativa, que o Sr. Prefeito deverá seguir ou
não, não sendo competência da Casa o exame da matéria.
O SR. ARTUR
ZANELLA: Pedi
à Auditoria há umas duas ou três horas.
O SR.
PRESIDENTE: A
Mesa, independente do que a Auditoria pode ter dito ou não, tem uma posição.
Trata-se de política administrativa e o Sr. Líder do Governo se manifestou, mas
estamos votando matéria de direito, e como matéria de direito, ambas, quer a
matéria pertinente e posta no Decreto e no Projeto de criação da Secretaria,
ora em votação, quer a Emenda nº 10, ambas, juridicamente, são perfeitas.
O SR. ANTONIO
HOHLFELDT (Questão de Ordem): Eu tenho apenas uma preocupação, Sr. Presidente. No
decorrer da tarde de hoje, houve diversas trocas de Presidência da Sessão. Em
decorrência disto, se não estou enganado, houve o deferimento, por parte de
quem ocupava a Presidência, em determinado momento, ao Requerimento do Ver.
Zanella, para um Parecer da Auditoria. Eu gostaria de conhecer este Parecer da
Auditoria. É neste sentido que eu faço o meu Requerimento.
O SR.
PRESIDENTE: Ver.
Antonio Hohlfeldt, V. Ex.ª terá o Parecer da Auditoria. Agora, a Mesa, como
Mesa, e a Presidência, apenas encara o Parecer da Auditoria como assessoramento
e toma a decisão neste sentido.
O SR.
FREDERICO BARBOSA (Questão de Ordem): Durante a tarde, evidentemente, passaram vários
Vereadores no exercício da Presidência dos trabalhos. Este Vereador recebeu um
sem número de questões e tentou responder a todas. Apenas, por um equívoco,
passou a Presidência à V. Ex.ª, sem responder a questão do Ver. Artur Zanella.
Não precisaria Auditoria nenhuma procuração deste Vereador, mas, realmente, a
Auditoria respondeu a solicitação da Presidência em Exercício resposta esta
solicitada, não por escrito pelo Ver. Zanella, mas pedindo apenas para o
Auditor que estava presente à Mesa, que desse a sua opinião. O erro foi deste
Vereador, no Exercício da Presidência, em não responder o que disse o Auditor,
frente ao texto, já dado ao seu conhecimento. Coincide, perfeitamente, com a
manifestação dada pela Presidência da Casa, através de V. Ex.ª. Agora, não foi
solicitado nenhum parecer por escrito pelo Vereador, e S. Ex.ª deve se recordar
disto, mas apenas que fosse dada uma interpretação pelo Sr. Auditor.
O SR.
PRESIDENTE: Registramos
a presença, em Plenário, do ex-Deputado Matheus Schimidt, que muito nos honra.
Para encaminhar, o Sr. Lauro Hagemann, pelo
PCB.
O SR. LAURO
HAGEMANN: Sr.
Presidente e Srs. Vereadores, cumpre-me, primeiramente, saudar a presença,
neste Plenário, do ilustre conterrâneo e ex-Deputado Federal Dr. Matheus
Schmidt, cuja presença nos é sumamente agradável e honrosa.
Propositadamente não vim a esta tribuna para
discutir o projeto em Pauta, a criação da Secretaria Municipal de Cultura,
porque é longa a trajetória deste processo por esta Casa, por quase dois anos,
tornava desnecessária a presença deste Vereador e da Liderança do PCB para
defender a criação de Secretaria Municipal de Cultura. Desde o início fomos
favoráveis à criação desta Secretaria, mesmo quando ela veio para esta Casa, no
início da trajetória, acompanhada da criação da Secretaria de Turismo de
Desporto, nós queríamos que esta Secretaria fosse criada exclusivamente como
Secretaria de Cultura, e este foi o entendimento do Executivo ao remeter pela
segunda vez o Projeto; somos favoráveis à criação da Secretaria de Cultura, mas
não podemos concordar com o embutimento de um apêndice que não pertence à
Secretaria de Cultura, que é a criação dos cargos da Secretaria de Educação,
porque acreditamos que não se devam confundir as coisas, e quero ressaltar uma
informação que tive, de que o grupo que elaborou o Projeto que acabou vindo
para esta Casa, que cria a Secretaria de Cultura, não incluiu, no seu trabalho,
a criação dos cargos para a Secretaria de Educação. Faço essa ressalva em nome
dos artistas, de intelectuais, e diviso vários companheiros de longa
trajetória, neste setor, que não concordaram com isso. Quero ressalvar esta
posição, porque não posso acreditar que esses companheiros queiram tisnar o
projeto meritório da criação da Secretaria de Cultura, com essa mistura,
Respeito a opinião do Prefeito, do Executivo, da Bancada do PDT, e de todos os
que queiram misturar as coisas, mas eu vou votar contra o artigo 19, porque
acredito que isso deva ser matéria para ser conduzida por outros caminhos.
Por isso, Sr. Presidente e Srs. Vereadores,
encaminho favoravelmente. Esta é a posição do PCB no sentido de criar-se, no
Município de Porto Alegre, a Secretaria de Cultura com todos os cargos e com
todas as disposições que o Projeto contém porque ele reflete a necessidade que
tem o mundo cultural desta Cidade de se criar um organismo pertinente à
importância que a cultura hoje representa para esta Cidade. Não posso por isto
tomar como sofisma a necessidade de se embutir o art. 19 nesse Projeto que veio
tisná-lo como uma coisa que não pertence ao Projeto propriamente dito. Muito
obrigado.
(Não revisto
pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Brochado da Rocha): Para encaminhar, Ver. Flávio Coulon.
O SR. FLÁVIO
COULON: Sr.
Presidente e Srs. Vereadores. A Bancada do PMDB, em sua unanimidade, irá
aprovar o Projeto que cria a Secretaria da Cultura. O empenho desta Bancada em
relação a este assunto era tão grande que apresentamos 5 Emendas que foram
consideradas pelos demais Pares desta Casa, altamente meritórias. Mostrava o
interesse que este assunto tinha dentro da Bancada do PMDB, que o estudou e
debateu a nível de Bancada e apresentou aquelas Emendas que achava pertinentes.
Queríamos deixar muito claro que a nossa
Bancada não considera que a criação desses cargos seja um trem. Se assim os
considerasse, certamente não os aprovaria. Quero deixar claro que em relação
aos artigos que criam cargos para a Secretaria da Educação, a Bancada está
liberada para cada um dos Vereadores votar de acordo com suas consciências. O
que assistimos aqui durante toda tarde e que alguns dos assistentes que aqui
estão tiveram apenas uma amostragem porque normalmente só vêm quando o assunto
interessa, nada mais é do que a repetição dos 365 dias deste ano aqui desta
Câmara de Vereadores. Aqueles projetos bons, que não teriam aqui nenhuma
oposição, são justamente nesses projetos que o Executivo embute, coloca alguns
penduricalhos justamente para contemplar alguns amigos do poder. O que
aconteceu aqui foi a repetição deste fato, a Secretaria da Cultura aqui teria
uma votação unânime e tranqüila, mas não era preciso acoplar neste projeto da
Secretaria de Cultura e no prestígio que o Prof. Felizardo goza nesta Casa
alguma coisa mais, alguma coisa que favorecesse à Secretaria de Educação.
Então, se embute dentro deste Projeto, que nada tem a ver com a cultura, se
embute a criação de 102 cargos na Secretaria de Cultura, cargos com os quais,
evidentemente, em outro Projeto nós até poderíamos concordar desde que
devidamente explicitado e explicado.
A crueldade deste Projeto é que precisa ser
aqui denunciada porque isso não é a primeira vez que acontece. Isso é com todos
os projetos enviados pelo Executivo, acontece isso, são projetos mal
explicados, mal redigidos, projetos onde se embutem assuntos que nada tem a ver
com o princípio do projeto e assim por diante. É isso que precisa ser
denunciado aqui. Uma festa que seria a aprovação da Secretaria de Cultura, se
transforma numa tarde de discussão, num triunfo melancólico por parte do
Executivo, exatamente por quê? Exatamente porque negam a Secretaria de Cultura
um Projeto limpo; um Projeto tranqüilo. Há interesse em macular este Projeto da
Secretaria de Cultura. É esta a posição que o PMDB coloca aqui. Existem
defeitos neste Projeto, mas são defeitos pré-concebidos foram defeitos
acoplados justamente para tirar o mérito desta vitória que em grande parte se
deve a figura do Prof. Felizardo.
Para encerrar, Sr. Presidente, eu gostaria de
salientar, agora, em caráter pessoal e não como Líder de Bancada do PMDB, que
eu lamento com o pessoal do Atelier Livre que várias vezes me procuraram antes
deste Projeto ter chegado aqui, e que, por razões que eu desconheço, uma vez
entrando o Projeto nesta Casa desapareceram as pessoas que se propunham a
discutir este Projeto, pelas razões que eu desconheço, mas que irei investigar
tão logo seja sancionado pelo Sr. Prefeito este Projeto. Assim, a Bancada do
PMDB vota maciçamente, pela maioria dos seus Vereadores aqui presentes, a favor
da criação da Secretaria de Cultura, e libera os Srs. Vereadores para que votem
o destaque do artigo 19 e que embute a Secretaria de Educação neste Projeto,
que mancha este Projeto, que macula este Projeto, libera os Srs. Vereadores
para que votem de acordo com as suas consciências. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE: Encaminha
a Ver.ª Jussara Cony, pelo PC do B.
A SRA. JUSSARA
CONY: Sr.
Presidente e Srs. Vereadores, Srs. artistas ligados à área de cultura e às
artes da Cidade de Porto Alegre, Prof. Felizardo. Não tem sido poucas as vezes
que temos tido oportunidade, principalmente de conversar com o Prof. Felizardo,
até pelo trabalho que o mesmo realiza junto à Divisão de Cultura desta Cidade,
colocando a posição do nosso Partido, Partido Comunista do Brasil, em relação à
importância, em momento como este, histórico até, da resolução que esta tarde
teremos nesta Câmara Municipal, de aprovar um Projeto da criação, para o
Município de Porto Alegre, de uma Secretaria de Cultura. Histórico pelo próprio
momento que vive a nossa Nação, histórico pela importância, através dos tempos,
que tem tido a participação de artistas, de pessoas ligadas à cultura no
próprio processo da evolução da conquista de uma nova sociedade, da conquista
da democracia e da importância que representa a arte e a cultura neste
processo. Como não poderia deixar de ser a idéia que não é fruto de uma outra
pessoa, mas sim o espelho de uma comunidade, e que vem a esta Casa, através da
participação desta Câmara, ligada à cultura e às artes, é importante que
estejamos, nesta tarde, a aprovar um Projeto para a Cidade de Porto Alegre que,
não temos dúvida, pode desencadear no Estado do Rio Grande do Sul, uma
Secretaria que, temos certeza, será dirigida com a participação efetiva da
comunidade artística e cultural de Porto Alegre, poderá desencadear, no Estado
do Rio Grande do Sul, uma Secretaria que, temos certeza, será dirigida com a
participação efetiva da comunidade artística e cultural de Porto Alegre.
Agora, queremos deixar bem claro, assim como
outros colegas Vereadores que nos antecederam, aliás, Sr. Presidente, Srs.
Vereadores, da oposição, de que não podemos de maneira nenhuma aprovar tudo
aquilo que foi aposto e que temos absoluta certeza não tem nem a participação
das pessoas ligadas às artes e a cultura e nem sequer a participação das
pessoas ligadas às artes e a cultura e nem sequer a participação do Prof.
Felizardo. Alguns chamaram de penduricalho; nós poderíamos chamar, como há
pouco conversava com o Ver. Caio Lustosa, quem sabe, dos balangandãs da
Secretaria de Educação. Não podemos no momento em que, historicamente, para a
Cidade de Porto Alegre é importante a criação da Secretaria de Cultura com a
efetiva possibilidade de participação da comunidade organizada opor a um
Projeto como este, algo que, em nenhum momento, temos absoluta certeza, foi
fruto da participação destes que tanto lutaram pela criação desta Secretaria de
Cultura.
Encaminhamos favoravelmente pelo que
representa, historicamente, para a Cidade de Porto Alegre, e fundamentalmente,
pela participação desta comunidade organizada, e fundamentalmente pela
participação do Prof. Felizardo, com quem de há muito convivemos, inclusive
nesta Casa, quando assessor desta Câmara Municipal e com quem muito temos
aprendido em relação não apenas à cultura, mas à própria história do nosso
Estado e do nosso País. E temos absoluta certeza, exatamente por isso, de que
os penduricalhos, os balangandãs ou seja lá o que for, apostos a este Projeto,
nada tem a ver, exatamente, com a questão histórica da criação de uma
Secretaria de tal monta, até pelas pessoas que nela estão envolvidas. Muito
obrigada.
(Não revisto pela oradora.)
O SR.
PRESIDENTE: Pela
Bancada do PL, Ver. Jorge Goularte, 5 minutos, sem apartes.
O SR. JORGE
GOULARTE: Sr.
Presidente, Srs. Vereadores. Rápido, não uso nem meio minuto para dizer que sou
favorável à criação da Secretaria de Cultura, e o Prof. Felizardo é um
felizardo, só que seria mais ainda se este Projeto viesse sozinho, sem nada
embutido. Em apenas 15 minutos, aqui, seriam todos favoráveis, unânimes. Mas
vou pedir o destaque do artigo 19 que não tem nada a ver com o Projeto e o
Plenário decide se cria cargos na Secretaria - CC, FG - não sei por que não é
trem. Será que por que não tem maquinista? Ou chefe de trem merece mais
consideração do que este Vereador? Porque isso sim é que é trenzinho, e não o
Projeto que visava reclassificar funcionários efetivos do Município. Sou
favorável. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE: Para
encaminhar, pela Bancada do PDT, o Ver. Cleom Guatimozim. V. Ex.ª tem 5
minutos, sem apartes.
O SR. CLEOM
GUATIMOZIM: Sr.
Presidente e Srs. Vereadores. Não desejamos chamar a atenção para muitos cargos
criados nessa relação e tão comentados. Esses cargos, tantos deles, são de
diretores e subdiretores de escolas eleitos pela comunidade e que trabalham sem
nenhuma retribuição, gratuitamente, porque esta Casa ainda não aprovou esses
cargos, como se pretende sejam hoje aprovados. E vejam, por exemplo, Diretor de
Escola de 1º Grau Completo, Diretor de Escola Especial, Diretor de Centro
Integrado de Educação Municipal, Assistente Técnico em Educação Pré-Escolar,
Vice-Diretor do Centro Integrado de Educação, Vice-Diretor de Escola de 1º Grau
Completo, Vice-Diretor de Escola Especial, Secretário de Centro Integrado de
Educação, Secretário de Escola 1, Secretário de Escola Especial, Chefe de
Unidade Recreativa, Assistente Técnico em Educação Pré-Escolar, esses são os
cargos que se pretendem criar, de pessoas que foram escolhidas pela comunidade
para dirigir essas escolas.
(Aparte anti-regimental.)
Diz o Ver. Antonio Hohlfeldt que eles não
foram eleitos ainda. É uma pena que a comunicação que se faz, no momento, não
seja possível, pelo Regimento Interno, de ser feita através de aparte, pois eu
teria o máximo prazer. É isso exatamente o que consta no quadro anexo, no art.
19, que se pretende pedir destaque. Ora, nós encontramos a Prefeitura de Porto
Alegre com 15 escolas. Vejam, a quinta capital do País com 15 escolas. Sabem os
senhores quantas escolas tem Viamão? Mais de 100 escolas. E pretende a atual
Administração, numa primeira etapa, dobrar o número de escolas municipais. E há
necessidade de criação destes cargos que são de diretores, de vices-diretores
de escola, de orientadores de recreação e de pessoas, conforme eu já disse,
escolhidos pela própria comunidade, em eleição que esta Câmara Municipal
aprovou, devidamente aprovado.
Então, me parece, a princípio, que o Projeto
de Secretaria da Cultura, não há nenhum problema. Mas vejam que a Secretaria de
Educação perde uma parte. Ela perde uma parte de seu funcionalismo. Ela precisa
se recompor dentro de uma unidade diferente, apenas Secretaria de Educação. É
como se tirássemos uma fatia grande de uma torta completa e agora se precisasse
repor, para que ela possa funcionar, para que ela possa desempenhar a sua
função.
Ora, Srs. Vereadores, dizer-se que os
intelectuais que prepararam o Projeto não criaram estes cargos, não é nenhuma
novidade, porque não lhes competia. No momento em que através da Secretaria da
Cultura foi retirada uma parte, ora, quis a Administração recompor a outra
parte sem a intervenção de ninguém. Olha, eu não sou intelectual, nunca fui e
até já nem pretendo ser mais. Eu tinha esta esperança de um dia ser
intelectual. Mas não precisa ser intelectual para se chegar a conclusão de que
não foram aqueles que organizaram, que idealizaram, que colocaram no papel a
Secretaria da Cultura, que inseriram, aqui, a criação destes cargos, não. Foi a
Secretaria de Educação, que dobrando num primeiro plano o número de escolas
municipais em Porto Alegre, precisa destes cargos porque as pessoas já exercem
estes cargos. E estão trabalhando gratuitamente, eleitos que foram, pela
comunidade. Sou grato.
(Não revisto pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE: Com
a palavra o Líder do PT, Ver. Antonio Hohlfeldt, por
cinco minutos.
O SR. ANTONIO
HOHLFELDT: Sr.
Presidente, Srs. Vereadores, eu realmente não pretendia fazer nenhum encaminhamento
porque eu tinha discutido aqui e para mim bastava.
Mas a intervenção do nobre Líder do PDT me
obriga a retornar à tribuna, neste encaminhamento, para corrigir dois
equívocos, no mínimo, de S. Ex.ª. O primeiro é que competente e inteligentemente
como ocorre com o Ver. Cleom Guatimozim ele escolheu mencionar os cargos que
lhe interessavam e deixou de lado o resto, porque não me consta que supervisor,
CC, Coordenador, Diretor de Divisão de CC, Assessor Especialista CC, Assessor
de Comunicação Social... e vai por aí afora tenham sido eleitos pela
comunidade, só se for da Secretaria, aquela comunidade que volta e meia vem
aqui para pressionar Vereador e deixar Vereador entre aspas com medo se votar
contra, como se fez aqui com as creches, que a Ver.ª Bernadete Vidal tentou
intervir e levou uma vaia do “staf” da Secretária Municipal de Educação. Mas
realmente isso não assusta. É prático e como eu disse é nessas horas que se
diferencia Secretária democrática de Secretária democrática e a Sr.ª Neuza Canabarro
nós estamos cansados de saber em qual dos blocos que ela se coloca.
Agora, quero chamar atenção do segundo erro,
Ver. Cleom Guatimozim, em primeiro lugar não por mim, porque, por mim, teria
até mudado a lei para incluir, mas por uma determinação da Sr.ª Secretária
Municipal, Diretor de Centro Integrado de Educação Municipal ainda não é
reconhecida como escola. A Sr.ª Neuza Canabarro deu um “jeitinho” de sair por
fora e disse: ainda não escolhe diretor por votação. Como, aliás, Atelier Livre
também não é mais uma escola e também não vai escolher diretor.
Em segundo lugar, Vereador, como a minha lei
fala em escolas foi arranjado um parecer da Procuradoria de que isso aí não é
escola, é centro integrado e atelier também não é escola, é atelier. É bom lembrar,
como eu venho acompanhando permanentemente aquele Projeto de Lei, que não é a
minha Lei, é a Lei desta Casa, homologada pelo Sr. Prefeito Municipal, no
momento em que ele assumia e ainda mantinha os compromissos da sua campanha é
exatamente que a eleição de direção de escola se dá no ano seguinte da criação
de escola, ou seja: todas as escolas criadas neste ano ou a serem criadas no
ano que vem, terão seus primeiros diretores indicados pela Sr.ª Secretária. Não
sei qual o critério, qual a forma, sugere o Ver. Jorge Goularte, que seja por
QI. Vai ver que são escolas criadas daqui a pouco, na segunda administração que
o Prefeito Collares imagina poder conseguir. A minha discordância é com relação
é isso. Em homenagem aos diretores que, em maio tiveram, os indicados, que
tiveram a respeitabilidade própria de manter a coerência, mantendo apoio aos
demais diretores eleitos que fizeram a greve com os professores, eles também
fizeram a paralisação, não quero desrespeitar ou diminuí-los no presente ou no
futuro, pelo menos até agora tiveram uma linha de atuação e de respeito
profissional para com eles próprios. Mas, realmente, não são diretores eleitos.
São diretores nomeados. Vamos deixar isso bem claro.
Em segundo lugar, deixamos claro que
encaminhamos favoráveis ao Projeto, de um modo geral as Emendas, muito
especialmente em nome do Ver. Jorge Goularte, que retirou o pedido de destaque
da Emenda nº 2, de minha autoria, porque é supressiva, exatamente por isso,
porque caso contrário, iremos votar duas vezes a mesma coisa e não quisemos
induzir em erro os nossos companheiros. Como já temos dez ou onze votações
secretas das emendas, ficamos com a retirada do destaque do Ver. Jorge Goularte
e a manutenção da Emenda nº 2, de caráter supressivo em relação ao artigo 19.
Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE: Encerrados
os encaminhamentos. Passaremos ao processo de votação do PLE nº 100/87, e as
Emendas a ele apostas, por serem conflitantes, serão votadas uma a uma.
Convido os Vereadores Flávio Coulon e Kenny
Braga para escrutinadores, tendo em vista que a votação é secreta.
Solicito ao Sr. 3º Secretário que proceda à
chamada nominal dos Srs. Vereadores para a votação.
O SR. 3º
SECRETÁRIO: (Procede
à chamada nominal dos Srs. Vereadores.) Votaram 28 Srs. Vereadores, Sr.
Presidente.
(É procedida a escrutinação: 28 votos SIM.)
O SR.
PRESIDENTE: APROVADO o Projeto. (Palmas.)
(Votaram os Srs. Vereadores: Adão Eliseu, Antonio Hohlfeldt, Aranha Filho, Artur Zanella, Bernadete Vidal, Brochado da Rocha, Caio Lustosa, Cleom Guatimozim, Clóvis Brum, Ennio Terra, Frederico Barbosa, Hermes Dutra, Jaques Machado, Jorge Goularte, Jussara Cony, Lauro Hagemann, Mano José, Paulo Satte, Raul Casa, Teresinha Irigaray, Werner Becker, Nilton Comin, Flávio Coulon, Isaac Ainhorn, Getúlio Brizolla, Pedro Ruas, Auro Campani e Kenny Braga.)
O SR.
PRESIDENTE: A
Emenda nº 01 foi retirada. Em votação a Emenda nº 02. O Sr. 3º Secretário
procederá à chamada nominal dos Srs. Vereadores.
O SR. 3º
SECRETÁRIO: (Procede
à chamada nominal dos Srs. Vereadores.) Votaram 28 Srs. Vereadores, Sr.
Presidente.
(É procedida a escrutinação: 09 votos SIM, 19 votos NÃO.)
O SR.
PRESIDENTE: REJEITADA a Emenda nº 02.
(Votaram os Srs. Vereadores: Adão Eliseu, Antonio Hohlfeldt, Aranha Filho, Artur Zanella, Bernadete Vidal, Brochado da Rocha, Caio Lustosa, Cleom Guatimozim, Clóvis Brum, Ennio Terra, Frederico Barbosa, Hermes Dutra, Jaques Machado, Jorge Goularte, Jussara Cony, Lauro Hagemann, Mano José, Paulo Satte, Raul Casa, Teresinha Irigaray, Werner Becker, Nilton Comin, Flávio Coulon, Isaac Ainhorn, Getúlio Brizolla, Pedro Ruas, Auro Campani e Kenny Braga.)
O SR.
PRESIDENTE: Em
votação a Emenda nº 03. O Sr. 3º Secretário procederá à chamada nominal dos
Srs. Vereadores.
O SR. 3º
SECRETÁRIO: (Procede
à chamada nominal dos Srs. Vereadores.) Votaram 26 Srs. Vereadores, Sr.
Presidente.
(É procedida a escrutinação: 25 votos SIM, 01 voto em BRANCO.)
O SR.
PRESIDENTE: APROVADA a Emenda nº 03.
(Votaram os Srs. Vereadores: Adão Eliseu, Antonio Hohlfeldt, Aranha Filho, Artur Zanella, Brochado da Rocha, Caio Lustosa, Cleom Guatimozim, Clóvis Brum, Ennio Terra, Frederico Barbosa, Hermes Dutra, Jaques Machado, Jorge Goularte, Jussara Cony, Lauro Hagemann, Mano José, Paulo Satte, Teresinha Irigaray, Werner Becker, Nilton Comin, Flávio Coulon, Isaac Ainhorn, Getúlio Brizolla, Pedro Ruas, Auro Campani e Kenny Braga.)
O SR.
PRESIDENTE: Em
votação a Emenda nº 04. O Sr. 3º Secretário procederá à chamada nominal dos
Srs. Vereadores.
O SR. 3º
SECRETÁRIO: (Procede
à chamada nominal dos Srs. Vereadores.) Votaram 25 Srs. Vereadores, Sr.
Presidente.
(É procedida a escrutinação: 18 votos SIM, 06 votos NÃO e 01 voto em BRANCO.)
O SR.
PRESIDENTE: APROVADA a Emenda nº 04.
(Votaram os Srs. Vereadores: Adão Eliseu, Antonio Hohlfeldt, Aranha Filho, Artur Zanella, Brochado da Rocha, Caio Lustosa, Cleom Guatimozim, Clóvis Brum, Ennio Terra, Frederico Barbosa, Hermes Dutra, Jaques Machado, Jorge Goularte, Jussara Cony, Lauro Hagemann, Mano José, Paulo Satte, Teresinha Irigaray, Nilton Comin, Flávio Coulon, Isaac Ainhorn, Getúlio Brizolla, Pedro Ruas, Auro Campani e Kenny Braga.)
O SR.
PRESIDENTE: Em
votação a Emenda nº 05. O Sr. 3º Secretário procederá à chamada nominal dos
Srs. Vereadores.
O SR. 3º
SECRETÁRIO: (Procede
à chamada nominal dos Srs. Vereadores.) Votaram 25 Srs. Vereadores, Sr.
Presidente.
(É procedida a escrutinação: 17 votos SIM, 05 votos NÃO, 02 votos em BRANCO
e 01 voto NULO.)
O SR.
PRESIDENTE: APROVADA a Emenda nº 05.
(Votaram os Srs. Vereadores: Adão Eliseu, Antonio Hohlfeldt, Aranha Filho, Artur Zanella, Brochado da Rocha, Caio Lustosa, Cleom Guatimozim, Clóvis Brum, Ennio Terra, Frederico Barbosa, Hermes Dutra, Jaques Machado, Jorge Goularte, Jussara Cony, Lauro Hagemann, Mano José, Paulo Satte, Teresinha Irigaray, Nilton Comin, Flávio Coulon, Isaac Ainhorn, Getúlio Brizolla, Pedro Ruas, Auro Campani e Kenny Braga.)
O SR.
PRESIDENTE: Em
votação a Emenda nº 06. O Sr. 3º Secretário procederá à chamada nominal dos
Srs. Vereadores.
O SR. 3º
SECRETÁRIO: (Procede
à chamada nominal dos Srs. Vereadores.) Votaram 22 Srs. Vereadores, Sr.
Presidente.
(É procedida a escrutinação: 17 votos NÃO, 05 votos SIM.)
O SR.
PRESIDENTE: REJEITADA a Emenda nº 06.
(Votaram os Srs. Vereadores: Adão Eliseu, Antonio Hohlfeldt, Aranha Filho, Artur Zanella, Brochado da Rocha, Cleom Guatimozim, Clóvis Brum, Ennio Terra, Frederico Barbosa, Hermes Dutra, Jaques Machado, Jorge Goularte, Jussara Cony, Lauro Hagemann, Teresinha Irigaray, Nilton Comin, Flávio Coulon, Isaac Ainhorn, Getúlio Brizolla, Pedro Ruas, Auro Campani e Kenny Braga.)
O SR.
PRESIDENTE: Em
votação a Emenda nº 07. O Sr. 3º Secretário procederá à chamada nominal dos
Srs. Vereadores.
O SR. 3º
SECRETÁRIO: (Procede
à chamada nominal dos Srs. Vereadores.) Votaram 21 Srs. Vereadores, Sr.
Presidente.
(É procedida a escrutinação: 19 votos SIM, 02 votos NÃO.)
O SR.
PRESIDENTE: APROVADA a Emenda nº 07.
(Votaram os Srs. Vereadores: Adão Eliseu, Antonio Hohlfeldt, Aranha Filho, Artur Zanella, Brochado da Rocha, Cleom Guatimozim, Clóvis Brum, Ennio Terra, Hermes Dutra, Jaques Machado, Jorge Goularte, Jussara Cony, Lauro Hagemann, Teresinha Irigaray, Nilton Comin, Flávio Coulon, Isaac Ainhorn, Getúlio Brizolla, Pedro Ruas, Auro Campani e Kenny Braga.)
O SR.
PRESIDENTE: Em
votação a Emenda nº 08. O Sr. 3º Secretário procederá à chamada nominal dos
Srs. Vereadores.
O SR. 3º
SECRETÁRIO: (Procede
à chamada nominal dos Srs. Vereadores.) Votaram 21 Srs. Vereadores, Sr.
Presidente.
(É procedida a escrutinação: 17 votos SIM, 03 votos NÃO e 01 voto NULO.)
O SR.
PRESIDENTE: APROVADA a Emenda nº 08.
(Votaram os Srs. Vereadores: Adão Eliseu, Antonio Hohlfeldt, Aranha Filho, Artur Zanella, Brochado da Rocha, Cleom Guatimozim, Clóvis Brum, Ennio Terra, Hermes Dutra, Jaques Machado, Jussara Cony, Lauro Hagemann, Teresinha Irigaray, Nilton Comin, Flávio Coulon, Isaac Ainhorn, Getúlio Brizolla, Pedro Ruas, Auro Campani e Kenny Braga.)
O SR.
PRESIDENTE: Em
votação a Emenda nº 09. O Sr. 3º Secretário procederá à chamada nominal dos
Srs. Vereadores.
O SR. 3º
SECRETÁRIO: (Procede
à chamada nominal dos Srs. Vereadores.) Votaram 21 Srs. Vereadores, Sr.
Presidente.
(É procedida a escrutinação: 19 votos SIM, 02 votos NÃO.)
O SR.
PRESIDENTE: APROVADA a Emenda nº 09.
(Votaram os Srs. Vereadores: Adão Eliseu, Antonio Hohlfeldt, Aranha Filho, Artur Zanella, Brochado da Rocha, Cleom Guatimozim, Clóvis Brum, Ennio Terra, Hermes Dutra, Jaques Machado, Jorge Goularte, Jussara Cony, Lauro Hagemann, Teresinha Irigaray, Nilton Comin, Flávio Coulon, Isaac Ainhorn, Getúlio Brizolla, Pedro Ruas, Auro Campani e Kenny Braga.)
O SR.
PRESIDENTE: Em
votação a Emenda nº 10. O Sr. 3º Secretário procederá à chamada nominal dos
Srs. Vereadores.
O SR. 3º
SECRETÁRIO: (Procede
à chamada nominal dos Srs. Vereadores.) Votaram 20 Srs. Vereadores, Sr.
Presidente.
(É procedida a escrutinação: 17 votos SIM, 03 votos NÃO.)
O SR.
PRESIDENTE: APROVADA a Emenda nº 10.
(Votaram os Srs. Vereadores: Adão Eliseu, Antonio Hohlfeldt, Aranha Filho, Artur Zanella, Brochado da Rocha, Cleom Guatimozim, Ennio Terra, Hermes Dutra, Jaques Machado, Jorge Goularte, Jussara Cony, Lauro Hagemann, Teresinha Irigaray, Nilton Comin, Flávio Coulon, Isaac Ainhorn, Getúlio Brizolla, Pedro Ruas, Auro Campani e Kenny Braga.)
O SR.
PRESIDENTE: Sobre
a mesa Requerimento de autoria do Ver. Cleom Guatimozim, solicitando seja o PLE
nº 100/87 dispensado de distribuição em avulsos e interstício para sua Redação
Final, considerando-a aprovada nesta data.
Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o
aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
A Mesa, no decorrer da tarde, foi informada
pela Vice-Presidência da Assembléia Legislativa do Estado, que o Processo que
estava em curso, referente à criação do novo município de Humaitá foi deferido
pelo Sr. Presidente da Assembléia Legislativa, deverá ocorrer a publicação
amanhã ou depois.
O Sr. 3º Secretário apregoará, a seguir, o
material entregue à Mesa.
O SR. 3º
SECRETÁRIO: PLL
130/87; Proc. 2877/87 - PDL 08/87; da Secretaria do Planejamento Proc. 2825/87
- PLE 114/87; 4 Emendas de autoria do Ver. Hermes Dutra ao Proc. 2869/87 - PLE
116/87; 4 Emendas do Ver. Hermes Dutra ao Proc. 2872/87 - PLE 117/87; 7 Emendas
de autoria do Ver. Raul Casa ao Proc. 2869/87 - PLE 117/87.
O SR.
PRESIDENTE (Brochado da Rocha): A Mesa deseja esclarecer o seguinte. Pelo que ela
tem conhecimento, o ofício lido pelo Sr. Secretário era apenas uma minuta de
contrato que o Ver. Antonio Hohlfeldt solicitou da Secretaria do Planejamento e
foi entregue à Casa e foi apregoada. Agora, não há nenhum ofício sobre a mesa,
dirigido da Secretaria para a Câmara de Vereadores.
O SR. CLÓVIS
BRUM: Sr.
Presidente, face à inexistência de ofício, eu solicitaria que fosse retirada,
dos Anais, a leitura desse documento, porque a Casa não pode receber, rigorosamente,
documento via Secretário. Apenas para restaurar até o “status quo” da Câmara
Municipal.
O SR.
PRESIDENTE: A
Mesa defere nos seguintes termos: o Sr. Vereador que solicitou requer para que
seja incluído nos autos do Processo. Fica correto, Vereador? E fica respeitado
que V. Ex.ª está a requerer.
O SR. CLÓVIS
BRUM: Sr.
Presidente, é que daqui a alguns dias mais surge um Projeto enviado por uma
Secretaria e aí vão querer discutir, vai dar polêmica. Mas, de qualquer
maneira, fica o meu Requerimento para que seja retirado dos Anais, e aceito
como entregue pelo Ver. Antonio Hohlfeldt.
O SR. ANTONIO
HOHLFELDT: Sr.
Presidente, apenas para esclarecimento da Casa e querendo colaborar com a Mesa
e com a própria Bancada do PDT, ocorre o seguinte: é o Projeto relativo a
asfaltamento da Av. Aracajú, que implica empréstimo e que não veio a minuta do
convênio, porque é impossível votar-se um Projeto de empréstimo sem ter a
minuta do convênio. Seria a primeira vez que isso haveria de ocorrer aqui.
Então, como hoje à tarde eu tive a oportunidade de participar de uma reunião
com o Secretário Baggio, deixei bem claro a S. Ex.ª que se não trancasse, como
deveria ter trancado na Auditoria, trancaria, esperava eu, na Comissão de
Justiça e Redação, porque nós não podemos opinar a respeito de um empréstimo
para o Município, que 50% a fundo perdido e 50% a ser pago devidamente, sem ter
a minuta. Então, S. Ex.ª. foi extremamente ágil no sentido de atender a nossa
reivindicação que visava facilitar a tramitação do Processo aqui na Casa.
O SR.
PRESIDENTE: Nos
termos que esta Presidência colocou, determina à Diretoria Legislativa que
inclua, nos autos do Processo, a Requerimento do Sr. Ver. Antonio Hohlfeldt,
retirando dos Anais, até porque inexiste o ofício.
Está encerrada a Sessão. Convoco os Srs.
Vereadores para a Sessão Ordinária de amanhã, à hora regimental.
(Levanta-se à Sessão às 20h51min.)
* * * * *